A Desigualdade social é o fenômeno em que ocorre a diferenciação entre pessoas no contexto de uma mesma sociedade, colocando alguns indivíduos em condições estruturalmente mais vantajosas do que outros. Ela manifesta-se em todos os aspectos: cultura, cotidiano, política, espaço geográfico e muitos outros, mas é no plano econômico a sua face mais conhecida, em que boa parte da população não dispõe de renda suficiente para gozar de mínimas condições de vida.
Inúmeros dados e estudos apontam que a desigualdade social e econômica cresce em todo o mundo. Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revelam que 1% dos mais ricos detêm 40% dos bens globais. Um relatório da ONG Oxfam demonstra também que as 85 pessoas mais ricas do mundo possuem uma renda equivalente às 3,5 bilhões de pessoas mais pobres.
Diante desse panorama, que gera inúmeros excluídos e miseráveis em todo o mundo, surge a questão: o que causa a desigualdade social?
A grande questão é que, desde as construções das civilizações durante o período neolítico, quando as sociedades passaram a viver dos excedentes que produziam, as diferenças sociais começaram a surgir. O problema, nesse caso, é a intensificação da pobreza e da falta de equidade nas condições oferecidas para que os diferentes indivíduos possam produzir suas próprias condições de sobrevivência.
O teórico Jean-Jacques Rosseau afirmava que a desigualdade é um fenômeno que tende a sempre se intensificar no contexto social. As famílias mais pobres possuem um menor acesso à instrução e às informações necessárias para alavancar um desenvolvimento próprio, enquanto os grupos mais ricos possuem um maior nível estrutural para investirem e multiplicarem sua renda e os largos benefícios advindos dela. Para Rosseau, o que causa a desigualdade é exatamente a divisão social do trabalho, com a criação da propriedade e dos bens particulares e não distribuíveis.
Outro pensador famoso por categorizar essa questão foi Karl Marx. Ele enxergava a sociedade a partir da luta de classes e via a desigualdade manifestada a partir dos desequilíbrios entre a burguesia e os trabalhadores, haja vista que a primeira era a detentora dos meios de produção, controlando e retendo a maior parte dos lucros sobre os bens produzidos a partir do trabalho coletivo. Essa lógica, perpetuada pela mais-valia, concentrava a renda e marginalizava os cidadãos, além de criar o exército de reserva de desempregados, que garantia uma concorrência entre os próprios trabalhadores, privando-os de sua emancipação.
Max Weber, por sua vez, observou essa questão a partir das estratificações sociais. As três grandes estratificações ocorrem no campo da economia, do status e do poder, proporcionando uma diferenciação no acesso à renda, ao prestígio e ao controle social. Essa acontece por meio da diferenciação entre habilidades, qualificações e interesses.
A desigualdade social, seja ela intelectual, econômica ou sob qualquer outra forma, materializa-se no espaço social, ou seja, torna-se visível na composição estrutural das sociedades, sejam elas rurais ou urbanas. As cidades e os lugares expressam a diferenciação econômica entre as pessoas, que é resultante, muitas vezes, de questões históricas que submetem cidadãos e até grupos étnicos a contextos de subalternidade. Um exemplo foi o processo de escravidão que até hoje deixa suas marcas no sentido de manter a maior parte da população negra com baixos níveis de renda e educação.
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O espaço social é revelador das desigualdades sociais
O espaço geográfico, por definição, expressa e é expressado por essas configurações. Muitas sociedades são conhecidas por serem a própria visão da desigualdade, com destaque para muitos países africanos e outros centros periféricos do mundo. Mas não é somente aí que reside a miséria e a pobreza do mundo, que também se apresentam nas periferias de grandes cidades, até mesmo em metrópoles mundiais, tais como Paris, Nova York, Tóquio e Londres. Portanto, lutar contra a desigualdade é uma forma de manter a sociedade mais humana e justa perante os seus cidadãos.
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