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Origem do termo
A origem do termo bode expiatório está nas tradições hebraicas de sacrifício e expiação, que eram cerimônias religiosas de expurgação dos pecados do povo hebreu. Nesses rituais, dois bodes e um touro eram separados para que fossem levados ao lugar de sacrifício como parte das cerimônias do Yom Kippur (dia do perdão). No altar, um dos bodes era sorteado para ser queimado em holocausto, ou “oferta queimada”, com o touro. O segundo bode tornava-se então o bode expiatório, e o sacerdote colocava as mãos sobre a cabeça desse animal e confessava todos os pecados do povo. Em seguida, o animal era levado ao deserto e deixado ao relento, carregando consigo todos os pecados do povo hebreu para que fosse recolhido pelo anjo caído Azazel.
Bode expiatório na tradição cristã
Na teologia cristã, o bode expiatório é representado na figura de Jesus e em suas provações sofridas no deserto. A imagem de Jesus ainda é vista como “o cordeiro de Deus”, pois está ligada ao ritual de sacrifício judeu na medida em que seu sacrifício foi em nome do perdão para o povo de Israel.
Uso da expressão no contexto atual
A expressão, no entanto, é popularmente usada em referência a alguém que foi arbitrariamente escolhido para carregar, sozinho, a culpa por todos os malfeitos de uma situação, embora não seja responsável por nenhum deles. O uso desse artifício está geralmente associado à busca irracional pela responsabilização de um problema sem tê-lo, antes, averiguado. Pode ser também utilizado como manobra política ou publicitária para angariar força em nome de um objetivo. O exemplo mais claro que temos é a perseguição nazista aos judeus e aos demais povos que eram vistos como os principais culpados pelos problemas da Alemanha antes de sua ascendência como potência político-econômica até o estopim da Segunda Guerra Mundial.
Hoje em dia o termo ainda é relevante no estudo de fenômenos políticos atuais. A busca imediata por responsáveis pelos problemas sociais acaba por tornar-se uma arma política a ser usada contra opositores diante da indisposição ou da ignorância popular em buscar fontes de maior confiança para obter informações a respeito do problema em questão.