Antissemitismo é o preconceito, discriminação, aversão contra judeus. É uma manifestação que se enquadra no mesmo agrupamento do racismo e da xenofobia. O povo judeu, por mais de dois mil anos, viveu em diáspora, isto é, sem território fixo, organizando-se em comunidades espalhadas por diversos países.
O antissemitismo se apresentou em diversos momentos e sob diversas formas:
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como perseguição religiosa ou nacionalista;
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como exclusão social, política e econômica;
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como escravização, tortura e morte.
A alta coesão interna e a organização em comunidades vinculantes possibilitaram que esse povo mantivesse sua unidade mesmo espalhado pelo mundo e que se blindasse às tentativas de estigmatização que sofriam nos países em que se instalavam, como bem observou o brilhante sociólogo Norbert Elias em seu livro “Estabelecidos e Outsiders”. Todavia, os judeus sofreram e ainda sofrem os efeitos do antissemitismo, cuja manifestação mais tenebrosa ocorreu no século XX, no regime nazista, quando cerca de seis milhões foram executados.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que é antissemitismo?
- 2 - História do antissemitismo
- 3 - Nazismo
- 4 - Noite dos Cristais
- 5 - Holocausto
- 6 - Antissemitismo na atualidade
- 7 - Antissionismo e antissemitismo
O que é antissemitismo?
Antissemitismo é, na acepção da palavra, aversão aos semitas. Esse termo é utilizado para designar o preconceito, discriminação, ódio contra o povo judeu, que é de origem semita, ou seja, descendência de Sem, um dos filhos de Noé, conforme a narrativa bíblica. Esse povo milenar, que se desenvolveu na região da Mesopotâmia, aproximadamente 2000 a.C., viveu ao longo da história períodos de diáspora, em que foram espalhados pelo mundo, sem, contudo, perder os laços consanguíneos, culturais, religiosos e intelectuais que conferiam a eles unicidade enquanto povo. A diáspora judaica durou aproximadamente dois mil anos, até que tivessem um território e o reconhecimento como país, o que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial.
O antissemitismo ao longo da história se manifestou sob diversos pretextos.
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Ancorava-se em motivação religiosa, em momentos do Império Medo-Persa, durante todo o Império Romano e na Idade Média.
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Passou à motivação nacionalista na construção e desenvolvimento dos Estados modernos.
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Adquiriu um cunho cientificista na ideologia nazista do século XX.
História do antissemitismo
O povo judeu vivenciou dois grandes períodos de exílio, ambos tendo como marco a destruição do templo em Jerusalém.
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O primeiro templo foi destruído no século VI a.C.
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O segundo templo foi destruído no século I d.C., por volta do ano 70.
Afugentados de seu lugar de origem pela perseguição e dominação de outros povos da região, os judeus migraram para países circunvizinhos no continente asiático, como o Iêmen, e, também, para o continente europeu, principalmente para Alemanha, Espanha, Polônia e Rússia.
Outro país em que diáspora judaica se desenvolveu é o Marrocos, para onde iam judeus expulsos da Espanha pelos reis católicos do século XV.
A comunidade judaica mantinha a sua unidade cultural por meio das sinagogas, centros de estudo e disseminação da Torá, livro sagrado judaico, e também por organizações sociais, como comunidades, comitês, associações. As sinagogas foram desenvolvidas no exílio babilônico, após a destruição do primeiro templo, mas essa organização se manteve ao longo dos séculos até os dias de hoje.
O primeiro relato de uma ação coordenada de motivação antissemitista está registrado na própria Bíblia, no livro de Ester. Durante o Império Medo-Persa, o braço direito do rei persa Assuero, Hamã, baixou um decreto para que os judeus que estivessem nos limites territoriais do império fossem exterminados por seus vizinhos. A justificativa por ele utilizada era que o povo judeu não se submetia às leis do império, mas tinha costumes próprios que colocavam em primeiro lugar.
A segunda diáspora judaica ocorreu no ano 70 d.C., durante o Império Romano, quando os judeus foram duramente perseguidos, escravizados e excluídos. Ao final do século III, quando já estava se enfraquecendo, o império adotou o cristianismo como religião oficial. No século V, ocorreu a transição para a Idade Média, quando o império deu lugar à formação dos Estados absolutistas.
No período da Idade Média, o antissemitismo se manifestou principalmente na hostilidade sob motivação religiosa. Acreditava-se que os judeus eram culpados pela crucificação de Jesus Cristo, o deus dos cristãos, e que esse sangue inocente recaía sobre a descendência judaica como uma maldição.
Na Idade Moderna, com a transição dos Estados absolutistas para os Estados modernos, a perseguição aos judeus deixou de ser de ordem religiosa e passou a ter motivação nacionalista. Por ser um povo apátrida, isto é, sem uma organização político-territorial, mas organizado em comunidades presentes em diversos países, passaram a ser enxergados como uma ameaça à nacionalidade. Ainda que fossem nascidos naqueles países, eram vistos sob suspeição e identificados como estrangeiros. Ao não aceitarem os estigmas a eles infligidos e ocuparem posições de destaque na política, no comércio, na indústria, na intelectualidade, os judeus eram os bodes expiatórios das crises econômicas.
Dessa xenofobia calcada na identidade nacional decorrem ideias que ainda hoje são associadas a imigrantes, como: “vieram roubar nossos empregos, ocupar nossas terras, entrar em nossas universidades, se infiltrar na nossa imprensa” ou “há em curso uma conspiração internacional judaica”.
No século XX, o antissemitismo atingiu o seu auge por meio da ideologia nazista, calcada num nacionalismo exacerbado somado a uma pretensa cientificidade que classificava as etnias como raças inferiores e superiores, bem como articulava estudos comportamentais psicológicos a experimentos biológicos, o que culminou no genocídio de aproximadamente seis milhões de judeus.
Após essa marca trágica durante a Segunda Guerra Mundial, os judeus tiveram em 1948 o reconhecimento pela ONU como país e tiveram o direito de ocupar territorialmente a região dos seus primórdios, no Oriente Médio, onde ainda hoje se desenrolam conflitos armados por discordâncias com seus vizinhos quanto aos limites do território.
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Nazismo
Nazismo é uma palavra derivada da sigla do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. O partido foi estruturado por Adolf Hitler, na década de 1920, e se popularizou ao explorar o ressentimento do povo alemão pela derrota na Primeira Guerra Mundial por meio da exaltação de um nacionalismo extremista.
A reconstrução do país após a Primeira Guerra ficou conhecida como República de Weimar, quando o partido nazista e vários outros se desenvolveram. Já em 1923, Hitler tentou um golpe de Estado, mas acabou preso. Na prisão, desenvolveu em livro a ideologia nazista, que mais tarde seria colocada em prática.
A República de Weimar ia bem enquanto financeiramente ajudada pelos EUA, entre 1924 e 1929. O partido nazista conseguiu eleger representantes, e Hitler chegou ao segundo posto político mais importante do país — chanceler —, abaixo apenas de Von Hindenburg, presidente da república. Após a Grande Depressão Americana decorrente da quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929, a Alemanha também degringolou economicamente. A crise econômica ensejou a radicalização política e criou condições para que o partido nazista figurasse como uma alternativa viável para o amedrontado e desiludido povo alemão.
Em 1933, ocorreu um atentado ao Parlamento alemão, que foi criminosamente incendiado. A ação foi atribuída aos comunistas, que passaram a ser sistematicamente perseguidos. Nesse mesmo ano, Hitler ampliou seus poderes e, após a morte de Von Hindenburg, em 1934, concentrou poderes, tornando-se fuhrer e instituindo um regime totalitário na Alemanha.
O método de governança nazista utilizava uma engenhosa máquina de propaganda, por meio da qual seu ideário, que tinha o antissemitismo como um pilar central, era massificado para controlar e liderar a população. Os problemas alemães, em especial os de ordem econômica, eram atribuídos aos judeus.
A ideologia nazista também era eugenista, isto é, atribuía uma superioridade física, intelectual e moral aos germânicos, tipificados na raça ariana, que deveria ocupar e dominar toda a região da Europa e desenvolver um povo perfeito e próspero, sem doenças físicas ou psíquicas, sem “desvios comportamentais” de ordem sexual (homossexualidade), política (comunismo, socialismo), cultural (ciganos), religiosa (Testemunha de Jeová). Para a mentalidade hitlerista, a comunidade judaica galvanizava todas essas características que deveriam ser exterminadas.
Os pilares da ditadura nazista eram:
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o antissemitismo;
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o nacionalismo;
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o racismo;
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o anticomunismo.
Sua posição ideológica estava na extrema-direita do espectro político. Tanto o liberalismo quanto o marxismo eram associados pelos nazistas à “luta dos judeus pela dominação mundial”. O socialismo referido na sigla do partido era baseado na raça, ou seja, para Hitler, o socialismo seria uma comunidade nacional germânica em que o Estado e a raça ariana constituiriam um único ente. As propriedades de judeus foram confiscadas, mas as propriedades de não judeus foram preservadas. O acúmulo de riqueza não foi proibido, e o Estado nazista aliou-se aos industriais alemães para aumentar sua capacidade bélica enquanto condenava o capitalismo financeiro. Para saber mais sobre esse movimento político-ideológico, leia o texto: nazismo.
Noite dos Cristais
A Noite dos Cristais é considerada por muitos historiadores como o marco da guinada violenta do regime nazista contra os judeus alemães. Esse ataque violento, também conhecido como pogrom, foi organizado pelo governo nazista e ocorreu em 9 e 10 de novembro de 1938. O nome é uma referência aos cacos de vidro que tomaram as ruas de grandes cidades alemãs em decorrência da vandalização de vidraças dos estabelecimentos comerciais pertencentes aos judeus que residiam naquele país.
Para justificar a realização da Noite dos Cristais, o partido nazista valeu-se de um caso recente em que um diplomata alemão que morava na França sofrera um atentato por parte de um jovem judeu polonês cujos pais haviam sido expulsos da Alemanha. No atentado, o diplomata morreu e essa situação foi utilizada para reforçar o antissemitismo por meio de propaganda.
A partir desse acontecimento, a perseguição aos judeus deixou de circunscrever-se ao campo jurídico-político e adentrou com mais força na área econômica, por meio de confiscos e deportações a campos de trabalho forçado, e na violência propriamente física, antes praticada episodicamente.
De acordo com o historiador Richard J. Evans|1|, na Noite dos Cristais foram registradas:
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a destruição de 520 sinagogas e mais de 7.500 lojas judaicas;
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91 mortes;
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30 mil prisões e deportações para campos de concentração.
Todavia, os números podem ser bem maiores, e os prejuízos financeiros foram milionários. Para saber com mais detalhes o que ocorreu nesse trágico episódio, leia: Noite dos Cristais.
Holocausto
A palavra Holocausto, em referência ao assassinato em massa de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, é uma tradução do termo hebraico Shoah, que significa catástrofe, destruição, ruína. Esse dramático momento histórico, ocorrido entre 1933 e 1945, principalmente na Alemanha, Polônia e Áustria, consistiu no extermínio sistemático de:
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minorias políticas;
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judeus;
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ciganos;
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homossexuais;
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negros;
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comunistas;
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social-democratas;
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sindicalistas;
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pessoas com deficiência física e mental;
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Testemunhas de Jeová;
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prisioneiros de guerra (russos, eslavos, sérvios, poloneses);
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maçons.
A barbárie praticada no Holocausto era caracterizada por ações de extrema violência contra esses grupos, como expropriação, perseguição, exclusão econômica, escravização, tortura e assassinato. O principal alvo em termos numéricos e as vítimas das ações mais agressivas foram as comunidades judaicas.
Cerca de 65% da população judaica da Europa foi vítima desse massacre, um terço da população judaica no mundo de então, aproximadamente seis milhões de pessoas. O assassínio em massa era praticado nos chamados campos de concentração, dos quais o mais conhecido é o de Auschwitz.
O processo do holocausto começou com uma aversão cultural aos judeus, cultivada por décadas antes da Segunda Guerra eclodir, fenômeno brilhantemente retratado no filme “O ovo da serpente” (1977). A percepção dos judeus como um perigo potencial, como usurpadores de oportunidades, como pessoas indignas de confiança, transmutou-se em segregação social. Os judeus foram relegados a guetos, à exclusão socioeconômica. A intensificação do antissemitismo massificada pela propaganda nazista, que passou a responsabilizar esse grupo étnico por todas as mazelas da Alemanha, provocou uma aversão ainda maior, que se refletiu em deportações, prisões, tortura e assassinato de judeus.
Os historiadores Götz Aly, Wolfgang Benz e Hans Mommsen dividem o Holocausto em quatro etapas.
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Primeira etapa: ocorreu entre 1933 e 1935, quando foi levada a cabo a exclusão dos judeus da vida pública, havendo impedimento do exercício de atividades liberais, proibição de ingresso de judeus em escolas e universidades, boicote a comerciantes judeus.
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Segunda etapa: entre 1935 e 1938, quando foram promulgadas as Leis de Nuremberg, pelas quais os judeus eram destituídos da condição de cidadãos alemães e proibidos de se casar com pessoas da “raça ariana”.
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Terceira etapa: ocorreu entre 1938 e 1941 e compreendeu a instrumentalização da violência física contra judeus e o uso de deportações para campos de trabalho forçado. O marco dessa fase é o evento conhecido como A Noite dos Cristais e o confisco de propriedades judaicas por parte do Estado nazista.
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Quarta etapa: entre 1941 e 1945, configurou o ápice e queda da Segunda Guerra Mundial, quando ocorreu o assassinato sistemático e massivo de judeus nos campos de concentração, que eram ao mesmo tempo de trabalho forçado e de extermínio, localizados principalmente na Polônia, onde estava concentrada a maior parte da população judaica europeia.
Antissemitismo na atualidade
Movimentos neonazistas e antissemitas infelizmente têm crescido nos últimos anos. Crises migratórias e econômicas são propícias ao fortalecimento de ideais nacionalistas, o que tem como efeito colateral o crescimento:
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da intolerância a imigrantes e refugiados;
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da xenofobia;
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do racismo;
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de ideologias supremacistas.
O ano de 2015 e o ano de 2020 são exemplos desse fenômeno. O primeiro testemunhou uma brutal elevação no número de imigrantes que tentaram ingressar na Europa. O segundo testemunhou a pandemia do novo coronavírus e a crise econômica global dela consequente, que reforçaram os nacionalismos, a crítica à globalização, a aversão e medo de estrangeiros.
A ONG judaica Liga Antidifamação, radicada nos EUA, identificou que um em cada quatro europeus tem atitudes negativas em relação aos judeus, principalmente na Europa Oriental e Central. Dados do governo alemão detectaram um aumento de 20% nos crimes antissemitas em 2018 em comparação com 2017. Já o Comitê Consultivo Nacional de Direitos Humanos da França apontou um crescimento de 70% nos crimes antissemitas cometidos naquele país em 2018 em relação ao ano anterior. Em Nova York, maior comunidade judaica das Américas, a polícia registrou em 2019 um contingente de crimes antissemitas 20% maior que em 2018. De acordo com a antropóloga Adriana Magalhães Dias, da Unicamp, existem atualmente 334 células nazistas no Brasil, que se subdividem entre grupos hitleristas, supremacistas, negacionistas do Holocausto, separatistas e ligados à Ku Klux Klan. Esses grupos estão concentrados principalmente nos seguintes estados:
Os dados apontam um perigoso movimento global de crescimento do antissemitismo.
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Antissionismo e antissemitismo
O antissionismo é a oposição a correntes do ideário sionista. O sionismo é o movimento internacionalista que surgiu no século XIX e se fortaleceu no século XX, apoiando a criação de um Estado judeu no território palestino, onde fica Jerusalém, que também é denominada Sião, origem do termo sionismo. O antissionismo consiste na oposição aos ideais sionistas, o que pode incluir desde a crítica e denúncia das violações dos Direitos Humanos de palestinos até a oposição ao direito de existência do Estado de Israel.
Assim como existem várias vertentes de sionismo, existem várias de antissionismo. A crítica à política bélica do Estado de Israel pela maneira como procede em relação aos palestinos não pode em si mesma ser denominada antissemitista, posto que são críticas a ações de Estado. Portanto, é inoportuno afirmar que todo antissionista é antissemita. A divergência ideológica não necessariamente terá como base argumentativa ou como resultado atitudinal o preconceito contra judeus. Esse é um tema polêmico e controverso.
Nota
|1| EVANS, Richard J. Terceiro Reich no poder. São Paulo: Planeta, 2014, p. 656-657.
Créditos das imagens
[1] Diego Delso / Commons