Quando ouvimos a palavra “silicone” logo nos vêm à mente as próteses mamárias, colocadas em cirurgias plásticas tão comuns hoje em dia. No entanto, o silicone é de grande importância industrial, pois também é usado para muitas outras finalidades em nossa sociedade.
Por exemplo, os bicos das mamadeiras e chupetas de crianças são feitos também de silicone. A seguir mostramos outros usos e aplicações dessa substância:
Um exemplo notável do uso do silicone é o fato de que quando Neil Armstrong pisou pela primeira vez na Lua, ele estava usando botas de silicone.
Existem muitas outras aplicações do silicone. Na medicina, por exemplo, quando o silicone está extremamente purificado, pode ser utilizado em:
- Tubos de drenagem de excesso de fluido no cérebro em pessoas com hidrocefalia;
- Em cateteres para introduzir medicamentos ou para retirar amostras de fluidos do corpo para análise;
- Em próteses usadas para implantes em pessoas que, após acidentes graves, tiveram parte do corpo danificada ou perdida; como a orelha, o queixo, o tendão e os dedos.
Mas o que faz com que o silicone tenha tão ampla utilização?
Isso ocorre por vários motivos, dentre eles:
- O silicone possui grande estabilidade física;
- É quimicamente inerte;
- Possui excepcional resistência ao calor. O silicone apenas inicia a combustão, em virtude dos grupos orgânicos presentes em sua estrutura. Uma vez queimada a parte orgânica, na superfície do silicone, restará a sílica (areia), que recobrirá o material, retardando e até mesmo acabando com o fogo;
- Apresenta-se em diferentes estados físicos. Dependendo dos grupos orgânicos presentes e do menor tamanho das moléculas, o silicone pode variar, de líquido extremamente fluido, para graxa viscosa, resina e, por fim, para um sólido semelhante à borracha.
Para entender melhor essas propriedades do silicone, veja a sua estrutura química:
O silicone é um polímero de condensação, isto é, é obtido mediante reações de polimerização em que, os monômeros, ao se unirem, liberam água (ou outra substância de estrutura simplificada). No caso do silicone, ele é um polímero que, no lugar do carbono como elemento principal, possui o silício, que é da mesma família da tabela periódica do carbono.
O silicone foi inventado em 1943. Atualmente, dentre os que possuem maior número de aplicações, estão os que são obtidos pela polimerização do dicloro-dimetil-silano ou do dicloro-difenil-silano. Observe a seguir essa reação:
Na 1ª etapa, o objetivo é produzir o silício e isso é feito reagindo areia ou sílica com o carvão coque. Na 2ª etapa, o silício reage com o cloreto de metila, a fim de formar o monômero dicloro-dimetil-silano. Para formar o monômero dicloro-difenil-silano, o silício reage com o cloreto de fenila. E, por fim, na 3ª etapa, esses monômeros reagem com a água para formar o polímero de silicone correspondente.
Na figura, mostra-se também a estrutura fundamental que forma uma molécula genérica de um polímero de silicone, onde o R representa qualquer radical orgânico.