Em 1884, o químico sueco Svante Arrhenius realizou vários testes com soluções químicas. Ele passava uma corrente elétrica por elas e observava se essa corrente era conduzida pela solução. Se a solução fosse eletrolítica, isto é, condutora de eletricidade, uma lâmpada ligada ao sistema se acendia. Se a lâmpada não acendesse, a solução não era eletrolítica.
Esse cientista concluiu que as soluções que conduziam corrente elétrica faziam isso porque tinham íons. Os íons são átomos ou grupos de átomos com carga elétrica e, portanto, são espécies químicas capazes de transportar a carga elétrica que vem de algum gerador, como uma bateria.
Um dos modos de se formarem íons em solução ocorre quando colocamos uma substância molecular na água e esses compostos reagem.
Por exemplo, o gás clorídrico é uma substância molecular, ou seja, é constituída por moléculas formadas pelo compartilhamento de um par de elétrons entre um átomo de hidrogênio e um de cloro (HC?):
O átomo de cloro é mais eletronegativo que o átomo de hidrogênio e atrai o par de elétrons da ligação covalente para si, originando uma molécula polar. Quando o gás clorídrico é adicionado à água, os cátions hidrogênio (H+) dela atraem com mais força a parte negativa da molécula de HC?, que é o cloro. Enquanto isso, os ânions hidroxila (OH-) da água atraem a parte positiva da molécula de HC?, que é o hidrogênio.
Com isso, as moléculas do gás clorídrico são quebradas e formam-se os íons H+(aq) e C?-(aq).
Essa ionização pode ser representada da seguinte forma:
Geralmente, a água como reagente é omitida, como foi feito nas equações acima. No entanto, o mais correto é escrevê-la na equação como o reagente que ela é, e o cátion formado é o hidrônio (H3O+).
HC?(g) + H2O(?) → H3O+(aq) + C?-(aq)
Portanto, o fenômeno da ionização é uma reação química que ocorre quando a água atua como reagente, produzindo íons que não existiam anteriormente.
Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto: