O gás natural é um composto formado principalmente pelo gás metano (CH4) e por vários hidrocarbonetos leves, como o etano, propano e o butano. Em sua constituição também há em pequenas quantidades outros hidrocarbonetos mais pesados, além de CO2, N2, H2S, água, ácido clorídrico, metanol e outras impurezas.
Metano: principal constituinte do gás natural.
O gás natural não deve ser confundido com o gás liquefeito de petróleo (GLP), sendo que esse último, como o próprio nome diz, é um gás obtido por meio do refinamento do petróleo.*
A principal fonte de obtenção do gás natural é através de jazidas, sendo um combustível fóssil, pois ele é o resultado da degradação ao longo de milhares de anos de matéria orgânica, como restos de animais, flores, plantas e outros. Portanto, é muitas vezes encontrado em reservas associado com o petróleo. No entanto, quando se encontra no estado não associado, ele constitui uma energia mais “limpa” que o petróleo, seus derivados e outros combustíveis fósseis, como o carvão mineral, pois ele contém menos impurezas.
Por conter menos impurezas que o petróleo, o gás natural também constitui um excelente ponto de partida para a indústria petroquímica. Outro ponto forte do gás natural é seu alto poder calorífero (entalpia de combustão), que geralmente é de – 50 000 kJ/mol. Note que esse valor é maior que o poder calorífero da gasolina, que é de – 48 000 kJ/mol. É preciso levar em consideração que esses são valores aproximados, pois podem variar dependendo da amostra analisada.
Aplicado principalmente em: indústrias, na geração de energia elétrica e, cada vez mais, como combustível para automóveis.
Entretanto, apesar de possuir baixos índices de emissão de poluentes, o gás natural acaba contribuindo para o efeito estufa e para a geração de chuvas ácidas, porque, por ser fóssil, também expele alguns poluentes para a atmosfera. Por exemplo, ele expele alguns óxidos de nitrogênio, principalmente o NO2, que ao reagir com a água da chuva forma o ácido nítrico (HNO2) e o ácido nitroso (HNO3), que causam ao longo do tempo alguns prejuízos ambientais. Além disso, o óxido de nitrogênio é um dos principais causadores do smog e da redução da camada de ozônio.
Outro ponto negativo é que em seu uso em indústrias e como fonte de geração de energia é necessário gastar muita água para a sua refrigeração. E visto que vivemos em um tempo em que a água se torna um bem cada vez mais precioso para a vida no planeta, é necessário buscar novos meios para se reduzir esse consumo de água.
As reservas de gás natural no Brasil estão estimadas na ordem de 650 bilhões de m3, situadas principalmente na bacia de Campos. Porém, essas reservas não são suficientes para abastecer todo o Brasil, por isso o Brasil precisa importar gás natural, principalmente da Bolívia.
Depois de ser captado e passar pela unidade de processamento, o gás natural é transportado por meio de gasodutos, como o gasoduto Brasil-Bolívia, mostrado na figura abaixo em verde, que foi construído por meio da parceria entre esses dois países.
Gasodutos de transporte de gás natural no Brasil.
Infelizmente, esse recurso não é renovável. Assim, a estimativa é que as reservas de gás natural no Brasil durem cerca de seis décadas. No entanto, novas reservas vêm sendo descobertas, o que deve aumentar o tempo de uso desse recurso.
* Para mais informações sobre esse assunto, leia o texto “Gás Liquefeito de Petróleo”.
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