O problema do aumento do volume do lixo produzido pelo ser humano vem se agravando cada vez mais. Para se ter uma ideia, do nascimento à morte, cada brasileiro gera em médio 25 toneladas de lixo. O que piorou grandemente essa situação foi a mudança do perfil de nosso lixo ao longo do tempo. Por exemplo, antigamente os bebês usavam fraldas de pano, suas sopinhas eram feitas em casa e bebiam leite em garrafas que eram reutilizadas. Hoje, porém, o perfil é outro, os bebês utilizam fraldas descartáveis, sua papinha vem em potinhos que são jogados fora e o leite vem em embalagens cartonadas que, na maioria dos casos, não são destinadas à reciclagem.
Falando a respeito das fraldas, um bebê gasta até os três anos de idade uma média de 6 000 fraldas. Estima-se que, em um ano, uma única criança seja responsável pelo uso de 130 quilos de plástico, contando também as embalagens, além de algo entre 200 a 400 quilos de pasta de papel. O grande problema é que as fraldas descartáveis vão parar, em sua maioria, nos lixões e em aterros sanitários, levando 450 anos para serem decompostas no meio ambiente.
A quantidade gerada de fraldas descartáveis e o tempo de sua decomposição consistem em um problema mundial
Os componentes principais de uma fralda descartável comum são polímeros sintéticos, tais como polietileno, poliacrilato de sódio (flocgel), polipropileno, elásticos feitos de poliuretanas, borracha ou lycra. Os polímeros sintéticos são provenientes geralmente do petróleo, e é em virtude dessa composição que elas demoram tanto para se degradar. As fraldas convencionais também usam polímeros naturais, como a polpa de celulose.
Mas é bem verdade que nos dias atuais é muito difícil a utilização completa de fraldas de pano por parte das mães, pois elas precisam ser lavadas. Assim, as fraldas descartáveis biodegradáveis surgem como uma possível solução para minimizar o problema do lixo gerado pelas fraldas.
Atualmente, no mercado, existem duas opções de fraldas descartáveis biodegradáveis. A primeira é a fralda híbrida, que possui uma calça de pano com enchimento descartável, ou seja, é só trocar o refil interno, que é a parte que entra em contato com o xixi do bebê. Por ser feita de um material renovável e biodegradável, elas podem ser compostadas, jogadas na privada ou no lixo orgânico. No entanto, muitas mães afirmam que um dos pontos negativos desse tipo de fralda é a ocorrência de vazamentos.
Fraldas comuns e fraldas descartáveis biodegradáveis do tipo híbrida
Outro tipo de fralda, que vem se mostrando a mais promissora, possui um design parecido com a fralda descartável tradicional, com adesivos para fechamento e barreiras simples, apenas com a marca escrita. Essas fraldas são comercializadas no Brasil, mas não são produzidas aqui, e sim na Alemanha.
Elas possuem vários aspectos interessantes, tais como:
* Não usam tintas tóxicas;
* A celulose usada possui o certificado da FSC (Forest Stewardship Council – Conselho de manejo florestal);
* O seu processo de clareamento não é feito com cloro, mas sim com oxigênio;
* São hipoalergênicas certificadas pelo instituto DERMATEST, não possuindo substâncias que podem causar irritação ou alergia; em vez disso, utilizam extrato de chá de camomila que relaxa a pele do bebê;
* Contêm microporos que permitem a respiração da pele;
* Sua embalagem é feita de papelão, sendo 90% reciclável;
* 75% dos seus componentes são de origem vegetal e recicláveis;
* Seu revestimento é um bioplástico feito de amido de milho e batata, e o resultado é que ela é biodegradável, demorando apenas 5 anos para se decompor no meio ambiente;
*Outro aspecto é que sua capacidade de absorção dura por, pelo menos, oito horas, o que diminui a quantidade de fraldas usadas ao longo do dia e, consequentemente, a quantidade de lixo gerada.
Entretanto, um aspecto que ainda impede muitas mães de usarem esse tipo de fralda, apesar de apresentarem tantas vantagens, é seu o valor. Infelizmente, o seu preço é maior do que o das fraldas convencionais. São necessários mais investimentos e mais pesquisas nessa área para que o Brasil possa produzir mais fraldas descartáveis biodegradáveis que fiquem mais acessíveis, bem como em processos de reciclagem das fraldas convencionais.