Ao longo de milhares de anos, restos de plâncton, que são organismos vivos dispersos em água doce, salobra e marinha, de animais e de vegetais mortos, foram se depositando no fundo dos lagos e dos mares. Com o tempo, eles foram cobertos por sedimentos, que formaram camadas sobrepostas, transformando-se em rochas sedimentares.
Devido à pressão e temperatura serem elevadas, esses restos vegetais e animais passaram por reações químicas complexas, sendo decompostos na ausência de oxigênio e, com isso, formou-se em bolsões profundos o petróleo.
Essas jazidas de petróleo podem ter de 10 a 400 milhões de anos. Visto que o petróleo é extraído de rochas sedimentares no subsolo, o seu nome veio do latim, petrae, que significa “pedra”, e oleum, que é “óleo”, ou seja, petróleo significa “óleo de pedra”.
Antigamente, grande parte do petróleo se perdeu por meio de vazamentos naturais na superfície; tanto que alguns povos antigos o utilizavam na forma crua. Por exemplo, os egípcios usavam o petróleo para iluminação, impermeabilização de casas, construção de pirâmides e no embalsamento de múmias.
No entanto, atualmente as reservas de petróleo atingem profundidades que podem variar de 800 a 6.000 metros. Além disso, elas podem se encontrar em terra firme, mas a grande maioria está abaixo do fundo do mar. Por isso, para localizar e extrair o petróleo são necessárias técnicas avançadas.
A primeira etapa da exploração do petróleo é a prospecção, isto é, o estudo detalhado do solo e do subsolo feito por geólogos para determinar a probabilidade de existência ou não de petróleo.
Esse estudo é feito fazendo-se uma verdadeira “radiografia” do terreno por meio de satélites, aviões e equipamentos diversos. Esses equipamentos ajudam também a ver se será viável economicamente realizar a extração do petróleo.
O fluxo subterrâneo de petróleo causa pequenas variações em características do solo, por isso são utilizados alguns aparelhos que medem essas variações, tais como o gravímetro (detecta variações de gravidade) e magnetômetro (mede mudanças no campo magnético terrestre).
Outros equipamentos são: os sniffers (narizes eletrônicos que detectam a presença de hidrocarbonetos, principais componentes do petróleo), sismólogos (aparelhos que criam ondas de choque e fornecem a interpretação das ondas refletidas), canhões de ar comprimido (disparam ondas de ar na água do mar e captam as ondas refletidas), caminhões impactadores (golpeiam chapas pesadas dispostas no solo e captam as ondas refletidas) e detonação de cargas explosivas, seguida da medição das ondas de choque causadas pela explosão.
A detonação de explosivos é o mais agressivo ao meio ambiente e aos animais. Porém, os outros aparelhos que criam ondas de choque também causam poluição acústica e prejudicam animais com a audição muito sensível, como é o caso da baleia azul.
Depois de localizado o local onde provavelmente haverá uma reserva de petróleo, o local é marcado com coordenadas de GPS e, no caso do mar, também são colocadas boias na água. Depois é feita uma perfuração do primeiro poço para comprovar a existência de petróleo.
Em terra firme, essa perfuração é feita por meio de torres de perfuração, como a mostrada na imagem abaixo, que possuem brocas simples com diamantes industriais ou um trio de brocas interligadas com dentes de aço.
No mar é usada uma plataforma marítima, também chamada de plataforma continental, que pode ser de cinco tipos:
- Plataforma fixa: Para campos localizados até 300 metros de profundidade. São feitas de estruturas modulares de aço e são instaladas com estacas cravadas no fundo do mar;
- Plataforma semissubmersível: são preferidas para a perfuração de poços exploratórios porque possuem grande mobilidade. Composta de um ou mais converses, ela é apoiada por colunas em flutuadores submersos. Para posicionar essa unidade flutuante, usam-se os sistemas de ancoragem e de posicionamento dinâmico;
- Plataforma FPSO (sigla do inglês “Floating, Production, Storage and Offloading” que quer dizer “flutuante, produção, armazenamento e descarga”): são navios que têm a capacidade de processar, armazenar e prover a transferência de petróleo e gás natural;
- Navio-sonda: É um navio que possui uma torre de perfuração no centro com uma abertura no casco. Seu posicionamento é feito por sensores acústicos, propulsores e computadores;
- Plataforma autoelevável: É uma balsa com uma estrutura de apoio ou “pernas” que são acionadas e descem até atingir o fundo do mar. A plataforma é então elevada a um nível acima da superfície da água do mar para que ela fique longe da ação de ondas. É móvel, podendo ser removida para outras localizações facilmente. É usada para perfurações em profundidades que vão de 5 a 130 metros.
Quando é realizada a primeira perfuração e se obtém sucesso, são feitas outras perfurações para saber a extensão da bacia petrolífera e ver se é realmente viável realizar o próximo passo: a extração.
Inicialmente, no momento da extração, a pressão pode fazer com que o petróleo jorre para fora, facilitando a sua extração. Porém, com a diminuição da pressão, são utilizados equipamentos que bombeiam o petróleo para a superfície. Um exemplo é o “cavalo de pau” mostrado na figura inicial deste texto.
Alguns tipos de petróleo encontrados são muito densos e por isso é muito difícil bombeá-los. Para resolver essa situação é feito um processo chamado de recuperação intensificada de petróleo, que consiste em injetar em outro poço cavado no reservatório vapor de água aquecido sob pressão (figura a seguir).
O petróleo pode também vir acompanhado de água do mar e gás, devido à sua localização, que tanto na terra como no fundo do mar obedecem ao seguinte esquema:
Depois de extraídos, o petróleo e o gás natural são transportados por dutos ou navios terminais e armazenados. Sendo que posteriormente eles são levados para as refinarias para separá-los em frações que serão usadas como combustíveis, matérias-primas em produções industriais e para as mais diversas finalidades.