No rótulo de determinado desinfetante concentrado aparecem os seguintes dizeres:
“MODO DE USAR: Por ser um sistema químico de alta concentração, deverá ser diluído em água, na proporção de uma parte [do desinfetante] para 10 partes de água.”
Isso quer dizer que se for usado na concentração em que é comercializado, esse desinfetante pode danificar a superfície em que será usado. Por isso, ele deve ser diluído.
O desinfetante é uma solução química, pois é uma mistura homogênea (apresenta-se em uma única fase). Assim, quando pegamos uma porção dele e acrescentamos água, que é o seu solvente, estamos realizando uma diluição de solução. Portanto, podemos dizer que:
Diluição significa adicionar solvente a uma solução já existente, de modo que se consiga obter uma solução de concentração menor do que a inicial, ou seja, mais diluída.
Se a solução for colorida, é possível determinar apenas pela observação da cor se a solução é mais diluída do que outra. Por exemplo, pela coloração nós conseguimos distinguir facilmente se um café está mais concentrado ou mais diluído, pois quanto maior a intensidade da cor, mais concentrado (menos diluído). Isso pode ser visualizado abaixo: quanto mais à esquerda, mais diluída é a solução:
Quando realizamos uma diluição, a massa (m1) e a quantidade de matéria em mol (n1) do soluto não mudam. Mas, visto que é acrescentado mais solvente, o volume (V2, V), a massa (m2, m) e a quantidade em mol (n2, n) do solvente e da solução são alterados.
A concentração comum de uma solução é dada pela seguinte fórmula matemática:
Concentração comum = massa do soluto (em gramas)
volume da solução (em litros)
ou
C = m1
V
Desse modo, para a solução inicial e para a solução final (depois da diluição), temos:
Cinicial = __m1__ Cfinal = __m1__
Vinicial Vfinal
m1 = Cinicial . Vinicial m1 = Cfinal . Vfinal
Visto que a massa do soluto (m1) não mudou, podemos igualar as duas expressões, chegando a uma fórmula que pode ser usada em várias questões envolvendo diluição de soluções:
Ci . Vi = Cf . Vf
Veja um exemplo de como utilizar essa equação:
“Um químico quer preparar uma solução de ácido sulfúrico (H2SO4(aq)) que tenha concentração de 98g/L para realizar um experimento. Mas ele possui apenas 4 litros de solução desse ácido a 196 g/L. Levando em conta que ele usará 2 litros da solução de ácido sulfúrico no experimento em questão, como ele deverá proceder para preparar essa solução?”
Resolução:
A concentração inicial possui concentração maior (196 g/L) do que a solução de que o químico precisa (98 g/L). Dessa forma, ele precisa pegar um determinado volume da solução inicial e diluir até atingir a concentração desejada. Mas que volume seria esse?
Para descobrir basta usar a expressão: Ci . Vi = Cf . Vf.
196 g/L . Vi = 98 g/L . 2 L
Vi = 196 g
196 g/L
Vi = 1 L
Portanto, é preciso pegar 1 L da solução inicial e diluí-lo até completar dois litros, obtendo-se, dessa forma, uma solução a 98 g/L.
Esse exemplo mostra algo que é muito comum em laboratórios de química, as soluções compradas geralmente vêm em concentrações grandes e determinadas. Assim, muitas vezes é preciso diluí-las para se chegar à concentração que se deseja.
Se precisarmos realizar o contrário, isto é, se quisermos obter uma solução de concentração maior, então, basta evaporar parte do solvente, aquecendo a solução.
No caso da diluição, os químicos costumam fazer o seguinte:
1º) Calcula-se o volume necessário da solução inicial;
2º) Esse volume é coletado por sucção com uma pipeta, que é um instrumento de precisão e com uma pera;
3º) Transfere-se esse volume da solução inicial para um balão volumétrico do volume final que se deseja obter;
4º) Acrescenta-se água (diluição) até atingir o volume desejado.
Além da concentração comum, a relação usada também pode ser feita para outros tipos de concentração, como em quantidade de matéria (mol/L), em título e em fração molar:
Mi . vi = Mf . vf Ti . vi = Tf . vf xi . ni = xf . nf
Aproveite para conferir nossas videoaulas sobre o assunto: