O petróleo provavelmente é originado da decomposição, ao longo de milhões de anos, de pequenos seres marinhos, tais como animais e vegetais unicelulares que ficaram soterrados e submetidos à ação do oxigênio preservado, grande pressão, calor e ação de bactérias. Assim, com o tempo, o petróleo passou a ficar impregnado em rochas porosas denominadas arenito.
As maiores reservas de petróleo do Brasil e de outros países ficam em profundidades que vão de 2000 a 3000 m. Essa camada é denominada de camada pós-sal porque logo abaixo dela pode ser encontrada uma camada geológica formada por sal com profundidade de 3 000 a 5 000 m. Aprofundando ainda mais, encontra-se a famosa camada pré-sal, que fica abaixo de 5000 m.
A camada pré-sal foi a primeira a formar-se ao longo dos anos, antes da camada de sal acumular-se sobre ela. Em razão desse caráter de tempo (e não de profundidade, pois ela vem depois), é que ela é denominada de “pré-sal”. Com respeito à profundidade, podemos nos referir a essa camada como sendo “subsal”.
Localização de camada pré-sal[1]
No Brasil, foram descobertas reservas de petróleo em camadas pré-sal em uma região de 800 km, que compreende os estados do Espírito Santo e de Santa Catarina. Segundo dados fornecidos pela Petrobras, são produzidos diariamente 360 mil barris de petróleo nas bacias de Santos e de Campos. O benefício desse tipo de petróleo é que, em geral, ele é bem leve, como é o caso desse encontrado, que possui densidade de 28,5ºAPI, além de baixa acidez e baixo teor de enxofre. Visto que a camada de sal preserva a qualidade do petróleo, o seu valor também é maior no mercado.
Mas, atualmente, os olhos voltam-se para as jazidas que ficam no campo petrolífero de Tupi, na Bacia de Santos, estado do Rio de Janeiro, por serem gigantescas – a estimativa é entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo + gás).
Localização de Tupi
O fato de ser um petróleo leve facilita o seu escoamento na extração e também o seu processamento e refinamento. Porém, existem muitas dificuldades na extração de petróleo na camada pré-sal, sendo que, entre elas, há o fato de que o sal a essa profundidade e temperatura comporta-se como um fluido muito viscoso. Com isso, a perfuração e manutenção dos poços é bem mais difícil, tendo em vista que o sal é menos estável. Quando se abre um buraco, logo ele se fecha.
Outro problema reside no fato de que o petróleo também está fervendo nessa profundidade e, ao ser trazido para a plataforma na superfície, a água do mar, que está a 4º C, faz com que a temperatura do petróleo diminua, formando coágulos que entopem os dutos. Como solução para essa questão, os dutos são revestidos com material isolante ou são injetados produtos químicos anticongelantes, como o etilenoglicol.
O maior entrave, no entanto, é o gasto econômico, que pode tornar inviável todo esse esforço. Para a Petrobras, porém, o pré-sal já é uma realidade e os obstáculos estão sendo vencidos.
No entanto, o principal aspecto negativo e que é apontado por muitos que se opõem a essa empreitada do pré-sal é o fato de haver uma necessidade crescente de investir recursos em alternativas ao petróleo, buscando combustíveis mais limpos e que agridam menos o meio ambiente; o Brasil estaria indo na contramão do processo por investir no petróleo e seus derivados.
*Crédito da imagem:
[1] Imagem retirada do site da Petrobras:http://www.petrobras.com/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/pre-sal/