O aquecimento global é um dos piores problemas ambientais temidos pela humanidade. Basicamente, podemos dizer que o principal responsável por sua ocorrência é o gás carbônico (dióxido de carbono – CO2), que é liberado pela queima dos combustíveis fósseis, como os derivados do petróleo. A gasolina é um exemplo desses derivados cuja combustão emite CO2 na atmosfera.
Para entender como a emissão do gás carbônico está ligada ao aquecimento global, precisamos entender primeiro que esse gás é um dos responsáveis pelo efeito estufa, ou seja, ele é capaz de absorver as radiações do sol que foram refletidas pela superfície terrestre e, dessa forma, impedir que elas retornem para o espaço, o que resulta no aumento da temperatura do planeta. Visto que a concentração de gás carbônico vem crescendo cada vez mais na atmosfera, esse efeito estufa intensificou-se, levando ao aquecimento global.
Diante dessa realidade e da busca dos cientistas pelo desenvolvimento de tecnologias para reverter esse processo, um grupo de engenheiros britânicos questionou por que não fazer o processo contrário, isto é, por que não transformar gás carbônico em gasolina? Esse processo seria algo maravilhoso, pois, além de retirar poluição da atmosfera, reduzindo o aquecimento global, ainda produziria um combustível muito importante para a geração de energia.
Essa ideia não ficou apenas na teoria, sendo justamente o que os cientistas da empresa inglesa Air Fuel Syntesis dizem ter conseguido: transformar poluição em gasolina.
Mas como isso foi possível? Bem, os processos e reações químicas usados por eles já são conhecidos há muito tempo. A diferença é que eles descobriram a proporção correta de misturar os ingredientes. As matérias-primas utilizadas são apenas o ar e a água.
A água passa por um processo de eletrólise, no qual é passada por ela uma corrente elétrica que causa a sua decomposição. Conforme explicado no texto Eletrólise da Água, entre os produtos obtidos nesse processo está o gás hidrogênio (H2).
Agora, para obtenção do CO2, o ar da atmosfera é recolhido por uma tubulação parecida com uma chaminé, mas que funciona de forma contrária, isto é, em vez de expelir gases, ela os absorve. Esse ar é colocado em um minirreator para ser separado e resultar no gás carbônico puro.
Esse gás carbônico é combinado com o gás hidrogênio obtido na eletrólise da água para produzir metanol (H3C – OH), que, por sua vez, é transformado em gasolina (uma mistura de vários hidrocarbonetos, como o heptano: H3C – CH2 – CH2 – CH2 – CH2 – CH2 – CH3).
Desse modo, é obtido um combustível que pode ser utilizado em motores de combustão comuns. Todavia, esse processo ainda está em fase experimental. Em pequena escala, os elevados custos não viabilizam a sua produção. No entanto, investidores já se manifestaram, uma vez que a realização desse processo em larga escala pode tornar-se viável.
Se esse processo tornar-se uma realidade, ele pode ser uma boa alternativa aos combustíveis fósseis, tendo em vista que estes não são renováveis e geram poluição desde sua extração até o seu uso final pelo consumidor.
Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto: