Em uma rápida voltinha pela cidade, certamente você encontrará várias plaquinhas indicando venda, aluguel, conserto, entre outros serviços oferecidos, certo? A construção empregada geralmente é o verbo no singular acrescido da partícula apassivadora se. Se você sempre fica em dúvida se tal construção está correta, está na hora de descobrir!
Pois bem, o mais comum é encontrarmos anúncios com o seguinte uso popular da língua portuguesa: vende-se casas, aluga-se quartos, conserta-se roupas, lava-se sofás, entre outros incontáveis exemplos. As pessoas preferem esse tipo de construção porque entendem que ela transmite uma ideia de voz ativa, mas se esquecem de que o verbo precisa concordar em número com o sujeito. A isso damos o nome de concordância verbal.
Portanto, se casas são vendidas, quartos são alugados, roupas são consertadas e sofás são lavados, o uso formal, aquele recomendado pela gramática normativa, é vendem-se casas, alugam-se quartos, consertam-se roupas e lavam-se sofás, tudo escrito com o verbo flexionado no plural. Observe outros exemplos:
Fizeram-se necessárias todas as intervenções jurídicas.
Com a imunização das crianças, evitaram-se epidemias de sarampo.
Nos últimos dez anos, elaboraram-se diversas pesquisas no campo da prevenção de doenças.
Consomem-se agrotóxicos em diversos legumes e vegetais sem saber os efeitos danosos para a saúde.
A construção que vimos anteriormente, com o verbo no singular e sujeito no plural é socialmente aceita, contudo, gramaticalmente ela fere as regras da sintaxe da língua portuguesa, portanto, nesse caso, a adequação ao nível de formalidade é desejável.