Ambas as expressões são tão familiares, concorda? Mas será que em se tratando dos compêndios gramaticais elas se encontram adequadas? Eis o assunto que ora nos propomos a discutir. Por isso, observe:
Tendo em vista o que nos ensina Napoleão Mendes de Almeida, a expressão “ter de” denota obrigação, necessidade. Assim, ao analisarmos os enunciados subsequentes, constatamos de forma explícita tais aspectos:
Esta semana tenho de estudar para as avaliações.
Sinto que tenho de ir visitá-la o quanto antes.
Quanto à expressão “ter que” seria atribuído o sentido referente a “coisas que, algo”.
Hoje tenho muito que fazer. (coisas a fazer)
Temos muito que discutir. (muitas coisas a discutir)
Partindo-se do pressuposto de que a língua passa por notáveis transformações, ambas as formas são aceitáveis, somente com algumas considerações a serem ressaltadas, as quais revelam que a diferença está muito mais na repercussão sonora e na força expressiva que no aspecto histórico. Portanto, fica uma colocação em evidência:
De modo a evitarmos possíveis repetições de tantos “quês” é recomendável utilizar “ter de” e vice-versa. Observemos, pois:
É bem provável que depois do acontecido ela tenha de voltar àquele lugar.
Depois de acertarmos todas as contas, temos que resolver aquela outra questão.
É lastimável que com a vinda dos amigos ela tenha de ir embora.
Concorda que soa bem melhor ao fazermos tal opção?