Sujeito é a função sintática responsável por marcar, na oração, quem pratica ou sofre a ação verbal. Por isso, esse é um dos termos essenciais da oração, apesar de existirem também orações sem sujeito. Há cinco tipos de sujeito: simples, composto, elíptico/oculto/desinencial, indeterminado e inexistente. Além disso, o sujeito pode deslocar sua posição em relação ao predicado, tornando-o preposto ou posposto. Logo, é imprescindível conhecer essa função sintática tão importante para a oração.
Leia também: Termos constituintes da oração — essenciais, integrantes e acessórios
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o sujeito
- 2 - Videoaula sobre o sujeito
- 3 - O que é o sujeito?
- 4 - Tipos de sujeito
- 5 - Posição do sujeito na oração
- 6 - Exercícios resolvidos sobre sujeito
Resumo sobre o sujeito
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O sujeito é a função sintática que determina quem pratica ou sofre a ação do verbo, ou seja, a quem o predicado se refere.
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Os tipos de sujeito são: simples, composto, elíptico/oculto/desinencial, indeterminado e inexistente.
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Na oração, o sujeito pode estar preposto (antes do verbo) ou posposto (depois do verbo).
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Sujeito e predicado são os termos essenciais da oração. O predicado é tudo o que se declara sobre o sujeito, com exceção das orações sem sujeito.
Videoaula sobre o sujeito
O que é o sujeito?
Sujeito é o nome dado à função sintática que se encarrega de marcar aquele ou aquilo que pratica ou sofre a ação do verbo, ou seja, aquele ou aquilo a quem/que se refere a ação do predicado.
Existem algumas formas de identificar o sujeito das orações. A primeira delas é perguntar ao verbo: “Quem?”. Por exemplo, na oração: “Mário nadou na piscina.”, perguntamos: “Quem nadou na piscina?”. A resposta é “Mário”. Ele é o sujeito da oração. Podemos também identificar com quem o verbo da oração concorda, já que uma das regras da gramática da nossa língua é que o verbo deve sempre concordar com o sujeito. Veja os exemplos:
O governo é responsável por garantir o êxito da população. (sujeito: “O governo”)
O governo e a sociedade são responsáveis pelo êxito da população. (sujeito: “O governo e a sociedade”)
Note que no caso em que o sujeito está no singular (um núcleo), o verbo está no singular. Já no caso em que o sujeito está no plural (dois núcleos), o verbo também está no plural.
Tipos de sujeito
O sujeito pode ser simples ou composto, dependendo de quantos núcleos ele apresenta. Também pode ser elíptico/oculto/desinencial, indeterminado ou inexistente. Vejamos cada uma dessas situações.
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Sujeito simples
O sujeito será simples quando apresentar apenas um núcleo. O núcleo é a palavra mais importante do sujeito, indispensável para o entendimento da informação. Vale lembrar que o núcleo do sujeito nunca estará preposicionado, ou seja, precedido de preposição. Observe:
O presidente aprovou a emenda.
O presidente do Brasil aprovou a emenda.
Quando perguntamos: “Quem aprovou a emenda?”, temos como resposta “o presidente”. Logo, esse é o sujeito da oração. O verbo “aprovou”, no singular, também concorda em número com o termo “o presidente”, confirmando-nos que este é mesmo o sujeito. “Presidente” é a palavra mais importante para a oração, logo esse sujeito é simples, pois nele há apenas um núcleo.
No segundo exemplo, ocorre a mesma situação, pois, como vimos, o núcleo do sujeito nunca está preposicionado, e o termo “do Brasil” está precedido de preposição, assim, ele não pode constituir núcleo. Por isso, no segundo caso, também temos um sujeito simples.
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Sujeito composto
Seguindo a mesma linha do sujeito simples, o sujeito composto apresenta dois ou mais núcleos, ou seja, duas ou mais palavras indispensáveis para a informação trazida pelo predicado. Nesse caso, o verbo seguirá concordando com os núcleos do sujeito, logo estará no plural. Veja:
A agricultura e a pecuária são essenciais para a economia do país.
João, Pedro e Marcos apresentaram o trabalho de Matemática.
No primeiro caso, ambas as palavras são indispensáveis para a informação trazida pelo predicado. Quando perguntamos a ele: “Quem é essencial para a economia do país?”, obtemos como resposta: “Agricultura e pecuária”. Logo, as duas palavras compõem o sujeito. O mesmo ocorre no segundo exemplo, uma vez que “João, Pedro e Marcos” apresentaram o trabalho. Ressalta-se que em ambos os casos, os verbos principais dos predicados (“são” e “apresentaram”) estão no plural.
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Sujeito elíptico, oculto ou desinencial
Esses casos acontecem em orações que têm sujeito, porém, ele está “escondido”, ou seja, está oculto, mas existe e pode ser determinado pela desinência verbal (por isso o termo “sujeito desinencial”). Veja os exemplos:
Estou preocupada com a situação do país.
Voltamos tarde da festa ontem.
Se perguntamos ao verbo: “Quem está?” e “Quem voltou?”, podemos reconhecer quem são os sujeitos das orações: os pronomes “eu” e “nós”. Assim, podemos identificar o sujeito; ele está apenas oculto.
(Eu) Estou preocupada com a situação do país.
(Nós) Voltamos tarde da festa ontem.
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Sujeito indeterminado
Em todos os casos que vimos até aqui, os sujeitos das orações estão determinados, ou seja, é possível determiná-los, identificá-los, mesmo quando estão ocultos. Existem casos, no entanto, em que isso não é possível, ocorrendo o que conhecemos como sujeito indeterminado.
O sujeito será indeterminado quando:
→ o verbo estiver na terceira pessoa do plural e não for possível determinar quem desempenhou a ação verbal. Exemplos:
Falaram mal de você. (não é possível identificar quem falou)
Fizeram uma bagunça na casa. (não é possível identificar quem fez a ação)
→ o verbo estiver no singular seguido de índice de indeterminação do sujeito: “-se”. Exemplos:
Precisa-se de funcionários.
Sabe-se de coisas impressionantes do universo.
É impossível determinar quem precisa de funcionários ou quem sabe de coisas do universo, uma vez que o índice de indeterminação do sujeito atua exatamente para que ele não possa ser determinado. Além disso, como dito anteriormente, o núcleo do sujeito nunca poderá estar preposicionado, o que impede os termos posteriores (“funcionários” e “coisas impressionantes do universo”) de exercerem a função de sujeito.
Vale frisar que é importante não confundir o índice de indeterminação do sujeito com a partícula apassivadora “-se”. A principal diferença entre eles é que a partícula apassivadora não indetermina o sujeito, apenas o transforma em voz passiva sintética, sendo possível determiná-lo. Com o índice de indeterminação, isso não acontece. Ademais, funcionando como sujeito das orações, os termos não estarão precedidos de preposição. Veja os exemplos:
Vendem-se casas na praia.
Quebrou-se a taça.
Nesses casos, podemos determinar os sujeitos: “casas na praia” e “taça”. Note que até mesmo o verbo concorda com o sujeito, uma vez que, nesses exemplos, o “-se” funciona como partícula apassivadora.
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Sujeito inexistente
Diferentemente do sujeito que é determinado, mas está apenas oculto, o sujeito inexistente, como o nome já diz, não existe, pois é impossível identificá-lo gramaticalmente ou pelo contexto. Isso ocorre nas chamadas orações sem sujeito. Na língua portuguesa, essas orações são compostas principalmente pelos verbos que denotam fenômenos da natureza e por orações formadas por verbos impessoais, como “fazer” e “haver”. Veja exemplos de verbos que apresentam fenômenos da natureza:
Nevou em Minas Gerais na noite passada.
Choverá forte esta semana.
Se perguntamos: “Quem nevou?” ou “Quem choveu?”, jamais conseguiremos chegar a uma resposta. Isso ocorre porque o sujeito não existe, logo é impossível identificá-lo nesses casos. O mesmo ocorre com os verbos impessoais. Veja os exemplos:
Faz tempo que eu não a vejo.
Há três pessoas na sala.
Tem* muita gente na fila.
*Ressalta-se que esse uso do verbo “ter” pertence à modalidade informal.
Leia também: Tinha ou tinham? Quando o verbo ter é usado com o sentido de existir
Posição do sujeito na oração
O sujeito pode ocupar duas posições nas orações, sempre em relação ao verbo. Assim, ele pode ser preposto ou posposto. Quando o sujeito está antes do verbo, ele é chamado de preposto. Quando ele está depois do verbo, ele é chamado de posposto.
Exemplos:
Ana trabalha muito.
Assim são conhecidas as zonas de áreas florestais do país.
No primeiro exemplo, o sujeito está antes do verbo, por isso é preposto. No segundo exemplo, o sujeito está depois da locução verbal, por isso é posposto. Caso haja dúvida, você pode inverter o sujeito para sua ordem convencional: “As zonas de áreas florestais do país são conhecidas assim.” Ressalta-se que nas situações de sujeito posposto, a atenção à concordância deve ser redobrada.
Leia também: Tipos de predicado — verbal, nominal e verbo-nominal
Exercícios resolvidos sobre sujeito
Questão 1
(Fuvest) Assinale a alternativa em que há oração sem sujeito.
A) Existe um povo que a bandeira empresta.
B) Embora com atraso, haviam chegado.
C) Existem flores que devoram insetos.
D) Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo.
E) Há de haver recurso desta sentença.
Resolução:
Alternativa E
É a única oração que não pode ter um sujeito identificado, uma vez que é composta pelo verbo haver no seu modo impessoal. Na letra A, o sujeito está apenas posposto. Na letra B, o verbo “haviam” está flexionado na terceira pessoa do plural (eles), ou seja, o sujeito está indeterminado, porém existe. Na letra C há mais um caso de sujeito posposto. Na letra D, o sujeito é “alguns de nós”. A oração da letra E é uma oração sem sujeito, ou seja, o sujeito é inexistente.
Questão 2
(Osec-SP) Nas seguintes orações:
“Pede-se silêncio.”
“A caverna anoitecia aos poucos.”
“Fazia um calor tremendo naquela tarde.”
O sujeito se classifica respectivamente como:
A) indeterminado, inexistente, simples
B) oculto, simples, inexistente
C) inexistente, inexistente, inexistente
D) oculto, inexistente, simples
E) simples, simples, inexistente
Resolução:
Alternativa E
No primeiro caso, “silêncio” é o sujeito, já que o “-se” está funcionando como partícula apassivadora. Logo, trata-se de um sujeito simples. Metaforicamente, o verbo “anoitecer” está relacionado ao termo “A caverna”, o que torna o sujeito da sentença simples. No terceiro caso, o verbo “fazia” está em sua forma impessoal, ou seja, há uma oração sem sujeito.