Em se tratando de situações comunicativas, estejam essas relacionadas tanto à fala quanto à escrita, servimo-nos do acervo de que dispomos no que tange à escolha das palavras conforme a intenção que ora desejamos provocar mediante a interlocução.
Nesse sentido, até mesmo por razões óbvias, a tendência desse acervo é tornar-se cada vez mais ampliado, haja vista que buscamos em distintas possibilidades os artifícios para que isso ocorra de forma quase que natural: a leitura e a escrita são uma delas, pois quanto mais lemos, quanto mais nos mantemos familiarizados, as possibilidades de “ganho” lexical tornam-se fator preponderante.
Cabe afirmar, dessa forma, que tais pressupostos encontram numa parte da gramática seu “habitat” natural - na semântica, por excelência. Tal parte, por sua vez, incumbe-se de estudar os aspectos relacionados ao sentido, ao significado que se atribui às palavras, aos enunciados. Assim, eis alguns aspectos que dela fazem parte:
Sinonímia e Antonímia
Sinônimassão as palavras cujo sentido mostra-se semelhante, razão pala qual podemos desfrutar, ora de um vocábulo, ora de outro, e assim construirmos nossos discursos, de forma a adequá-los consoante às finalidades discursivas a que pretendemos no momento da interlocução. Assim, exemplos com estes ilustram a ocorrência de que falamos:
BONITO = BELO
BONDOSO = CARIDOSO
ÁGIL = ESPERTO
LIDERANÇA = COMANDO...
Antonímia, como o próprio nome já nos revela, relaciona-se ao sentido contrário, oposto, demarcado pelas palavras. Nesse sentido, temos:
CARISMÁTICO (A) X ANTIPÁTICO (A)
EXTROVERTIDA (O) X INTROVERTIDO (A), TÍMIDO (A)
ORGANIZADO X CAÓTICO
PACÍFICO X TURBULENTO...
Campo semântico, hiponímia e hiperonímia
Observe os seguintes vocábulos: carteiras, apagador, giz, caderno, caneta, mochila, livros...
Todos eles apresentam entre si certa familiaridade, em decorrência de pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, objetos que se fazem presentes no ambiente de sala de aula.
Partindo dessa perspectiva, e, sobretudo, avançando nossos estudos, cabe afirmar que a sala de aula representa o hiperônimo, cujo sentido é mais amplo, genérico. Enquanto que giz, caneta, quadro, carteiras representam palavras cujo sentido é mais restrito, atuando, portanto, como hipônimos.
Polissemia
Estamos diante de uma ocorrência em que a situação, o contexto em que se dá uma determinada situação comunicativa, uma mesma palavra pode adquirir sentidos distintos, denotações variadas. Assim, acessando o texto “O sentido polissêmico das palavras”, você perceberá a materialidade dos fatos expostos, como bem nos demonstram os exemplos que seguem:
Convidamos algumas minas para sair.
A balada em que estivemos essa noite era só animação.
O vizinho será punido em decorrência do gato que fez na fiação elétrica da residência dele.