O Romantismo é um estilo de época do século XIX. Ele surgiu no contexto histórico da Revolução Francesa, iniciada em 1789. Assim, com a ascensão da burguesia, a ideia de liberdade individual tomou força, o que muito contribuiu para o egocentrismo romântico. Outro fato histórico importante foram as conquistas napoleônicas, que acabaram despertando, nos países invadidos, um forte sentimento patriótico.
Portanto, o Romantismo é um estilo de época caracterizado por:
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subjetividade;
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nacionalismo;
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exagero sentimental;
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idealizações;
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sofrimento amoroso.
Tanto no Brasil quanto em Portugal, ele apresenta três fases distintas. Já a prosa romântica brasileira está dividida em quatro tipos de romance, isto é, urbano, indianista, regionalista e histórico.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Contexto histórico do Romantismo
- 2 - Características do Romantismo
- 3 - Fases do Romantismo
- 4 - Romantismo em Portugal
- 5 - Romantismo no Brasil
- 6 - Autores do Romantismo
- 7 - Obras do Romantismo
- 8 - Exercícios resolvidos sobre Romantismo
Contexto histórico do Romantismo
Com a Revolução Francesa (1789-1799), a classe burguesa subiu ao poder. A partir de então, passou a influenciar econômica e politicamente os rumos da França. Assim, a diminuição do poder da aristocracia atingiu toda a Europa. Antes disso, ocorreu a Independência dos Estados Unidos, em 4 de julho de 1776, que foi de grande inspiração para os franceses.
Dessa forma, tanto a Europa quanto o continente americano passaram a valorizar um regime democrático não monárquico. A ideia de um monarca detentor de um poder divino sobre seus servos ficou ultrapassada. Agora, havia uma nova força política, isto é, o cidadão burguês, com deveres, mas também direitos.
Entre 1799 e 1815, Napoleão Bonaparte (1769-1821) realizou a expansão do império francês. Assim, invadiu alguns países, como Alemanha e Portugal. Tais conquistas napoleônicas acabaram fortalecendo o sentimento de nacionalidade nos territórios ocupados. Dessa forma, o Romantismo nasceu não só influenciado pelo ideal de liberdade francês e estadunidense, mas também pelo nacionalismo alemão.
Em 1807, devido à ameaça de invasão, D. João VI (1767-1826) e sua corte fugiram de Portugal em direção ao Brasil, que passou a ser a sede do governo. Dessa forma, a colônia, que tinha importância econômica, adquiriu também relevância política. Só em 1821, D. João VI, temendo perder o poder em Portugal, voltou ao seu país, onde precisou enfrentar revoltas que precederam a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).
Diante desse contexto, os artistas românticos foram de suma importância para unir a nação portuguesa em um mesmo sentimento patriótico. Enquanto isso, no Brasil, a independência, ocorrida em 1822, inspirava os escritores e artistas brasileiros a dar forma a uma identidade nacional, com características originais.
Características do Romantismo
• Subjetividade
• Nacionalismo
• Excesso de adjetivos
• Sentimentalismo
• Sofrimento amoroso
• Idealização da mulher
• Bucolismo
• Uso exagerado de exclamações
• Disseminação dos valores burgueses
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Fases do Romantismo
No Brasil e em Portugal, o Romantismo é dividido em três fases. Em Portugal:
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a primeira fase (1825-1840) é caracterizada pelo nacionalismo;
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a segunda fase (1840-1860), pelo sentimentalismo exagerado;
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a terceira fase (1860-1870), pela temática social pré-realista.
No Brasil, essas características se mantêm, mas são adaptadas à realidade brasileira. Assim:
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primeira geração (1836-1853) é marcada pelo nacionalismo e pelo indianismo;
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a segunda geração (1853-1870), pela temática do amor e da morte;
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a terceira geração (1870-1881), pela poesia social e abolicionista.
No entanto, as gerações românticas brasileiras estão relacionadas à poesia. Quanto à prosa, os críticos optaram por separar os romances em categorias. Assim, os romances românticos brasileiros podem ser urbanos, indianistas, regionalistas ou históricos. Todavia, em romances como Iracema, de José de Alencar, o indianismo se mescla ao caráter histórico.
Romantismo em Portugal
A primeira fase do Romantismo português é caracterizada pelo sentimento de nacionalidade. Tal nacionalismo foi motivado pela invasão francesa ocorrida, pela primeira vez, em 1807. Esse evento foi o causador da fuga da família real portuguesa para o Brasil. A experiência vivida fez com que os artistas portugueses, anos mais tarde, buscassem imprimir, em suas obras, um caráter nacional. Essa primeira fase, que durou de 1825 a 1840, apresenta um caráter medievalista, idealizador, nacionalista e saudosista.
Assim, em 1840, uma nova fase do movimento teve início. O Ultrarromantismo português, que perdurou até 1860, evidencia textos sentimentalistas, pessimistas e melancólicos. Nessa segunda fase, também é predominante a temática do amor idealizado.
Por fim, a terceira fase, que vai de 1860 a 1870, é pré-realista. A temática predominantemente social apresenta, portanto, um cunho mais crítico. Essa fase ainda não tem as marcas que caracterizam o Realismo e o Naturalismo; porém, já mostra um aspecto menos idealizador da realidade.
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Almeida Garrett
No mais, vale destacar a importância do escritor Almeida Garrett para o Romantismo português. Ele foi o introdutor do Romantismo em Portugal. Para forjar uma identidade nacional, o poeta trouxe o enaltecimento da nação novamente para a literatura portuguesa. Assim, o autor uniu literatura e política em sua trajetória artística.
Com o poema Camões, Garrett criou um herói nacional e valorizou a tradição de seu país. Camões, o poeta nacional, apesar de integrante do Classicismo, tornou-se uma espécie de símbolo romântico, pois encarnou o espírito patriótico. Desse modo, o Camões de Garrett representa a liberdade, possui um destino trágico e sofre pela saudade da pátria.
Garrett também foi o criador do Teatro Nacional, em 1836. Porém, o teatro só foi inaugurado em 1846. Com isso, o escritor teve a oportunidade de permitir que o Romantismo de cunho nacionalista estivesse representado nos palcos portugueses. Dessa forma, houve uma valorização dos textos dramáticos nacionais.
Romantismo no Brasil
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Poesia
A primeira geração romântica no Brasil, com duração aproximada de 1836 a 1853, é chamada de indianista ou nacionalista. Portanto, apresenta, como símbolos de nacionalidade, a figura heroica do índio e o espaço da floresta. As poesias dessa geração também trazem o sofrimento amoroso e a idealização da mulher.
Já a segunda geração do Romantismo brasileiro é considerada ultrarromântica, byroniana ou do mal do século. Assim, durante o período de 1853 a 1870, foram publicadas poesias que falam do sofrimento amoroso, do tédio e da angústia existencial. Nelas, a partir de uma perspectiva pessimista diante da realidade, a morte é vista como única salvação.
A poesia condoreira marca a terceira geração romântica, no período de 1870 a 1881. É uma poesia de transição entre o Romantismo e o Realismo. Por isso, apresenta crítica sociopolítica e evita a idealização da realidade. Nessa fase, a temática da escravidão está presente em vários poemas do poeta abolicionista Castro Alves.
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Prosa
No entanto, as gerações de poetas românticos dividiram os holofotes com os romancistas, que produziram quatro tipos de romance. O romance urbano é melodramático e apresenta amor e mulher idealizados. O espaço da narrativa é o Rio de Janeiro, onde os personagens reproduzem os costumes, isto é, o estilo de vida da elite burguesa.
O romance indianista faz parte do projeto de construção de uma identidade artística brasileira. Dessa forma, o herói ou heroína é indígena. O cenário para a história de amor e para as aventuras dos personagens é a floresta brasileira. É realizada uma reconstituição do passado histórico, em que a miscigenação ocorre de forma harmoniosa entre portugueses e indígenas.
No romance regionalista, o homem do campo, ignorante e rude, é o herói nacional. Os personagens reproduzem a fala típica de regiões do Brasil. As características de uma sociedade rural e patriarcal são apresentadas às leitoras e leitores urbanos. O romancista tem o objetivo de mostrar o Brasil aos brasileiros. E, assim como no romance urbano, o par romântico precisa vencer um obstáculo para alcançar a felicidade amorosa.
Enfim, o romance histórico, assim como os três tipos de romance citados anteriormente, também apresenta amor e mulher idealizados. Contudo, o que o caracteriza é a presença de fatos e personagens históricos relacionados à temática principal. Desse modo, realidade e ficção se misturam, já que fatos e personagens fictícios também fazem parte da obra.
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Teatro
Já o teatro romântico brasileiro é composto por dramas históricos; mas, principalmente, por peças de cunho cômico e popular. Nesses textos, a idealização está presente; porém, as obras dramáticas apresentam um caráter mais crítico, mesmo que sutil ou amenizado pelo humor. O teatro, portanto, cumpre a função de disseminar os valores românticos, também, para aqueles que não sabiam ler.
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Autores do Romantismo
→ Em Portugal
• Almeida Garrett (1799-1854)
• António Feliciano de Castilho (1800-1875)
• Alexandre Herculano (1810-1877)
• Soares de Passos (1826-1860)
• Antero de Quental (1842-1891)
• João de Deus (1830-1896)
• Júlio Dinis (1839-1871)
• Camilo Castelo Branco (1825-1890)
→ No Brasil
• Gonçalves de Magalhães (1811-1882)
• Gonçalves Dias (1823-1864)
• Álvares de Azevedo (1831-1852)
• Casimiro de Abreu (1839-1860)
• Fagundes Varela (1841-1875)
• Castro Alves (1847-1871)
• Sousândrade (1832-1902)
• Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)
• José de Alencar (1829-1877)
• Manuel Antônio de Almeida (1830-1861)
• Visconde de Taunay (1843-1899)
• Franklin Távora (1842-1888)
• Bernardo Guimarães (1825-1884)
• Maria Firmina dos Reis (1822-1917)
Obras do Romantismo
→ Poesia portuguesa
• Camões (1825), de Almeida Garrett.
• D. Branca (1826), de Almeida Garrett.
• A noite do castelo e Os ciúmes do bardo (1836), de António Feliciano de Castilho.
• A harpa do crente (1838), de Alexandre Herculano.
• Poesias (1856), de Soares de Passos.
• Odes modernas (1865), de Antero de Quental.
• Flores do campo (1868), de João de Deus.
→ Poesia brasileira
• Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães.
• Últimos cantos (1851), de Gonçalves Dias.
• Lira dos vinte anos (1853), de Álvares de Azevedo.
• Os timbiras (1857), de Gonçalves Dias.
• O guesa errante (1884), de Sousândrade.
• As primaveras (1859), de Casimiro de Abreu.
• Vozes da América (1864), de Fagundes Varela.
• Cantos e fantasias (1865), de Fagundes Varela.
• Espumas flutuantes (1870), de Castro Alves.
• Os escravos (1883), de Castro Alves.
→ Romance português
• Eurico, o presbítero (1844), de Alexandre Herculano.
• Amor de perdição (1862), de Camilo Castelo Branco.
• Coração, cabeça e estômago (1862), de Camilo Castelo Branco.
• As pupilas do Senhor Reitor (1867), de Júlio Dinis.
→ Romance brasileiro
• A moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo.
• Memórias de um sargento de milícias (1854), de Manuel Antônio de Almeida.
• O guarani (1857), de José de Alencar.
• Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis.
• Lucíola (1862), de José de Alencar.
• Iracema (1865), de José de Alencar.
• A luneta mágica (1869), de Joaquim Manuel de Macedo.
• Inocência (1872), de Visconde de Taunay.
• Ubirajara (1874), de José de Alencar.
• Senhora (1875), de José de Alencar.
• A escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães.
• O Cabeleira (1876), de Franklin Távora.
→ Teatro português
• Um auto de Gil Vicente (1838), de Almeida Garrett.
• A crente na liberdade (1838), de Alexandre Herculano.
• O Alfageme de Santarém (1842), de Almeida Garrett.
• Os infantes em Ceuta (1842), de Alexandre Herculano.
• Frei Luís de Sousa (1843), de Almeida Garrett.
• Um rei popular (1858), de Júlio Dinis.
• Um segredo de família (1860), de Júlio Dinis.
• O morgado de Fafe em Lisboa (1861), de Camilo Castelo Branco.
→ Teatro brasileiro
• O noviço (1853), de Martins Pena.
• Macário (1855), de Álvares de Azevedo.
• O demônio familiar (1857), de José de Alencar.
• As asas de um anjo (1860), de José de Alencar.
• Gonzaga ou A revolução de Minas (1867), de Castro Alves.
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Exercícios resolvidos sobre Romantismo
Questão 1 – (Enem)
O sertão e o sertanejo
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade. Transborda a vida.
TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adaptado).
O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a
A) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação.
B) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país.
B) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.
D) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.
E) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.
Resolução
Alternativa D. Inocência é um romance regionalista do Romantismo brasileiro. Um dos objetivos desse tipo de prosa é mostrar o Brasil aos brasileiros. Como o país era, e ainda é, muito extenso, no século XIX, muitos(as) brasileiros(as) desconheciam as peculiaridades de cada região. Portanto, alguns romances contribuíram para expandir os limites geográficos da terra brasileira, cuja riqueza cultural era desconhecida pelos(as) leitores(as). O que se esperava era que tal conhecimento despertasse nesses(as) leitores(as) um sentimento de união do território nacional, já que, finalmente, tinham acesso à diversidade cultural do povo brasileiro.
Questão 2 – (Enem)
O canto do guerreiro
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.
Macunaíma
(Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
Mário de Andrade.
A leitura comparativa dos dois textos acima indica que
A) ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heroica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico.
B) a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil.
C) as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1o texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2o texto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.
D) o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil.
E) os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo texto.
Resolução
Alternativa C. No primeiro texto, a pergunta “— Quem há, como eu sou?” demonstra um índio heroico e orgulhoso de si mesmo. Essa postura do indígena condiz com o projeto nacionalista da primeira geração romântica, representada pelo poeta Gonçalves Dias. Já a pergunta “Quem podia saber do Herói?”, no segundo texto, demonstra uma visão não romântica da realidade do povo indígena brasileiro. Assim, o modernista Mário de Andrade evidencia o extermínio dos nativos.
Questão 3 - (Enem)
Texto 1
“Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
As lágrimas são gotas da mentira
E o juramento manto da perfídia.”
Joaquim Manuel de Macedo.
Texto 2
“Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA”
Manuel Bandeira.
Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem que:
A) há um tratamento idealizado da relação homem/ mulher.
B) há um tratamento realista da relação homem/ mulher.
C) a relação familiar é idealizada.
D) a mulher é superior ao homem.
E) a mulher é igual ao homem.
Resolução
Alternativa B. Apesar de Joaquim Manuel de Macedo ser um autor romântico, a palavra “lágrimas”, em seus versos, sugere a falsidade do homem. Portanto, o eu lírico está sendo realista, ou seja, não realiza a idealização romântica. Já no poema do modernista Manuel Bandeira, a palavra “lágrima”, de forma realista, também sugere a falsidade masculina. Desse modo, em ambos os textos, há um tratamento realista da relação homem/mulher. E, por fim, vale lembrar que, mesmo pertencendo a determinado estilo, um autor, como ocorre com Joaquim Manuel de Macedo, às vezes, pode surpreender o(a) leitor(a) e apresentar, em seus textos, alguma característica não esperada e até mesmo contrária ao estilo do qual o escritor faz parte. Por isso, o entendimento do que se lê é de suma importância.
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