Polissíndeto

Polissíndeto é uma figura de sintaxe. Ele é caracterizado pela repetição de conjunções coordenativas. Delas, a repetição da conjunção “e” ocorre com mais frequência.

Polissíndeto é uma figura de linguagem caracterizada pela repetição.
Polissíndeto é uma figura de linguagem caracterizada pela repetição.

Polissíndeto é uma figura de construção ou de sintaxe em que se verifica a repetição de uma conjunção coordenativa; especialmente, da conjunção aditiva “e”. Em oposição a essa figura, temos o assíndeto, que consiste na ausência de conjunções. Já a anáfora é a repetição de um ou mais termos no início de versos, orações ou períodos.

Leia também: Assonância — o jogo de sentidos com os sons vocálicos

Tópicos deste artigo

Resumo sobre polissíndeto

  • O polissíndeto consiste na repetição de uma conjunção coordenativa.

  • O assíndeto é caracterizado pela ausência de conjunção coordenativa.

  • A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras no início de versos ou orações.

O que é polissíndeto?

Polissíndeto é uma figura de linguagem caracterizada pela repetição de conjunções coordenativas, tais como: “e”, “ou”, “nem”, “mas” etc.

No entanto, é mais comum a repetição da conjunção aditiva “e”:

Ricardo chorou, e gritou, e implorou, e falou tudo que estava engasgado na garganta.

Ela corre, e pula, e dança de alegria.

A inteligência é forte e poderosa e capaz de transformar a realidade.

Eu sou belo e inteligente e nada modesto.

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Diferença entre polissíndeto e assíndeto

Se o polissíndeto é a repetição de uma conjunção, o assíndeto, ao contrário, é uma figura de linguagem caracterizada pela ausência de conjunções coordenativas:

Ricardo chorou, gritou, implorou, falou tudo que estava engasgado na garganta.

Ela corre, pula, dança de alegria.

A inteligência é forte, poderosa, capaz de transformar a realidade.

Eu sou belo, inteligente, nada modesto.

Diferença entre polissíndeto e anáfora

A anáfora também é uma figura de linguagem caracterizada pela repetição. Contudo, diferencia-se do polissíndeto, já que consiste na repetição de uma ou mais palavras no início de versos, períodos ou orações:

O que você quer de mim? O que você pensa que eu tenho? O que você busca, afinal?

Observe estes versos da letra de música “Onde anda você”, de Vinicius de Moraes (1913-1980):

E por falar em saudade
Onde anda você
Onde andam os seus olhos
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto
De tanto prazer

E por falar em beleza
Onde anda a canção
Que se ouvia na noite
Dos bares de então
Onde a gente ficava
Onde a gente se amava
Em total solidão

[...]

Porém, se houver a repetição de conjunção coordenativa no início de versos, períodos ou orações, temos um polissíndeto:

E acordei cedo. E trabalhei muito. E fiquei cansado. E dormi feito uma pedra.

Veja também: Anacoluto – isolamento de termos no início do enunciado

Exercícios resolvidos sobre polissíndeto

Questão 01

Analise os enunciados a seguir e marque a alternativa em que se verifica a presença de um polissíndeto.

a) Busco felicidade, prazer, amor, amizade.

b) Todos querem, todos sonham, todos compram.

c) Quem sou eu, quem é você, quem somos nós?

d) O livro é genial, profundo, emocionante.

e) Quero um sorvete, e um bolo, e um pudim.

Resolução:

Alternativa “e”

No enunciado “Quero um sorvete, e um bolo, e um pudim”, é possível apontar a repetição da conjunção coordenativa aditiva “e”.

Questão 02

(Ufla)

A UM POETA

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

A escola parnasiana busca a perfeição formal, valendo-se de uma linguagem elaborada, com muitas inversões na estrutura sintática do texto, para alcançar um resultado perfeito. No que diz respeito aos recursos formais utilizados por Bilac no poema apresentado, verifica-se que

a) o recurso estilístico do polissíndeto não é utilizado no poema.

b) o esquema de rima de todo o poema é ABBA e CDC.

c) os versos têm 12 sílabas, destacando o trabalho fonético e gramatical.

d) os versos são decassílabos e se trata de um soneto.

Resolução:

Alternativa “d”

No soneto de Olavo Bilac, os versos são decassílabos (10 sílabas poéticas). No entanto, para chegar à resposta correta, é preciso, também, perceber que a última estrofe tem um esquema de rima DCD e que há um polissíndeto no seguinte verso: “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!”.

Questão 03

(Unimontes) Sobre os fragmentos da obra A alma encantadora das ruas: crônicas, do escritor João do Rio, todas as classificações estão corretas, EXCETO

a) “É preciso remediar a fatalidade” — polissíndeto.

b) “Balzac nos dizia que as ruas de Paris nos dão impressões humanas” — intertexto.

c) “[...] ei-lo a pintar os pensamentos, a fisionomia, a alma das ruas” — personificação.

d) “[...] a palavra surgiu no ruído perceptível da agulha na pela: tac, tac” — onomatopeia.

Resolução:

Alternativa “a”

Em “É preciso remediar a fatalidade”, não ocorre polissíndeto, pois não há a repetição de conjunção coordenativa.

Por: Warley Souza

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