É certo que para construirmos nosso pensamento, elaborarmos nossa opiniões e, consequentemente, formalizarmos nossos discursos dispomos de um conjunto de recursos oferecidos pela própria língua. Contudo, tão importante quanto usar estes recursos é, sem dúvida, compreendermos que cada um deles se constitui de uma função, específica por sinal. Assim, ao utilizarmos as conjunções, conscientizamo-nos de que elas, assim como as preposições, representam elementos de ligação, de conexão. Dessa forma, podemos afirmar que elas (as conjunções) se caracterizam como aquelas palavras que ligam orações ou termos semelhantes de uma oração, coordenando ou subordinando umas às outras.
Nesse sentido, atendendo ao propósito de coordenar, recebem classificações distintas, tais como: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. Já ocupando a posição de subordinar, ou seja, de estabelecer dependência sintática entre as orações de que se constitui um dado período, as classificações são ainda mais diversas, citando como alguns exemplos as causais, temporais, conformativas, concessivas, consecutivas e assim por diante. Diante de uma afirmativa como essa, torna-se inegável a existência de uma listagem de cada um desses grupos – o que às vezes se torna algo estigmatizado para o próprio usuário, haja vista que ele se vê na obrigação de decorá-las, desprezando o que de mais importante emerge nesse contexto – os vários sentidos que apresentam, levando em conta o contexto comunicativo em que se encontram inseridas.
Pois bem estimado(a) usuário(a), é justamente por esse fato, passível de ser reconsiderado, reanalisado, que resolvemos esticar um pouco mais dessa nossa conversa, cujo intuito é fazer que você perceba que realmente, em se tratando da situação em que se encontrar demarcada, uma mesma conjunção pode apresentar sentidos diferentes, e em decorrência disso é que se torna de fundamental importância dispormos dessa habilidade - a de analisá-las para podermos caracterizá-las melhor, da forma mais adequada. Para tanto, vejamos algumas considerações:
Fizemos a pesquisa como você pediu.
O sentido que podemos atribuir a esse caso se refere à conformidade.
Beatriz é como a irmã dela.
Aqui, nesse, o sentido é de comparação.
Como você não veio, as tarefas não foram delegadas.
Já nesse, a ideia se atém à causa, referente ao fato de as tarefas não terem sido delegadas.
Desde que você compareça à reunião, pode chegar um pouco mais tarde.
Em se tratando desse contexto, podemos afirmar que o sentido se refere à condição.
Ele está feliz desde que ela chegou.
Aqui ele se define pela ideia de tempo.