Existem algumas palavras que podem conter em uma única sílaba um encontro vocálico, ou seja, a presença de duas ou mais vogais e semivogais. No entanto, o conceito de semivogal não nos é muito claro e dificulta a identificação desse fenômeno fonético que pode ocorrer na estrutura do vocábulo. Por esse motivo, iniciaremos o nosso estudo neste texto exatamente pelo reconhecimento das semivogais, que podem aparecer em sílabas com as características referidas anteriormente.
Tópicos deste artigo
⇒ Vogais, semivogais e consoantes
Sabe-se que as vogais são fonemas sonoros que, durante a sua pronúncia, não possuem obstáculos na cavidade bucal, uma vez que essa está totalmente aberta para a passagem do ar. Além disso, sabe-se ainda que as vogais são a base das sílabas em língua portuguesa, e as consoantes e semivogais são os elementos assilábicos. Essa característica assilábica das consoantes deve-se ao fato de que, acústica e fisiologicamente, elas sejam pronunciadas de forma diferente das vogais, ou seja, no momento da pronúncia, a cavidade bucal está total ou parcialmente fechada, impedindo a saída do ar.
No caso das semivogais, o que as caracteriza é uma tonicidade mais fraca em relação à vogal que serve de base para as sílabas. Veja:
cai -xa
pau
Nesse exemplo, as letras i e u comportam-se como semivogais, e a letra a é uma vogal. Assim, chamam-se semivogais o i e u (orais ou nasais) quando acompanham uma vogal em uma mesma sílaba e são assilábicos.
Finalmente, de posse dos conceitos de vogais e semivogais, podemos abordar o fenômeno fonético conhecido como tritongo. Como conceituação, temos que:
→ TRITONGO é o encontro de uma vogal e duas semivogais em uma mesma sílaba. Pode ser oral ou nasal.
Exemplos:
a) tritongos orais:
Pa-ra-guai (semivogal + vogal + semivogal)
en-xa-guei (semivogal + vogal + semivogal)
a-pa-zi-guou (semivogal + vogal + semivogal)
b) tritongos nasais:
mín-guam (semivogal + vogal + semivogal)*
sa-guões (semivogal + vogal + semivogal)
quão (semivogal + vogal + semivogal)
* Interessante notar que, no primeiro exemplo (mínguam), a última semivogal não está representada graficamente pela letra correspondente. No entanto, é importante lembrar que estamos nos referindo a um fenômeno fonético, e não ortográfico, o que justificaria essa aparente ausência na escrita, mas claramente representada pelo fonema /w/.
Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto: