Ao falarmos acerca do aspecto verbal, logo o contextualizamos nas distintas particularidades atribuídas a esta classe gramatical, as quais assim se representam:
* Modo – expressando um fato certo (indicativo), um fato duvidoso (subjuntivo), uma ordem, um desejo (imperativo);
* Tempo – expressando um processo em plena ocorrência (presente), um que já ocorreu (pretérito) e um que ainda ocorrerá (futuro);
* Número e pessoa – processos que se relacionam a um único ser (singular) ou a mais de um deles (plural); esse mesmo número está relacionado a uma pessoa verbal, no singular (eu, tu, ele) e no plural (nós, vós, eles);
* Voz – indicando se o ser a que o verbo se refere é um agente (voz ativa), paciente (voz passiva) ou agente e paciente ao mesmo tempo (voz reflexiva);
Munidos de tais noções, partamos agora rumo à compreensão de mais uma delas: o aspecto verbal, ou seja, a duração referente ao processo verbal.
Para tanto, partiremos da noção que se aplica às diferenças entre o pretérito perfeito e o imperfeito, uma vez que este nos revela uma ação não concluída, e aquele uma ação terminada. Contudo, essa diferença está relacionada ao aspecto que, conforme dito antes, faz referência ao tempo que dura o processo verbal. Observemos:
Carlos concluía a educação básica quando se mudou para São Paulo.
Podemos inferir que se trata de um aspecto imperfeito, haja vista que a tempo verbal não nos apresenta limites claros, podendo se prolongar no passado por um período de tempo impreciso.
Agora, analisando este outro exemplo:
Carlos concluiu a educação básica no Colégio Ateneu.
Temos que se trata de um processo concluído, noção que confere ao aspecto verbal um aspecto perfeito.
Fazendo um exame acerca do valor de outros tempos verbais, há que se constatar que essa questão do aspecto verbal também se estende ao presente do indicativo e ao presente do subjuntivo, cuja natureza é a de serem imperfeitos. Vejamos os exemplos que seguem:
Venho sempre aqui.
É bem possível que ele venha sempre aqui.
Em ambos os casos, como antes expresso, o aspecto verbal é tido como imperfeito, haja vista que não nos repassam a ideia de limites precisos no que tange ao aspecto verbal.
Diferentemente do que ocorre quando analisamos o pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo e do modo subjuntivo, que, como o próprio nome já nos revela, definem-se por apresentar processos já concluídos e anteriores a outros. Razão pela qual afirmamos que se trata de um aspecto perfeito. Constatemos, pois:
Ao visitarmos o colégio, encontramos o trabalho que o professor deixara (ou havia deixado) na aula anterior.
Ou ainda:
Se tivéssemos nos esforçado, teríamos obtido sucesso na maratona esportiva.