O assunto que nos motiva a travar essa rica e proveitosa discussão diz respeito à linguagem formal e à linguagem informal, ambas recorrentes em situações cotidianas de comunicação, mas demarcadas por aspectos relacionados à própria situação em que o ato comunicativo se faz materializado. Nesse sentido, apoiados nessa “pauta”, digamos assim, importante é fazer menção àquela questão relacionada ao “certo” e ao “errado”, pois mediante os avanços dos estudos linguísticos, sentirmos amparados por essa dualidade é não levar em conta o próprio contexto em que se dá a comunicação propriamente dita.
Dessa forma, faz-se necessária uma conscientização de que realmente há uma variedade padrão, também considerada de prestígio, a qual subsidia aquelas situações em que devemos fazer uso dos conhecimentos norteados pelo padrão formal da linguagem, justamente porque nesse contexto de comunicação deve, necessariamente, prevalecer o uso da linguagem formal. Situações essas demarcadas por uma produção textual no ambiente escolar, em concursos e vestibulares, entre outras. Assim falando, dá a entender que estamos nos referindo somente à linguagem escrita, mas é importante estarmos cientes de que circunstâncias ligadas à oralidade também requerem tal posicionamento, como o que ocorre em uma entrevista de emprego, numa apresentação de um seminário, num discurso presidido em solenidades de uma forma geral, enfim, muitas são as vezes em que assim devemos agir.
Contudo, presos à noção de que o uso da linguagem se compara a um hábito bem cotidiano, como é o caso das vestimentas de que fazemos uso, ou seja, para cada situação há um traje, em específico, também o é o modo como nos posicionamos em determinadas situações de interação. Nesse sentido, equivale afirmar que a forma descontraída da qual usufruímos em uma conversa informal com os amigos, por exemplo, não é a mesma daquela utilizada nas situações formais acima descritas. Assim, tal fato nos leva a crer que o mesmo ocorre naquelas situações em que precisamos nos comunicar com mais agilidade, como acontece numa mensagem enviada pelo celular, enfim, como em tantos outros momentos, a esclarecer, até aqueles bastante utilizados pelos interlocutores situados no espaço virtual.
Com base nesses pressupostos, parece não ser demasiado voltarmos à noção de que precisamos fazer uso da linguagem de forma adequada, levando em conta a situação de fala e/ou escrita. Equivale afirmar, nesse sentido, que em se tratando de situações específicas de intelocução o uso da linguagem formal deve ser o fator mediador, mas, em se tratando de situações consideradas mais informais, assim dizendo, nada há que nos impeça de utilizar a linguagem informal.