A interpretação de texto é quando estabelecemos uma relação entre as informações presentes em um (ou mais) texto(s) a fim de extrair uma explicação para ele(s). O processo de interpretação envolve três fatores essenciais: a pré-compreensão, a compreensão e a interpretação. Além disso, a noção de elementos contextuais e estruturais da linguagem e a identificação do gênero textual nos ajudam a explicar melhor o texto, ou melhor, a interpretá-lo.
A interpretação é pré-requisito básico para a resolução de questões do Enem tanto do eixo linguagens ou quanto dos demais. Na prova, os alunos são avaliados por meio de uma diversidade de textos, como infográficos, quadrinhos, produções literárias e não literárias etc.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre interpretação de texto
- 2 - O que é interpretação de texto?
- 3 - Como se faz a interpretação de texto?
- 4 - Dicas para uma ótima interpretação de texto
- 5 - Interpretação de texto no Enem
- 6 - Interpretação x compreensão de textos
- 7 - Exercícios resolvidos sobre interpretação de texto
Resumo sobre interpretação de texto
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A interpretação de texto é, de maneira sintetizada, o processo de explicar um texto.
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Para fazê-la, é importante seguir as seguintes etapas: 1) pré-compreensão; 2) compreensão; e 3) interpretação.
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Para uma ótima interpretação, é importante ter domínio dos gêneros textuais, noção das formas de linguagem (denotativa e conotativa) e saber quais são as condições de produção do texto.
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No Enem, as questões de interpretação apresentam-se com base em gêneros diversos, como anúncios publicitários, quadrinhos, notícias, trechos de obras literárias etc.
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A interpretação é o processo final de explicação de um texto. Já a compreensão é o nível intermediário anterior à interpretação de texto.
O que é interpretação de texto?
Interpretação de texto é a capacidade de entender o que está escrito, e, com base nessa compreensão, o leitor é capaz de refletir e extrair elementos necessários para a visualização de um todo textual.
Faz parte do processo de interpretação o entendimento sobre a finalidade do texto (sua função social) e a composição linguística (recursos utilizados em sua elaboração). Assim, a compreensão dos gêneros textuais e o uso de determinados recursos linguísticos (elementos coesivos, figuras de linguagem etc.) auxiliam no processo de interpretação do texto.
Como se faz a interpretação de texto?
Para o pensador Paul Ricoeur, a interpretação envolve alguns processos. Assim, podemos dividi-la didaticamente em três etapas. São elas:
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Pré-compreensão: todos nós possuímos, por meio de nossas vivências, uma série de informações prévias acerca de determinado assunto. Nesse sentido, a pré-compreensão envolve justamente esse conhecimento prévio que possuímos sobre certo tema ou assunto.
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Compreensão: envolve as informações conhecidas (prévias, pré-compreensão) e as desconhecidas. É no diálogo entre o que já sabemos e o novo que podemos estabelecer a compreensão dos textos.
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Interpretação: é última etapa da interpretação de texto. Isso significa verificar o que a informação nova diz com base nos conhecimentos prévios. O processo de interpretação envolve, portanto, elementos linguísticos e extralinguísticos.
Leia também: Coesão textual — a organização dos elementos linguísticos de um texto
Dicas para uma ótima interpretação de texto
A noção das etapas de interpretação (pré-compreensão, compreensão e interpretação) representa um início no percurso da interpretação de texto. No entanto, há um conjunto de outros fatores importantes na hora de se considerar uma ótima interpretação de texto:
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Domínio dos gêneros textuais: entender qual é o gênero é entender não somente aspectos técnicos e estruturais mas ainda perceber os objetivos do texto. Um gênero está associado, além de sua estrutura, ao seu aspecto funcional. Compreender que um artigo de opinião possui uma função social distinta da de um manifesto nos ajuda no processo de interpretação de texto.
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Noção das formas de linguagem: a linguagem pode ser denotativa ou conotativa, e isso muda tudo. Em um texto em que há um uso de linguagem denotativa, preza-se pelos usos convencionais dos termos. Por outro lado, uma linguagem conotativa possibilita o uso de figuras de linguagem e uma multiplicidade de interpretações. Ver essa diferença e identificar quais gêneros utilizam uma ou outra são ações que nos ajudam também na interpretação de texto.
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Condição de produção: em que contexto determinado texto foi produzido? Responder a essa pergunta também nos oferece novos elementos no processo de interpretação e compreensão de textos. Um texto escrito em um contexto artístico e/ou revolucionário produz um efeito muito distinto do de um texto escrito em um contexto voltado para o consumo e com fins comerciais.
Além dessas dicas essenciais, pode-se complementá-las com o hábito de ler uma diversidade de textos e a resolução de exercícios voltados para interpretação como formas de melhorar a interpretação de texto.
Interpretação de texto no Enem
As questões de interpretação de texto no Enem trazem uma diversidade de gêneros textuais, passando por trechos de obras literárias, quadrinhos, anúncios publicitários, entrevistas etc. Há, portanto, uma mescla entre textos verbais, não verbais e mistos.
Para melhor desempenho nas provas do Enem, sugere-se que os candidatos ampliem os seus conhecimentos sobre as diversas modalidades de textos presentes principalmente nos campos artístico, jornalístico e científico.
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Videoaula: Interpretação de textos jornalísticos no Enem
Interpretação x compreensão de textos
A interpretação é entendida como a etapa final do diálogo estabelecido entre as diversas informações entre textos. Já a compreensão está num plano mais superficial, pois leva em conta apenas os elementos entre uma informação já conhecida (conhecimento prévio) e uma informação ainda desconhecida, ou seja, foca-se apenas na decodificação da mensagem daquele texto.
Exercícios resolvidos sobre interpretação de texto
Questão 1
(Enem 2019) De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções. Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).
O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a
a) displicência natural das pessoas que navegam pela internet.
b) desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.
c) impossibilidade de identificação da origem dos textos.
d) disseminação de ações criminosas na internet.
e) obtenção de maior popularidade nas redes.
Resolução: letra D
De acordo com o texto, o jornalismo ficcional é algo válido e aceitável, pois tem fins humorísticos e de entretenimento; porém, por meio dele e diferentemente do jornalismo ficcional, tem-se a disseminação de ações criminosas conhecidas como notícias falsas.
Questão 2
(Enem 2019)
Essa imagem ilustra a reação dos celíacos (pessoas sensíveis ao glúten) ao lerem rótulos de alimentos sem glúten. Essas reações indicam que, em geral, os rótulos desses produtos
a) trazem informações explícitas sobre a presença do glúten.
b) oferecem várias opções de sabor para esses consumidores.
c) classificam o produto como adequado para o consumidor celíaco.
d) influenciam o consumo de alimentos especiais para esses consumidores.
e) variam na forma de apresentação de informações relevantes para esse público.
Resolução: letra E
A alternativa correta é a E, pois as informações presentes não são suficientes para evidenciar a ingestão ou não de glúten. Elas têm o intuito apenas de reforçar o caráter informativo presente nas embalagens, e as reações aparecem como uma representação dessa pluralidade.