Hipérbato é uma figura de linguagem em que ocorre uma inversão da ordem direta dos elementos de uma oração. Já a anástrofe é um tipo de hipérbato caracterizado pela anteposição de um adjunto adnominal ao substantivo. Por fim, a sínquise se configura como uma inversão que torna o enunciado ambíguo ou ininteligível.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre hipérbato
- 2 - O que é hipérbato?
- 3 - Exemplos de hipérbato
- 4 - Diferenças entre hipérbato e anacoluto
- 5 - A anástrofe e a sínquise
- 6 - Videoaula sobre figuras de sintaxe
- 7 - Exercícios resolvidos sobre hipérbato
Resumo sobre hipérbato
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O hipérbato é caracterizado pela inversão da ordem direta dos elementos de uma oração.
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O anacoluto é a quebra sintática entre o início e o fim de uma frase.
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Anástrofe é um tipo de hipérbato caracterizado pela anteposição de um adjunto adnominal ao substantivo.
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Sínquise é uma forma de hipérbato em que a inversão exagerada dos elementos da oração provoca ambiguidade ou incompreensão.
O que é hipérbato?
O hipérbato é uma figura de linguagem caracterizada pela alteração da ordem direta dos elementos de uma oração. Portanto, ao invés de apresentar um sujeito, seguido por um verbo, que, por sua vez, é seguido por um complemento ou predicativo, a oração é estruturada de maneira inversa. Por exemplo:
Ordem direta:
Marina assistiu a um filme francês.
Ordem inversa ou hipérbato:
A um filme francês assistiu Marina.
Nesse exemplo, “Marina” é o sujeito; “assistiu”, o verbo; e “um filme francês”, o complemento verbal. Portanto, o hipérbato ocorre quando, ao invés de estruturar a oração com sujeito + verbo + complemento, o enunciador inverte a ordem direta: complemento + verbo + sujeito.
Exemplos de hipérbato
Teve o Alforriado Matias a sua vingança.
(verbo + sujeito + complemento)
A confiança da mãe traíram Irineu e sua irmã.
(complemento + verbo + sujeito)
Conheciam a solidão os seus primos.
(verbo + complemento + sujeito)
Uma barra de chocolate branco eu comprei.
(complemento + sujeito + verbo)
Felizes nós estávamos.
(predicativo + sujeito + verbo)
Leia também: Figuras de sintaxe — aquelas que imprimem características incomuns à construção sintática
Diferenças entre hipérbato e anacoluto
Como já vimos, o hipérbato é a inversão da ordem direta dos elementos da oração:
Desmaiou Adolfo de emoção.
Ao invés de:
Adolfo desmaiou de emoção.
Já no anacoluto, ocorre uma quebra sintática entre o início e o fim da frase:
Meu sonho tudo é apenas uma grande mentira.
Nesse exemplo, ocorreu uma quebra sintática depois da expressão “meu sonho”, pois o verbo “é” está relacionado ao sujeito “tudo”, cujo predicativo é “apenas uma grande mentira”. Sem essa quebra, provocada pelo termo “tudo”, teremos: “Meu sonho é apenas uma grande mentira”.
O anacoluto até pode ser construído por meio de uma inversão. No entanto, o que o caracteriza é a quebra:
Nós parece-me que estamos bêbados.
Nesse caso, o hipérbato é acompanhado de um anacoluto, já que há uma quebra sintática entre o sujeito “nós” e a oração principal “parece-me”. Assim, sem a inversão, teremos:
Parece-me que nós estamos bêbados.
A anástrofe e a sínquise
Existem dois tipos específicos de hipérbato:
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Anástrofe
Um adjunto adnominal, formado por preposição mais substantivo, é colocado antes do substantivo caracterizado por ele:
Era do time a última chance.
Ao invés de:
Era a última chance do time.
Assim, temos o adjunto adnominal “do time” anteposto ao substantivo “chance”. Esse tipo de inversão também ocorre neste exemplo:
Ela era parte importante dos seus amigos na vida.
Ao invés de:
Ela era parte importante na vida dos seus amigos.
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Sínquise
A inversão é tão exagerada que torna o enunciado ambíguo ou ininteligível:
Encontraram aqueles a liberdade que buscavam a repressão e a injustiça.
Nesse enunciado, a intenção era dizer:
Aqueles que buscavam a liberdade encontraram a repressão e a injustiça.
O mesmo problema ocorre com esta frase:
Um gatinho tinha o Luciano, esperto e comilão.
Ao invés de:
O Luciano tinha um gatinho esperto e comilão.
Videoaula sobre figuras de sintaxe
Exercícios resolvidos sobre hipérbato
Questão 01
Analise os enunciados abaixo e marque a alternativa que apresenta um hipérbato.
a) Em seus irmãos ele acreditou, defendeu-os até o fim e não se arrependeu.
b) A verdade é que todos sabíamos que os vizinhos praticavam algum ato ilícito.
c) As manhãs de domingo são ótimas para caminharmos ou fazermos meditação.
d) Minha viagem para o México não teve nenhum atraso e foi espetacular.
e) Contei para a polícia que Edneia esteve na festa até às quatro horas da manhã.
Resolução:
Alternativa “a”
No trecho “Em seus irmãos ele acreditou”, a ordem direta é: “Ele acreditou em seus irmãos”. Portanto, na frase “Em seus irmãos ele acreditou, defendeu-os até o fim e não se arrependeu”, há um hipérbato.
Questão 02
Leia o poema “Contrastes”, de Augusto dos Anjos:
A antítese do novo e do obsoleto,
O Amor e a Paz, o Ódio e a Carnificina,
O que o homem ama e o que o homem abomina,
Tudo convém para o homem ser completo!
O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto,
Uma feição humana e outra divina,
São como a eximenina e a endimenina
Que servem ambas para o mesmo feto!
Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes!
Por justaposição destes contrastes,
Junta-se um hemisfério a outro hemisfério,
Às alegrias juntam-se as tristezas,
E o carpinteiro que fabrica as mesas
Faz também os caixões do cemitério!...
Agora marque a alternativa em que o verso transcrito contém um hipérbato.
a) “A antítese do novo e do obsoleto,”
b) “Tudo convém para o homem ser completo!”
c) “Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes!”
d) “Às alegrias juntam-se as tristezas,”
e) “Faz também os caixões do cemitério!...”
Resolução:
Alternativa “d”
O verso “Às alegrias juntam-se as tristezas,” apresenta hipérbato, já que a ordem direta dessa oração é: “As tristezas juntam-se às alegrias”.