Considere as seguintes orações:
Os alunos haviam de chegar naquele exato momento.
Nós havíamos combinado sobre este passeio com antecedência.
Há muitos pacientes à espera do médico.
Podemos perceber que somente na última oração o verbo haver permaneceu no singular, embora a palavra “paciente” esteja no plural.
Existe uma explicação para este fenômeno linguístico? Quando nos deparamos com ocorrências assim, logo nos remetemos à ideia das famosas regras gramaticais.
Para entendermos melhor sobre o assunto, é interessante analisarmos sintaticamente as orações expostas:
No que se refere ao sujeito, temos:
Os alunos - Sujeito Simples
Nós - Sujeito Simples
Na terceira, seria “pacientes” o sujeito da mesma?
A resposta para o questionamento é negativo, pois trata-se de um caso em que ocorre uma oração sem sujeito, ou sujeito inexistente.
Normalmente quando vamos escrever e não temos conhecimento desta regra, pluralizamos o verbo haver. Ou várias vezes assistimos a notícias nos telejornais ou até mesmo lemos alguém cometendo essa falha.
A regra específica para este caso é a seguinte:
Quando o verbo haver proporcionar a possibilidade de ser substituído pelo verbo existir, necessariamente o mesmo permanecerá na terceira pessoa do singular. Vejamos o exemplo:
Há pássaros voando no infinito.
(Existem) pássaros voando no infinito.
Note que quando fazemos a substituição, somente o verbo Existir é flexionado.
Naquela casa há um morador estranho.
Naquela casa (existe) um morador estranho.
Comprove a ocorrência da afirmativa anterior.
Em suma, o verbo haver com significância de existir, é conjugado sempre no singular, por tratar-se de um verbo impessoal, ou seja, não existe pessoa a quem o sujeito se refere.