Graça Aranha

Graça Aranha foi um famoso escritor maranhense. Suas obras são pré-modernistas e apresentam traços naturalistas. A obra mais importante do autor é o romance Canaã.

Fotografia de Graça Aranha.
Graça Aranha foi um dos primeiros membros da Academia Brasileira de Letras.

Graça Aranha foi um escritor brasileiro. Ele nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 21 de junho de 1868. Mais tarde, trabalhou como advogado, juiz e diplomata. O autor foi um dos primeiros membros da Academia Brasileira de Letras, e participou da Semana de Arte Moderna de 1922.

O romancista, que faleceu em 26 de janeiro de 1931, no Rio de Janeiro, foi um dos autores do pré-modernismo. Suas obras têm traços naturalistas, fluxo de consciência e crítica social. O seu livro mais famoso é o romance Canaã. Nessa obra, o narrador evidencia reflexões naturalistas acerca de raça e etnia. 

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre Graça Aranha

  • O autor brasileiro Graça Aranha nasceu em 1868 e faleceu em 1931.

  • Além de escritor, foi advogado, juiz e diplomata.

  • Suas obras estão inseridas no período literário conhecido como pré-modernismo.

  • Seus textos apresentam elementos nacionalistas, regionalistas e naturalistas.

  • O livro mais conhecido do autor é o seu romance Canaã.

Videoaula sobre Graça Aranha

Biografia de Graça Aranha

José Pereira de Graça Aranha nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 21 de junho de 1868. Membro de uma família rica, teve um avô barão e um tio deputado. Mais tarde, em 1886, formou-se na Faculdade de Direito, em Recife. Então foi viver no Rio de Janeiro, onde se casou com Maria Genoveva de Araújo.

Trabalhou como advogado na cidade de Campos, no estado do Rio de Janeiro. Na cidade de Porto do Cachoeiro, no estado do Espírito Santo, assumiu o cargo de juiz municipal, em 1890. Foi convidado para fazer parte da Academia Brasileira de Letras, em 1897, mas rejeitou o convite. Depois, voltou atrás e se tornou um dos imortais da ABL.

Em 1900, passou a trabalhar como diplomata. Assim, por duas décadas, esteve na Europa. De volta ao Brasil, apoiou o movimento modernista e participou da Semana de Arte Moderna de 1922, fazendo o discurso de abertura desse evento. Nesse mesmo ano, suspeito de conspiração contra o governo, ficou preso por quase um mês.

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O rompimento com a Academia Brasileira de Letras aconteceu em 1924. O escritor criticava o conservadorismo dessa instituição. Apesar disso, Graça Aranha não apresentava a ousadia artística dos modernistas. Ele morreu em 26 de janeiro de 1931, no Rio de Janeiro.

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Estilo literário de Graça Aranha

Graça Aranha foi um autor do pré-modernismo brasileiro, portanto, seus textos apresentam características de transição entre o simbolismo e o modernismo. As obras do autor são marcadas pelo caráter nacionalista e regionalista. Nelas não há idealizações, de modo que mostram uma perspectiva mais realista do país.

A crítica social está presente, aliada à reflexão filosófica e ao fluxo de consciência. Também é possível verificar marcas do naturalismo em seus textos, como elementos raciais, além da visão objetiva ou científica. Canaã, seu principal romance, reflete sobre a imigração e a miscigenação brasileira.

Obras de Graça Aranha

Graça Aranha escreveu dois romances:

  • Canaã (1902)

  • A viagem maravilhosa (1929)

Escreveu também uma peça teatral:

  • Malazarte (1911)

E um livro de memórias:

  • O meu próprio romance (1931)

Romance “Canaã”, de Graça Aranha

Dois caminhos em uma paisagem verde, em capa do livro Canaã, de Graça Aranha.
Capa do livro Canaã, de Graça Aranha, publicado pela editora Principis.[1]

Canaã é a obra mais conhecida de Graça Aranha. O espaço da narrativa é a cidade de Porto do Cachoeiro, no Espírito Santo, onde o autor morou. O romance tem como temática a imigração e a consequente miscigenação brasileira. Os protagonistas da obra são Lentz e Milkau.

Nascidos na Alemanha, esses dois jovens são amigos, porém apresentam visões de mundo opostas. As reflexões feitas pelos personagens estão associadas à questão racial e étnica, mas atreladas a uma visão naturalista. Milkau vê a miscigenação como algo positivo, já Lentz acredita na superioridade do povo europeu.

Vale lembrar que Canaã foi publicado, pela primeira vez, em 1902, e que questões raciais estariam presentes, décadas depois, no conflito conhecido como Segunda Guerra Mundial, em que a Alemanha (país de origem dos personagens) promoveu o genocídio que ficou conhecido como Holocausto.

O romance também tem uma história de amor entre Milkau e Maria Perutz. Filha de imigrantes, ela acaba se envolvendo com Moritz Kraus. O avô do rapaz era patrão da mãe de Maria. Ela passou a viver como agregada na casa dessa família após a morte de sua mãe e acaba engravidando de Moritz.

Ao saber disso, a família Kraus a expulsa de casa. A jovem grávida vai então trabalhar em um cafezal, onde acaba dando à luz o filho. Uma tragédia ocorre, pois a criança é comida por porcos; porém, Maria é acusada de assassinar o menino. Em seguida, Milkau consegue tirar sua amada da prisão e foge com ela, em busca da felicidade.

Saiba mais: Euclides da Cunha — estilo literário e breve análise de sua obra-prima, Os sertões

Curiosidades sobre Graça Aranha

  • Graça Aranha era defensor da abolição e da república.

  • Após sua prisão política, com medo de ser preso novamente, o autor fugiu para o interior de São Paulo.

  • Enquanto era casado, o escritor escreveu cartas de amor para Nazareth Prado, com quem foi viver em 1928.

  • A peça de teatro Malazarte, de Graça Aranha, foi encenada em Paris, na França.

Créditos da imagem

[1]Editora Principis (reprodução)

Fontes

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2021.

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Graça Aranha: biografia. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/graca-aranha/biografia.

BAHIA, Ryanne Freire Monteiro. Homens de letras, homens de ciência: discurso raciológico na literatura brasileira em Canaã, de Graça Aranha. 2016. Tese (Doutorado em Sociologia) – Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016.

CONSENTINO, André Tezza. Malazarte e a estética irracionalista. Revista Letras, Curitiba, n. 60, p. 247-258, jul./ dez. 2003.

PAES, José Paulo. Canaã: o horizonte racial. Estudos Avançados, São Paulo, v. 5, n. 13, set./ dez. 1991.

SANTOS, Márcio Renato dos. Contradições de um homem do século XIX. Jornal da Biblioteca Pública do Paraná, edição 114, jan. 2021.

WALDMAN, Thaís. À “frente” da Semana de Arte Moderna: a presença de Graça Aranha e Paulo Prado. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 23, n. 45, jan./ jun. 2010.    

Por: Warley Souza

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