Falar sobre a escrita, tendo em vista as particularidades a ela atribuídas, por vezes, até se torna um tanto quanto contraditório, partindo de duas prerrogativas: a escrita é um ato social, embora no momento de materializá-la, ela seja concebida como individual, solitária. Assim, eis que esses aspectos paradoxais permitem-nos fazer algumas considerações, justamente para compreendermos acerca dos chamados gêneros textuais, aqui tratados de forma específica como sendo aqueles relacionados ao cotidiano. Assim, vale esclarecer que essa concepção (cotidiano) advém do fato de se tratar de algo recorrente, usual, que se manifesta de forma pontual, como é o caso da carta pessoal, e-mail, blog, diário, entre outros.
Ao enfatizarmos acerca do caráter uno, solitário, de tal modalidade, não há como negar que as habilidades de que deve dispor o emissor ao se posicionar frente a uma produção textual, tais como o conhecimento linguístico e extralinguístico, são de vez trazidas para o mundo interior de quem escreve, ou seja, ali, naquele momento, ninguém mais participa desse processo, por isso tal individualismo.
Contudo, materializado o discurso que ora foi produzido, esse assume um caráter social, haja vista que o propósito de escrever algo sempre se dá calcado na intenção de atingir o outro, isto é, a não ser que se trate de um diário, nunca escrevemos para nós mesmos, mas sim para “alguém que está do lado de fora”. Com base nesses propósitos, amigo(a) usuário(a), não poderíamos deixar que nossas intenções passassem em branco, por isso, dedicamos este espaço inteirinho a você, no sentido de que compreenda acerca de algumas questões elementares que pontuam a existência dos muitos gêneros que circundam no espaço social, fazendo parte de nosso cotidiano, acima de tudo. Entre elas, o fato de que quando escrevemos, sempre o fazemos para alguém (para quem?); se assim procedemos, sempre dispomos de uma intenção (para quê, com que finalidade?) e, por último, de que formaescrevemos (qual o discurso utilizado?).
Tomando como norte tais elementos, certamente irá se familiarizar de uma forma bem mais efetiva e realmente compreender o porquê de se estudar os gêneros textuais, visto que eles se encontram materializados nas mais variadas circunstâncias comunicativas.
Não nos custa, portanto, estreitarmos alguns laços e compreendermos acerca das estruturas que os compõem, enfim, de todas as particularidades que os definem ser como tais. Bons estudos e boas descobertas é o que lhe desejamos!!!