Futurismo foi um movimento de vanguarda inaugurado em 1909, na Itália, porém sua influência expandiu-se por toda a Europa, além de outros continentes. Seu enaltecimento da guerra refletia bem o estado de ânimo dos europeus nos anos que precederam à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Assim, esse movimento artístico teve, em sua essência, um caráter fortemente político.
Artistas como Carlo Carrà e Giacomo Balla trouxeram, em suas obras, o caráter antiacadêmico das vanguardas, além de terem valorizado a tecnologia e a velocidade. No entanto, o maior representante do futurismo foi Filippo Tommaso Marinetti, que assinou o Manifesto futurista, em que expôs os princípios radicais desse movimento.
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o futurismo
- 2 - Origem do futurismo
- 3 - Características do futurismo
- 4 - Principais artistas do futurismo
- 5 - Principais obras do futurismo
- 6 - Futurismo no Brasil
- 7 - Exercícios resolvidos
Resumo sobre o futurismo
Origem do futurismo
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Publicação do Manifesto futurista
Características do futurismo
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Antiacademicismo
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Culto à guerra
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Glorificação da tecnologia
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Enaltecimento da velocidade
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Inovação estética
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Busca de originalidade
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Otimismo
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Cores vibrantes
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Visão heroica da humanidade
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Antropocentrismo
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Perspectiva iconoclasta
Poesia futurista
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Destruição da sintaxe
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Palavras soltas
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Ausência de adjetivos e advérbios
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Verbos no infinitivo
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Presença de sinais matemáticos
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Uso de onomatopeias
Principais artistas do futurismo
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Filippo Tommaso Marinetti
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Umberto Boccioni
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Carlo Carrà
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Giacomo Balla
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Gino Severini
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Luigi Russolo
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Antonio Sant’Elia
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Francesco Balilla Pratella
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Francesco Cangiullo
Principais obras do futurismo
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Manifesto futurista
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Mafarka, o futurista
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Carga dos lanceiros
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Desenvolvimento de uma garrafa no espaço
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Formas únicas de continuidade no espaço
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Dinamismo de um automóvel
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Central elétrica
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Música futurista
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Piedigrotta: palavras em liberdade
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O funeral do anarquista Galli
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Dinamismo de um cão na coleira
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Velocidade abstrata e ruído
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Blue dancer
Futurismo no Brasil:
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Modernismo
Leia também: O que é verossimilhança?
Origem do futurismo
No início do século XX, a Europa assistiu ao surgimento de uma revolução no cenário artístico. Jovens artistas, cansados da mesmice da arte acadêmica, propunham uma quebra radical com o passado e, portanto, defendiam formas alternativas de fazer-se arte. Os tradicionalistas ficaram chocados com as inovações propostas e atacaram os vanguardistas. De toda forma, os movimentos de vanguarda mudaram a nossa maneira de encarar a arte.
O futurismo foi apenas mais um deles, contudo, um dos mais radicais. Seu criador foi o escritor italiano Filippo Tommaso Marinetti, que, em 20 de fevereiro 1909, publicou o Manifesto futurista, em que explicitou os princípios do movimento. Marinetti, um nacionalista que, mais tarde, declarou-se simpatizante do fascismo, não escondeu o caráter violento do manifesto, que glorifica a guerra e a destruição do passado:
“É da Itália, que nós lançamos pelo mundo este nosso manifesto de violência arrebatadora e incendiária, com o qual fundamos hoje o “futurismo”, porque queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores, de arqueólogos, de cicerones e de antiquários. Já é tempo de a Itália deixar de ser um mercado de belchiores. Nós queremos libertá-la dos inúmeros museus que a cobrem toda de inúmeros cemitérios.”
Características do futurismo
De forma geral, o futurismo italiano apresentou as seguintes características:
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Antiacademicismo
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Culto à guerra
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Glorificação da tecnologia
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Enaltecimento da velocidade
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Inovação estética
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Busca de originalidade
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Otimismo
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Cores vibrantes
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Visão heroica da humanidade
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Perspectiva iconoclasta
Já a poesia futurista teve as seguintes peculiaridades:
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Destruição da sintaxe
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Palavras soltas
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Verbos no infinitivo
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Presença de sinais matemáticos
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Uso de onomatopeias
Leia também: Qual a diferença entre linguagem literária e linguagem não literária?
Principais artistas do futurismo
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Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) — literatura
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Umberto Boccioni (1882-1916) — pintura e escultura
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Carlo Carrà (1881-1966) — pintura
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Giacomo Balla (1871-1958) — pintura
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Gino Severini (1883-1966) — pintura
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Luigi Russolo (1885-1947) — pintura
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Antonio Sant’Elia (1888-1916) — arquitetura
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Francesco Balilla Pratella (1880-1955) — música
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Francesco Cangiullo (1884-1977) — literatura
Principais obras do futurismo
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Manifesto futurista (1909) e o romance Mafarka, o futurista (1909), de Filippo Tommaso Marinetti:
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A pintura Carga dos lanceiros (1915) e as esculturas Desenvolvimento de uma garrafa no espaço (1912) e Formas únicas de continuidade no espaço (1913), de Umberto Boccioni:
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A pintura Dinamismo de um automóvel (1913), de Luigi Russolo:
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O projeto arquitetônico Central elétrica (1914), de Antonio Sant’Elia:
Além de outras importantes obras, como:
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A Música futurista (1912), de Francesco Balilla Pratella.
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O livro Piedigrotta: palavras em liberdade (1916), de Francesco Cangiullo.
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A pintura O funeral do anarquista Galli (1911), de Carlo Carrà.
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As pinturas Dinamismo de um cão na coleira (1912) e Velocidade abstrata e ruído (1914), de Giacomo Balla.
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A pintura Blue dancer (1912), de Gino Severini.
Veja também: Pré-modernismo – período de transição entre o tradicional e o moderno
Futurismo no Brasil
No início do século XX, os movimentos de vanguarda, ocorridos na Europa, acabaram por influenciar a arte brasileira. Desse modo, o modernismo — inaugurado, no Brasil, em 1922, com a Semana de Arte Moderna — trazia a mesma perspectiva dos movimentos vanguardistas, isto é, a criação de obras que valorizavam a originalidade e buscavam libertar-se dos valores estéticos tradicionais.
A princípio, os artistas modernistas foram chamados, pelos conservadores, de “futuristas”, termo usado de forma pejorativa, pois esses críticos não apreciavam as inovações na arte. No entanto, o modernismo sofreu influência também do cubismo, dadaísmo e expressionismo. Na prática, o futurismo inspirou o modernismo brasileiro por seu caráter radical no que se refere à oposição à arte acadêmica.
E também pelo seu culto à velocidade e às novas tecnologias, o que muito tinha a ver com a cidade de São Paulo da época, em processo de modernização. Nessa cidade, o modernismo nasceu, e os artistas filiados a ele buscaram refletir, em suas obras, o otimismo em relação à industrialização e ao crescimento urbano. Entretanto, não houve, no Brasil, uma arte puramente futurista.
Exercícios resolvidos
Questão 1 – (Enem)
E venham, então, os alegres incendiários de dedos carbonizados! Vamos! Ateiem fogo às estantes das bibliotecas! Desviem o curso dos canais, para inundar os museus! Empunhem as picaretas, os machados, os martelos e deitem abaixo sem piedade as cidades veneradas!
MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. Disponível em: www.sibila.com.br. Acesso em: 02 ago. 2012 (adaptado).
Que princípio marcante do futurismo e comum a várias correntes artísticas e culturais das primeiras três décadas do século XX está destacado no texto?
A) A tradição é uma força incontornável.
B) A arte é expressão da memória coletiva.
C) A modernidade é a superação decisiva da história.
D) A realidade cultural é determinada economicamente.
E) A memória é um elemento crucial da identidade cultural.
Resolução
Alternativa C. De acordo com o Manifesto futurista, o passado deve ser eliminado para a construção de uma arte nova. Assim, Marinetti incentivou a destruição de símbolos da tradição, como as bibliotecas e os museus, por exemplo. Portanto, é possível concluir que ele defendia que a “modernidade é a superação decisiva da história”.
Questão 2 - Observe as imagens a seguir:
Após analisar as imagens, é possível afirmar que a única obra futurista é a:
A) Imagem 1
B) Imagem 2
C) Imagem 3
D) Imagem 4
E) Imagem 5
Resolução
Alternativa B. Na obra de Luigi Russolo, é possível identificar como marca futurista, principalmente, a ideia de movimento criada pelo pintor. Além disso, esse movimento produz uma sensação de velocidade, como se a mulher retratada estivesse em vários pontos ao mesmo tempo. Por fim, o trabalho com as formas geométricas do corpo dela, que acentuam a ideia de movimento, dá a sensação de que ele é uma espécie de máquina.
Crédito da imagem
[1] Adler Edizioni (reprodução)