Funções morfossintáticas do se

A depender do contexto em que se insere, o “se” pode desempenhar funções morfossintáticas distintas
A depender do contexto em que se insere, o “se” pode desempenhar funções morfossintáticas distintas

Quando se fala em funções morfossintáticas, logo se tem uma ideia voltada para a análise de alguns fatores verificados de forma simultânea, levando em consideração os aspectos morfológicos e sintáticos condizentes a uma determinada palavra. Nesse sentido, estando esta palavra inserida em um contexto oracional específico, ela pode desempenhar papéis distintos, como, por exemplo, de substantivo, pronome, entre outros.

Partindo desse pressuposto, o artigo em questão tem por finalidade abordar traços peculiares que norteiam a função do “se”, no intuito de fazer com que você apreenda mais uma ocorrência linguística, uma vez inerente aos estudos gramaticais. Certifiquemo-nos, pois:

Substantivo

Assumindo tal posicionamento, a palavra “se” sempre aparece acompanhada de um determinante (no caso, um artigo) ou especifica outro substantivo:

O se é a palavra em estudo.

Conjunção subordinativa integrante

Ocupando tal posição, introduz uma oração subordinada substantiva:

Observe se os alunos fizeram a pesquisa
                 Or. subordinada substantiva objetiva direta

Conjunção subordinativa causal

Equivalendo-se às expressões “já que” e “uma vez que”, imprime à oração principal uma ideia de causa:

Se você não se sente segura, não revele a ele seus segredos.
Or. subordinada adverbial causal

Conjunção subordinada condicional

Expressando uma ideia de condição em relação à oração principal, mostra-se equivalente a “caso não”:

Se não chegar atrasada, poderemos ir juntas.
Or. subordinada adverbial condicional

Na qualidade de pronome, a partícula em questão pode ocupar os seguintes posicionamentos:

Pronome apassivador

Na qualidade em questão, sempre acompanha verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos, estando eles na voz passiva sintética:

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Alugam-se casas para temporada.

Índice de indeterminação do sujeito

Como tal, acompanha sempre verbos transitivos indiretos, verbos de ligação e verbos intransitivos, estando eles grafados sempre na terceira pessoa do singular:

Precisa-se de atendentes com experiência.
Vive-se bem aqui.

Parte integrante do verbo

Assim se classificando, sempre acompanha verbos essencialmente pronominais, ou seja, aqueles que são conjugados na presença de um pronome pessoal oblíquo. Cabe aqui ressaltar que esses verbos sempre expressam sentimentos ou atitudes próprias do sujeito:

Ele se queixou de fortes dores no corpo.

Pronome reflexivo

A depender da predicação verbal, o pronome “se” pode exercer a função de objeto direto, objeto indireto e sujeito de um infinitivo:

O garoto feriu-se com a faca.
                      (objeto direto)

O deputado sempre    se          atribuiu          grande prestígio.
                             (objeto indireto)                 (objeto direto)

Na qualidade de sujeito de infinitivo, o pronome em referência sempre se liga a alguns verbos, tais como “deixar, fazer, sentir”, entre outros:

Ela deixou-se dominar pela insegurança.

Pronome reflexivo recíproco

Tal circunstância se demarca pelo fato de a ação envolver os dois sujeitos, a qual envolve a participação de ambos: um praticando a ação sobre o outro e, consequentemente, sofrendo a mesma ação praticada:
Carlos e Eduardo cumprimentaram-se friamente. 

Partícula expletiva ou de realce

Ligando-se a verbos intransitivos, a circunstância indica que o pronome “se” pode ser perfeitamente retirado da oração sem que haja prejuízo quanto ao sentido por ela expresso:

Todos já se foram em busca do tempo perdido.

Todos já foram em busca do tempo perdido.

Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte