A palavra fábula tem origem no latim e significa “história, jogo ou narrativa”. As fábulas são classificadas como sendo um gênero textual da tipologia narrativa, ou seja, possuem todos ou grande parte dos elementos básicos da narrativa, como o foco narrativo (1º e 3º pessoa), personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante), narrador (personagem, observador, onisciente), tempo (cronológico e psicológico) e espaço (onde a história acontece).
De maneira geral, trata-se de composições literárias curtas, escritas em prosa ou versos, em que os personagens (a maioria, animais) apresentam características antropomórficas, isto é, uma forma de pensamento que atribui características ou aspectos humanos a deuses, elementos da natureza e animais. Quando as personagens são representadas por seres inanimados, o texto recebe o nome de Apólogo, mas a intenção é a mesma da Fábula.
Esse perfil literário é quase sempre direcionado ao público infantil como uma forma lúdica de ensinar valores, ética e lições de moral às crianças. Por isso, podemos dizer que as fábulas têm caráter educativo ao traçarem analogias entre o cotidiano humano com as histórias vivenciadas pelas personagens. Essa comparação e seus efeitos de sentido suscitados pelo autor e assimilados pelos leitores configuram a “Moral da história”, geralmente apresentada logo após o desfecho da narrativa.
Muitos estudiosos acreditam que tenha sido Esopo, um escravo da Grécia antiga que viveu no século 6 a.C., quem criou as primeiras fábulas. Jean de La Fontaine foi um grande divulgador das fábulas de Esopo, reescrevendo-as.
Algumas fábulas de Esopo:
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A raposa e as uvas
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A Cigarra e a Formiga
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A tartaruga e a lebre
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O vento norte e o sol
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O menino que gritava lobo
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O Lobo e o Cordeiro
Leia agora as fábulas “A Cigarra e a Formiga” e “A Lebre e a Tartaruga” para que possa observar a estrutura e as características desse gênero textual:
A Cigarra e a Formiga
Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de comidas. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados. De repente aparece uma cigarra:
– Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de comida!
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra seus princípios, e perguntaram:
– Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?
Falou a cigarra:
– Para falar a verdade, não tive tempo. Passei o verão todo cantando!
Falaram as formigas:
– Bom... Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno dançando? E voltaram para o trabalho dando risadas.
Moral da história: Os preguiçosos colhem o que merecem.
A Lebre e a Tartaruga
Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.
A lebre vivia caçoando da lerdeza da tartaruga.
Certa vez, a tartaruga, já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida.
A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.
Não perdendo tempo, a tartaruga pôs-se a caminhar, com seus passinhos lentos, porém, firmes.
Logo a lebre ultrapassou a adversária e, vendo que ganharia fácil, parou e resolveu cochilar.
Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.
Já na reta final, viu finalmente a sua adversária, toda sorridente, cruzando a linha de chegada.
Moral da história: Devagar se vai ao longe!
Aproveite para conferir nossa videoaula sobre o assunto: