Observe as orações a seguir:
(1) Os proprietários ofereceram almoço aos funcionários nessa tarde.
(2) Descontraídos, alegres e peraltas os garotos estão.
Note que ambas as realizações discursivas são possíveis e adequadas na Língua Portuguesa. No entanto, algumas características diferem uma da outra.
Em (1), podemos notar que o discurso está organizado na ordem direta. Veja:
Ordem direta |
Sujeito |
Verbo |
Objeto direto |
Objeto indireto |
Os proprietários |
ofereceram |
almoço |
aos funcionários. |
Já em (2), percebe-se que o discurso organiza-se de forma indireta:
Ordem indireta |
Predicativo |
Sujeito |
Verbo |
Descontraídos, alegres e peraltas |
os garotos |
estão |
Essas duas realizações do discurso são formas possíveis de colocação dos termos na oração. Como é possível notar, a ordem direta predomina na língua, mas isso não significa que a ordem indireta seja motivo para estranhamentos em relação à alteração da ordem normal dos termos da oração. Veja o exemplo do uso da ordem indireta em uma estrofe do Hino Nacional Brasileiro:
Hino Nacional Brasileiro
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Perceba que, se organizada na ordem direta, a primeira parte dessa estrofe do hino ficaria assim:
As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico.
Apesar da mudança na ordem do discurso, percebe-se que o enunciado apresenta todos os termos necessários para que possa ser compreendido:
Sujeito: As margens plácidas do Ipiranga
Verbo: ouviram
Objeto direto: o brado retumbante
Predicativo do objeto: de um povo heroico.