Observe o termo destacado na frase a seguir:
Pedro está viajando. Vi-o na semana passada.
É possível notar que o termo em destaque (o pronome oblíquo “o”) retoma uma informação apresentada anteriormente no texto, não é mesmo? Esse mecanismo de articulação textual é conhecido como coesão referencial, ou seja, é um mecanismo coesivo que cria um sistema de vínculos entre palavras, entre orações e entre diferentes partes de um mesmo texto.
Esse tipo de coesão textual, a referencial, pode ser realizada de diferentes formas, como veremos a seguir.
a) Anáfora - Ocorre quando as referências textuais retomam elementos expressos anteriormente no texto.
Exemplo:
Maria gritava muito. Ela sempre ficava apavorada quando via uma barata.
O pronome “Ela” retoma o substantivo próprio “Maria”.
b) Catáfora – Ocorre quando o referente aparece depois do item coesivo.
Exemplo:
O irmão olhou-o e disse: Pedro, pareces doente.
Veja que, agora, o pronome oblíquo “o” introduz o substantivo próprio “Pedro”, apresentado posteriormente.
c) Substituição – Ocorre quando há o uso de um termo com valor coesivo no lugar de outro(s) elemento(s) do texto, ou até mesmo de uma oração inteira.
Exemplo:
O gato gritou. O animal fica irritado quando necessita tomar banho, mas o bichano é bastante amável.
Note que o substantivo “gato” é retomado pelos termos: animal, bichano. Essas palavras são usadas para evitar a repetição do substantivo.
d) Repetição ou reiteração – Ocorre quando há a repetição de algum termo para construir e manter o sistema de referências no interior do texto.
Exemplo:
Michel Temer esteve na Alemanha esse mês. Temer espera que a relação entre os países melhore ainda mais.
Perceba que a repetição do nome serve para reforçar a ação dele, referida como efetuada na oração anterior.
e) Contiguidade – Ocorre quando há o uso de termos que pertencem a um mesmo campo semântico.
Exemplo:
“À medida que o rio se afunilava entre os paredões cada vez mais verticais, a correnteza vai ganhando velocidade e a companhia de uma espuma branca, originada pelo choque violento das águas contra as pedras. (…)”
MEDAGLIA, Thiago. Terra. São Paulo, ano 14, n.177, jan.2007, p. 82. (Fragmento)
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