O classicismo foi um estilo de época marcado pela retomada dos valores greco-latinos. Ele surgiu no século XVI, na Europa. A estética clássica apresentou visão antropocêntrica, idealização amorosa e elementos épicos. Já a arte clássica contou com nomes como Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo. Um dos principais representantes da literatura clássica foi o poeta português Luís Vaz de Camões.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o classicismo
- 2 - Videoaula sobre o classicismo
- 3 - O que é o classicismo?
- 4 - Contexto histórico do classicismo
- 5 - Características do classicismo
- 6 - Classicismo em Portugal
- 7 - Classicismo x renascimento
- 8 - Exercícios resolvidos sobre o classicismo
Resumo sobre o classicismo
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O classicismo foi um estilo de época que esteve em voga nos séculos XVI e XVII.
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Ele surgiu no contexto do renascimento, período de caráter antropocêntrico.
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A literatura, a pintura e a escultura clássicas valorizaram os ideais greco-latinos.
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A poesia clássica apresentou idealização amorosa e temática bucólica.
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Luís Vaz de Camões foi o principal nome do classicismo português.
Videoaula sobre o classicismo
O que é o classicismo?
O classicismo foi um estilo de época que vigorou na Europa entre os séculos XVI e XVII. Nesse período, obras artísticas e literárias apresentaram elementos em comum que as filiavam a esse movimento estético.
Contexto histórico do classicismo
O classicismo esteve inserido no contexto histórico do renascimento. O período renascentista durou do século XIV ao século XVI e marcou o fim da Idade Média. Foi um período de valorização das artes e da intelectualidade. Com o fim do regime feudal na Europa, além da diminuição do poder da Igreja, os ricos burgueses se tornaram patronos das artes.
→ Origem do classicismo
O classicismo surgiu na Europa, no século XVI.
Características do classicismo
→ Classicismo na literatura
A literatura clássica teve uma visão humanista ou antropocêntrica, já que valorizou a razão ao invés da crença. As obras desse estilo de época fizeram a retomada de elementos greco-latinos, por isso foi comum haver nelas referências às mitologias grega e romana. Também buscaram o estabelecimento do equilíbrio e da reflexão filosófica, em oposição ao sentimentalismo.
A poesia do classicismo apresentou idealização do amor e da mulher, elementos bucólicos, caráter épico, presença do conceito de carpe diem (aproveitar o momento), uso recorrente de antíteses e paradoxos, medida nova (versos decassílabos), além de tratar a temática amorosa por meio de um viés racional e neoplatônico. Foram famosos escritores do classicismo:
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Garcilaso de la Vega (1503-1536) — Espanha
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Luís Vaz de Camões (1524-1580) — Portugal
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Torquato Tasso (1544-1595) — Itália
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William Shakespeare (1564-1616) — Inglaterra
→ Classicismo nas artes
O que caracterizou as artes clássicas foi seu aspecto antropocêntrico, que levou à valorização dos ideais greco-latinos. Por isso, tanto a pintura quanto a escultura clássicas ou renascentistas trataram de temas da Antiguidade, valorizaram a beleza das formas, a perfeição e a harmonia. A obra era produto da razão do artista e criada por uma perspectiva matemática.
A pintura clássica ou renascentista contou com artistas como os italianos Rafael Sanzio (1483-1520), Michelangelo (1475-1564), Ticiano (1490-1576) e Leonardo da Vinci (1452-1519). Já a escultura, além de Michelangelo, teve nomes como o do italiano Antico (1460-1528).
Classicismo em Portugal
O classicismo em Portugal surgiu no contexto da expansão marítima, resultante de uma cultura antropocêntrica, ou seja, que valorizava a ciência e a razão. O país, no século XVI, conquistava novas terras para explorar e delas enriquecer. Assim, a literatura clássica portuguesa, como reflexo de uma época, valorizava o personagem heroico e o caráter filosófico da existência.
→ Autores do classicismo em Portugal
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Francisco de Sá de Miranda (1481-1558)
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Luís Vaz de Camões (1524-1580)
→ Obras do classicismo em Portugal
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Os Lusíadas (1572) — Camões
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Poesias (1595) — Sá de Miranda
Classicismo x renascimento
O renascimento foi um período histórico e cultural marcado pela valorização do pensamento científico, da literatura e das artes em geral. Ele foi caracterizado, principalmente, pelo resgate dos temas da Antiguidade greco-latina. Assim, o classicismo foi um movimento artístico e literário nascido no contexto do renascimento, e, por isso, apresentou uma perspectiva renascentista. Para saber mais detalhes sobre o renascimento, clique aqui.
Exercícios resolvidos sobre o classicismo
Questão 1
(Ufla)
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões — Obras completas.
O poeta tenta definir o amor por meio do uso de antíteses, que se seguem umas às outras. Indique a que expressa, com mais ênfase, o tema do texto.
A) “Um contentamento descontente.”
B) O próprio amor, pois é contrário a si mesmo.
C) A invisibilidade do amor.
D) O fato de o amor ferir e não causar dor.
E) Querer sempre mais, sem contentar-se.
Resolução:
Alternativa A
A antítese, figura de linguagem recorrente no classicismo, está presente no verso “é um contentamento descontente”, já que traz a oposição entre “contentamento” e “descontente”. Dessa forma, ela expressa a principal ideia do texto, que é a insatisfação amorosa.
Questão 2
(Unicamp)
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
Luís de Camões. Lírica: redondilhas e sonetos. Rio de Janeiro: Ediouro/ São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a retomada renascentista de ideias do filósofo grego Platão. Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o chamado “neoplatonismo” camoniano
A) é afirmado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a união entre amador e pessoa amada resulta em uma alma única e perfeita.
B) é confirmado nos dois últimos tercetos, uma vez que a beleza e a pureza reúnem-se finalmente na matéria simples que deseja.
C) é negado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a consequência da união entre amador e coisa amada é a ausência de desejo.
D) é contrariado nos dois últimos tercetos, uma vez que a pureza e a beleza mantêm-se em harmonia na sua condição de ideia.
Resolução:
Alternativa A
O amor platônico está relacionado à perfeita união de almas e não à união carnal (de corpos), ideia que pode ser verificada nas duas primeiras estrofes.
Crédito de imagem
[1]Rico Heil / Wikimedia Commons (reprodução)
Fonte
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2015.