Discutir acerca dos casos relativos à concordância verbal pode ser para muitos algo um tanto quanto complicado, mediante as muitas regras e, sobretudo, algumas possíveis exceções. Dada essa razão, não partamos para o estudo efetivo do assunto em pauta sem antes compreendermos o conceito de sujeito oracional, como ele se dá, enfim, suas reais características.
Comecemos, pois, analisando o seguinte enunciado:
Era importante o seu regresso.
Temos um período simples, formado apenas por um verbo (no caso, representado pelo verbo ser – “era”), no qual o sujeito é representado pelo “o seu regresso”. Confirmação essa que se dá por meio daquela pregunta básica que fazemos ao verbo: o que era importante? O seu regresso. E como predicado, temos “era importante”.
Transformando-a em um período composto, obteríamos:
Era importante que você regressasse.
Temos agora um período, o qual se constitui de duas orações (haja vista a presença de dois verbos), sendo elas demarcadas por:
Era importante – 1ª oração
Que você regressasse – 2ª oração
Ainda que transformada, o sujeito permanece o mesmo, ou seja, “que você regressasse”. Desta feita, constatamos que se trata de uma oração subordinada substantiva subjetiva, introduzida pela conjunção integrante “que”.
Com base nesse pressuposto, dizemos que a parte em destaque (demarcada no segundo exemplo) se classifica como sujeito oracional.
Esse foi apenas um caso, pois há também outro, exemplificado a seguir:
Lutar pelos ideais é necessário.
Temos que o termo em destaque representa uma oração subordinada substantiva subjetiva, só que reduzida de infinitivo.
Pois bem, chegamos, portanto, ao ápice de nossa discussão, isto é, em casos relativos a tal ocorrência, como se dá a concordância do verbo?
Para descobrirmos, analisemos o exemplo que segue:
Caminhar dois quilômetros por dia faz bem ao organismo.
Numa primeira análise, a conclusão a que chegamos é que o verbo deveria concordar com o termo expresso no plural “dois quilômetros”, não é verdade?
Mas não é isso o que acontece, haja vista que neste caso o verbo permanece na 3ª pessoa do singular. Tal qual ocorre no exemplo relativo à subordinada substantiva reduzida de infinitivo, lembra-se?
Constatamos que se trata de somente uma ação – “caminhar dois quilômetros”, mas no caso de se tratar de mais de uma, o verbo permanece também invariável.
Mas atenção! Caso as ações representem ideias opostas, nessas o verbo irá para o plural, assim como no exemplo descrito a seguir:
Rir e chorar representam estados da alma humana.
Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto: