Aspectos eufônicos na colocação pronominal... Estamos diante de um assunto bastante relevante no que diz respeito aos fatos linguísticos. Mas, para que possamos compreendê-lo na íntegra, devemos nos atentar a alguns detalhes, sobretudo os conceituais. Nesse sentido, faremos referência, primeiramente, ao termo “eufônicos”, que se encontra relacionado à eufonia, relativa à qualidade sonora, ou seja, aquilo que se revela agradável de ouvir, de pronunciar.
Já a colocação pronominal, para muitos, é motivo de questionamentos diversos, sobretudo no que diz respeito à próclise e à ênclise. O fato é que não se trata de nada assim tão complexo, haja vista que tal ocorrência linguística se manifesta pela posição em que deve se encontrar o pronome oblíquo átono, ou seja: antes (próclise), no meio (mesóclise) ou depois do verbo (ênclise).
Elencados esses pressupostos, partiremos rumo à concretização de nosso objetivo: compreender acerca dos aspectos eufônicos na colocação pronominal. Dessa forma, dada a realidade de que as regras regidas pela gramática devem nortear nossa conduta enquanto usuários, esse fato ao qual nos referimos também se encontra submetido a tais regras. Assim, colocando em prática tal assertiva, analisemos ambos os exemplos abaixo:
Nunca pedi-te para acreditar nela.
Nunca te pedi para acreditar nela.
Considerando o segundo exemplo como adequado, temos que as questões eufônicas relativas ao primeiro, “pedi-te”, dizem respeito à pronúncia. O som por ela retratado se torna desagradável, pois parece unir verbo ao pronome, formando “pedite”. Outra questão que também aí se aplica diz respeito ao fato de a palavra “nunca” denotar negação, razão pela qual adequado é o uso da próclise (o pronome antes do verbo = nunca te pedi).