O romantismo no Brasil surgiu em 1836 como reflexo do sentimento de nacionalidade que tomou conta do país a partir da independência, ocorrida em 1822. Portanto, configurou-se como um projeto de construção de uma identidade nacional. Para isso, elegeu o índio e a floresta como símbolos nacionais e empreendeu o enaltecimento da pátria.
A poesia romântica é dividida em três fases: o indianismo possui caráter nacionalista, o ultrarromantismo está associado ao sofrimento amoroso e à morbidez, e o condoreirismo apresenta crítica sociopolítica. Já a prosa romântica é composta por romances indianistas, urbanos, regionalistas e históricos.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre romantismo no Brasil
- 2 - Características do romantismo no Brasil
- 3 - Quais são os principais autores do romantismo no Brasil?
- 4 - Principais obras do romantismo no Brasil
- 5 - Contexto histórico do romantismo no Brasil
- 6 - Fases do romantismo no Brasil
- 7 - Exercícios resolvidos sobre romantismo no Brasil
Resumo sobre romantismo no Brasil
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O romantismo no Brasil foi marcado pelo nacionalismo e pela exibição dos costumes burgueses.
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Autores como Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves e José de Alencar fizeram parte do romantismo no Brasil.
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O romantismo chegou ao país em 1836, poucos anos depois da independência do Brasil.
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A poesia romântica é divida em três fases: indianismo, ultrarromantismo e condoreirismo.
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A prosa romântica é composta por romances indianistas, urbanos, regionalistas e históricos.
Características do romantismo no Brasil
A literatura romântica, no Brasil, apresenta três fases na poesia e quatro tipos diferentes de prosa. Desse modo, os poetas românticos produziram uma poesia indianista, ultrarromântica e social. Já os romancistas escreveram romances indianistas, urbanos, regionalistas e históricos.
Portanto, de forma geral, o romantismo no Brasil possuía as seguintes características:
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nacionalismo;
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indianismo;
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bucolismo;
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amor idealizado;
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mulher idealizada;
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exagero sentimental;
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costumes burgueses;
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crítica social.
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Quais são os principais autores do romantismo no Brasil?
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Gonçalves de Magalhães (1811-1882) — 1a fase
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Gonçalves Dias (1823-1864) — 1a fase
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Álvares de Azevedo (1831-1852) — 2a fase
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Casimiro de Abreu (1839-1860) — 2a fase
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Fagundes Varela (1841-1875) — 2a fase
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Castro Alves (1847-1871) — 3a fase
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Sousândrade (1832-1902) — 3a fase
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Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) — romance urbano
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José de Alencar (1829-1877) — romance indianista, urbano, regionalista e histórico
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Manuel Antônio de Almeida (1830-1861) — romance urbano
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Visconde de Taunay (1843-1899) — romance regionalista
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Franklin Távora (1842-1888) — romance regionalista
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Bernardo Guimarães (1825-1884) — romance regionalista
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Maria Firmina dos Reis (1822-1917) — romance regionalista
Principais obras do romantismo no Brasil
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Suspiros poéticos e saudades (1836) — Gonçalves de Magalhães
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A moreninha (1844) — Joaquim Manuel de Macedo
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Últimos cantos (1851) — Gonçalves Dias
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Lira dos vinte anos (1853) — Álvares de Azevedo
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Memórias de um sargento de milícias (1854) — Manuel Antônio de Almeida
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O guarani (1857) — José de Alencar
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O guesa errante (1884) — Sousândrade
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As primaveras (1859) — Casimiro de Abreu
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Úrsula (1859) — Maria Firmina dos Reis
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Vozes da América (1864) — Fagundes Varela
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Iracema (1865) — José de Alencar
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Inocência (1872) — Visconde de Taunay
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Senhora (1875) — José de Alencar
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A escrava Isaura (1875) — Bernardo Guimarães
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O cabeleira (1876) — Franklin Távora
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Os escravos (1883) — Castro Alves
Contexto histórico do romantismo no Brasil
Em 1807, com Portugal sob a ameaça de invasão francesa, D. João VI (1767-1826) e sua corte fugiram rumo ao Brasil. Eles chegaram ao Rio de Janeiro em 1808. Assim, a colônia portuguesa passou a apresentar não apenas uma importância econômica mas também política, já que se transformou na sede do governo português.
Mais tarde, em 1815, a colônia ascendeu a reino quando D. João VI criou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Contudo, com a independência do Brasil, em 1822, teve início o período histórico conhecido como Brasil Império, que durou até 1889. Esses acontecimentos no início do século XIX despertaram, em artistas e intelectuais, o sentimento de nacionalidade, que levou ao romantismo brasileiro.
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Fases do romantismo no Brasil
A poesia romântica brasileira é dividida em três fases:
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1a fase do romantismo no Brasil (1836 a 1852)
A poesia indianista ou nacionalista brasileira elege o indígena como herói nacional e a floresta como pano de fundo para suas ações. Portanto, em meio a esse ambiente bucólico, o amor e a mulher são apresentados de forma idealizada. Assim, atos heroicos e sentimentos nobres são expressos em versos regulares.
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Videoaula sobre a 1ª fase do romantismo brasileiro
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2a fase do romantismo no Brasil (1853 a 1869)
A poesia ultrarromântica (ou byroniana) brasileira está associada ao sofrimento amoroso, causado pelo amor impossível por uma mulher ideal. Essa fase foi caracterizada pelo escapismo (fuga da realidade), pessimismo e saudosismo. Marcada pelo mal do século (tédio e melancolia), essa geração de poetas apresentava obsessão pela morte, única saída para os sofrimentos.
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Videoaula sobre a 2a fase do romantismo no Brasil
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3a fase do romantismo no Brasil (1870 a 1880)
O condoreirismo foi a fase da poesia romântica que apresentou crítica sociopolítica e, portanto, não empreendeu a fuga da realidade. Porém, ainda possuía elementos tipicamente românticos, como o uso de hipérboles, vocativos e exclamações. Afinal, o poeta não queria demonstrar seus sentimentos, mas provocar a emoção de seus leitores e leitoras.
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Videoaula sobre a 3a fase do romantismo no Brasil
Já a prosa romântica não apresenta fases e possui quatro tipos específicos de romance:
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Romance indianista: amor e mulher idealizados; o indígena é o herói nacional; floresta como símbolo nacional; reconstituição do passado histórico; vassalagem amorosa.
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Romance urbano: melodramático; amor e mulher idealizados; a ação se passa no Rio de Janeiro; costumes burgueses; obstáculos ao amor entre o herói e a heroína.
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Romance regionalista: amor e mulher idealizados; regionalismo; o homem do campo é o herói nacional; costumes da sociedade rural.
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Romance histórico: amor e mulher idealizados; o enredo depende de fatos históricos; presença de personagens fictícios e históricos.
Exercícios resolvidos sobre romantismo no Brasil
Questão 01
(Enem) O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves:
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n’amplidão dos mares
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
— Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria
Terás o sono sob a lájea fria.
ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983.
Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na juventude.
A imagem da morte aparece na palavra
a) embalsama.
b) infinito.
c) amplidão.
d) dormir.
e) sono.
Resolução:
Alternativa “e”
Nos versos “Mas uma voz responde-me sombria/ Terás o sono sob a lájea fria”, a palavra “sono” é eufemismo de morte.
Questão 02
(Enem)
Leito de folhas verdes
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d’alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento).
Na perspectiva do romantismo, a representação feminina espelha concepções expressas no poema pela
a) reprodução de estereótipos sociais e de gênero.
b) presença de traços marcadores de nacionalidade.
c) sublimação do desejo por meio da espiritualização.
d) correlação feita entre estados emocionais e natureza.
e) mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade.
Resolução:
Alternativa “d”
No poema, o eu lírico feminino se compara a um elemento da natureza, isto é, uma flor. Desse modo, a figura feminina se mostra à espera do amor, metaforizado pelo termo “sol”.
Questão 03
(UEFS)
Minha desgraça
Minha desgraça, não, não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito assim blasfema,
É ter para escrever todo um poema,
E não ter um vintém para uma vela.
AZEVEDO, Álvares de. Minha desgraça. Lira dos vinte anos. São Paulo: FTD, 1994. p. 194. (Coleção Grandes Leituras).
Indique V ou F, conforme seja o item verdadeiro ou falso.
O poema revela
( ) um eu comandado pelo racionalismo.
( ) o humor como artifício de ocultamento de um drama.
( ) o sentimento irônico em face dos limites da vida prática.
( ) a indignação romântica contra a realidade material da vida.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
a) F V V V.
b) F V V F.
c) V F F V.
d) V F V F.
e) V V V V.
Resolução:
Alternativa “a”
Nesse poema romântico de Álvares de Azevedo, sobressai a emoção e não a racionalidade. O humor ou ironia é utilizado nos dois últimos versos, de forma a amenizar o drama exposto nas duas primeiras estrofes. Essa ironia também se constrói com base na constatação dos limites da vida prática, já que o eu lírico não tem dinheiro para comprar uma vela, mas tem assunto para escrever todo um poema. Daí a indignação romântica contra a realidade material da vida, em um mundo “cujo sol é o dinheiro”.