A regência verbal, sem dúvida, representa um daqueles inevitáveis questionamentos quando se trata dos fatos linguísticos. Em muitas situações, mesmo aquelas relacionadas à linguagem escrita, deixamos de utilizar as formas verbais de forma correta. No entanto, à medida que vamos nos tornando um pouco mais familiarizados com as questões gramaticais, a tendência é ir internalizando-as e, consequentemente, colocando-as em prática, sempre que necessário.
Partindo desse princípio, dada a necessidade de aprimorarmos constantemente algumas competências, o artigo em questão tem por finalidade evidenciar acerca da regência que norteia alguns verbos – triviais, por sinal – sempre compreendendo que a regência se refere à relação existente entre um determinado verbo e seus respectivos complementos, sendo que tal pressuposto incide diretamente no uso ou não da preposição.
Vamos então a algumas explicações:
O verbo namorar, tendo em vista o padrão formal da linguagem, classifica-se como transitivo direto. Observe:
João namora Cláudia.
No entanto, por analogia e, sobretudo, tendo por base as expressões “casar com” e “noivar com”, tal verbo passou a ocupar também a posição de transitivo indireto, como bem nos demonstra o exemplo subsequente:
João namora com Cláudia.
Na qualidade de intransitivo ele não pede complemento, adquirindo a acepção semântica relativa a “andar de galanteios, ter namorado (a)”. Constate:
Marcos namora muito.
Quanto ao verbo “precisar”, usualmente, na linguagem relativa ao português contemporâneo, admitem-se duas colocações:
- Quando o complemento é um substantivo ou pronome, o correto é usarmos a preposição. Nesse caso ele se classifica como transitivo indireto. Analise:
Precisamos de você.
Preciso de cuidado.
- Quando o complemento é um verbo no infinitivo, a preposição não é exigida, observe:
Preciso viajar.
Precisamos sair agora.