O assunto que ora nos propomos a discutir evidencia de forma significativa o caráter dinâmico que se atribui à língua – concebida como um elemento estritamente social. É como já dizia Camões: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, uma vez que as transformações advindas da sociedade interferem de forma direta nas relações humanas, sobretudo na linguagem. Prova disso são as abreviações, amplamente difundidas no universo dos internautas, que parecem caminhar na mesma intensidade e agilidade com que caminham as inovações tecnológicas.
Sendo assim, ater-nos-emos a algumas características relativas a um fato linguístico que também se inclui no processo de formação das palavras – a chamada abreviação vocabular. Esta, por sua vez, consiste na eliminação de um segmento de um dado vocábulo, na intenção de se obter uma forma mais reduzida, mantendo, entretanto, o significado original. Vejamos, pois, alguns casos representativos.
Amplamente utilizadas na linguagem informal, mesmo que alguns casos já tenham se integrado à escrita, constatamos que em tal coloquialismo, muitas vezes há traços característicos de emotividade, representando sentimentos diversos, tais como, carinho, desprezo, preconceito e até zombaria. Partindo dessa premissa, analisemos alguns exemplos:
Há outro tipo de abreviação – por sinal usado com bastante frequência –, o qual consiste no uso de um prefixo ou de elemento referente a alguns compostos em substituição à palavra toda. Como bem nos demonstram os exemplos a seguir:
ex – indicando ex-namorada, ex-esposa, ex-esposa, entre outros.
micro – relativo a microcomputador
míni – referente à minissaia
vice – indicando vice-presidente, vice-diretor, vice-governador, etc.
vídeo – relativo a videocassete.