Sistema linear é um conjunto de equações lineares que estão relacionadas entre si, ou seja, possuem as mesmas soluções. Dizemos que uma equação é linear quando as suas variáveis possuem grau 1.
Existem vários métodos para resolver um sistema de equações lineares, como a regra de Cramer, em que apresentamos uma matriz associada ao sistema e encontramos os valores possíveis da incógnita por meio do determinante. Há também o escalonamento da matriz, no qual isolamos a variável e assim conseguimos encontrar o conjunto de soluções desse sistema.
Os sistemas lineares são utilizados para resolver equações que possuem mais de uma incógnita. Vale dizer também que há três tipos de sistemas lineares:
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sistema possível determinado;
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sistema possível indeterminado;
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sistema impossível.
Leia também: Classificação de sistemas lineares escalonados
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre sistemas lineares
- 2 - Videoaula sobre sistemas lineares
- 3 - Equação linear
- 4 - O que são sistemas lineares?
- 5 - Matriz associada a um sistema linear
- 6 - Classificação de sistemas lineares
- 7 - Como resolver um sistema linear?
- 8 - Exercícios resolvidos sobre sistemas lineares
Resumo sobre sistemas lineares
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Um sistema linear é um conjunto de equações lineares.
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Para encontrar as soluções de um sistema linear, podemos utilizar, dentre outros métodos, a regra de Cramer ou o escalonamento.
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Existem três classificações possíveis para um sistema linear:
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Sistema possível determinado (possui solução única);
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Sistema possível indeterminado (possui infinitas soluções);
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Sistema impossível (não possui soluções).
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Videoaula sobre sistemas lineares
Equação linear
Para compreender o que são sistemas lineares, antes é importante rever o que é uma equação linear. Tem-se como equação linear qualquer equação que possui uma ou mais variáveis em que todas elas possuam grau 1. De forma geral, uma equação linear pode ser representada por:
a1x1 + a2x2 + a3x3 + … anxn = b |
a1, a2, a3, … an → coeficientes das incógnitas
x1, x2, x3, … xn → incógnitas
b → termo independente
Exemplos:
a) x + 2y = 8
b) 3x – 2x + 3z = 0
c) x + y – z + 2w = 3
O que são sistemas lineares?
Conhecemos como sistema linear um conjunto de equações lineares que possuem as mesmas variáveis. A solução de um sistema linear é um conjunto de valores que é um resultado em comum de todas as equações envolvidas no sistema.
Exemplo:
Esse é um sistema linear 2x2, pois nele podemos identificar 2 equações e 2 incógnitas. Nesse sistema, podemos dizer que (5, 0) é a solução do sistema, pois satisfaz as duas equações ao mesmo tempo.
Dada a primeira equação 2x + 3y = 10, substituindo x = 5 e y = 0, temos que:
2 · 5 + 3 · 0 = 10 + 0 = 10
Na segunda equação, – x + y = – 5, substituindo também x = 5 e y = 0, temos que:
– 5 + 0 = – 5
Então, o par ordenado (5, 0) é a solução das duas equações, isto é, de todo o sistema de equações.
Leia também: Classificação de um sistema de equações
Matriz associada a um sistema linear
Podemos associar o sistema linear a uma matriz, prática comum dependendo do método de resolução que queremos adotar. Considere o sistema:
Nesse caso, podemos representar a matriz completa associada a esse sistema, expressa pelos coeficientes de cada uma das variáveis e do termo independente.
Há também a matriz incompleta, que é representada somente pelos coeficientes, excluindo a coluna dos termos independentes.
Classificação de sistemas lineares
Acontece que nem sempre um sistema possui uma única solução como o apresentado anteriormente. Existem, na verdade, três classificações possíveis para os sistemas lineares. Os sistemas classificam-se em: possível determinado, possível indeterminado e impossível.
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Sistema possível determinando: possui uma única solução.
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Sistema possível indeterminado: possui infinitas soluções.
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Sistema impossível: não possui soluções.
O sistema apresentado anteriormente foi um sistema possível determinado. Vejamos, agora, um exemplo de sistema possível indeterminado:
Quando as equações são múltiplas uma da outra, o sistema é possível indeterminado. Note que se multiplicarmos todos os termos da segunda equação por 2, encontraremos a primeira equação. Qualquer par ordenado que satisfaça a primeira equação satisfará a segunda também. Por exemplo:
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(10, 0) é solução das duas equações.
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(0, 5) é solução das duas equações.
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(6, 2) é solução das duas equações.
Como esse sistema é possível indeterminado, podemos listar infinitas soluções para ele.
Agora, vejamos um exemplo de sistema impossível:
Esse é um sistema impossível. Note que antes da igualdade, a segunda equação é o dobro da primeira. Porém, esse padrão não se repete no termo independente. Nesse caso, podemos dividir todos os termos da segunda equação por 2 e encontraremos o sistema:
É impossível que x + y seja igual a 10 e igual a 2 ao mesmo tempo. Logo, esse sistema de equações não possui solução, o que faz com que ele seja um sistema impossível.
Leia também: Método da substituição para solução de sistemas lineares
Como resolver um sistema linear?
Para resolver um sistema linear, existem vários métodos, porém faremos a apresentação de apenas dois deles: a regra de Cramer e o escalonamento.
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Regra de Cramer
Para resolver um sistema 3x3 utilizando a regra de Cramer, é necessário calcular o determinante da matriz incompleta e suas variações. Temos que:
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D → determinante da matriz incompleta;
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Dx → determinante da matriz incompleta do sistema, substituindo a coluna de x pela coluna dos termos independentes;
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Dy → determinante da matriz incompleta do sistema, substituindo a coluna de y pela coluna dos termos independentes;
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Dz → determinante da matriz incompleta do sistema, substituindo a coluna de z pela coluna dos termos independentes.
Exemplo:
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1º passo: Calcularemos o determinante da matriz incompleta.
D = 2 ⋅ (−1) ⋅ (−2) + 1 ⋅ 1 ⋅ 1 + (−1) ⋅ 1 ⋅ 3 − 1 ⋅ (−1) ⋅ (−1) − 3 ⋅ 1 ⋅ 2 − (−2) ⋅ 1 ⋅ 1 = − 3
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2º passo: Em seguida, substituiremos a primeira coluna pelos termos independentes do sistema e novamente calcularemos o determinante (no caso, Dx).
Dx = 1 ⋅ (−1) ⋅ (−2) + 1 ⋅ 1 ⋅ 2 + (−1) ⋅ 2 ⋅ 3 − 2 ⋅ (−1) ⋅ (−1) − 3 ⋅ 1 ⋅ 1 − (−2) ⋅ 2 ⋅ 1 = −3
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3º passo: Na matriz incompleta, substituiremos a segunda coluna pelos termos independentes e calcularemos o determinante Dy.
Dy = 2 ⋅ 2 ⋅ (−2) + 1 ⋅ 1 ⋅ 1 + (−1) ⋅ 1 ⋅ 3 − 1 ⋅ 2 ⋅ (−1) − 3 ⋅ 1 ⋅ 2 − (−2) ⋅ 1 ⋅ 1 = −12
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4º passo: Substituiremos, na matriz incompleta, a terceira coluna pelos termos independentes e calcularemos o determinante Dz.
Dz = 2 ⋅ (−1) ⋅ 3 + 1 ⋅ 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 ⋅ 3 − 1 ⋅ (−1) ⋅ 1 − 3 ⋅ 2 ⋅ 2 − 3 ⋅ 1 ⋅ 1 = −15
Agora é possível encontrar os valores de x, y e z:
Descobrimos, assim, que o conjunto de soluções desse sistema é (1, 4, 5).
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Escalonamento
O escalonamento é outro método comum utilizado para resolver sistemas lineares. Escalonar uma matriz consiste em realizar operações entre suas linhas de modo que os coeficientes do sistema resultem em zero.
Exemplo:
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1º passo: Listaremos a matriz completa associada ao sistema:
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2º passo: Faremos operações entre as linhas para que na primeira coluna os termos a21 e a31 sejam igual a 0. Para isso, considere que:
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L1 = linha 1
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L2 = linha 2
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L3 = linha 3
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Então, substituiremos a linha 2 por: L2 = –2L1 + L2
a21 = –2 · 1 + 2 = 0
a22 = –2 · 2 + 1 = –3
a23 = –2 · (–3) + 1 = 7
a24 = –2 · 10 + 3 = –17
Além da linha 2, vamos substituir a linha 3 por: L3 = 3L1 + L3
a31 = 3 · 1 – 3 = 0
a32 = 3 · 2 + 2 = 8
a33 = 3 · (–3) + 1 = – 8
a34 = 3 · 10 – 6 = 24
Analisando os termos da linha três, percebe-se que podemos simplificá-la, dividindo por 8. Então, temos que:
a31 = 0 : 8 = 0
a32 = 8 : 8 = 1
a33 = – 8 : 8 = 1
a34 = 24 : 8 = 3
Substituindo os valores que encontramos na matriz, teremos o seguinte:
Assim, vamos zerar os coeficientes de y na terceira linha a fim de obtermos uma matriz triangular. Para isso, substituiremos L3 por L3 → L2 + 3L3.
a31 = 0 + 3 · 0 = 0
a32 = –3 + 3 · 1 = 0
a33 = 7 + 3 · (–1) = 4
a34 = –17 + 3 · 3 = –8
A nova matriz escalonada será:
Agora podemos reescrever essa matriz como um sistema:
Desse modo, pela terceira equação, temos que:
4z = –8
z = – 8 : 4
z = –2
Substituindo z por – 2 na segunda linha, temos que:
–3y + 7 (–2) = –17
–3y – 14 = –17
–3y = –17 + 14
–3y = –3
y = –3 : (–3)
y = 1
Por fim, substituindo y = 1 e z = – 2 na linha 1, temos que:
x + 2 · 1 – 3 (–2) = 10
x + 2 + 6 = 10
x – 8 = 10
x = 10 – 8
x = 2
Concluímos, então, que o conjunto de soluções dessa equação é (2, 1, –2)
Leia também: Método da adição para solução de sistemas lineares
Exercícios resolvidos sobre sistemas lineares
Questão 1
(Consulpam) O valor de x no sistema linear a seguir é:
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
Resolução:
Alternativa B
Para encontrar o valor de x pela regra de Cramer, calcularemos o valor do determinante D da matriz incompleta e também do determinante Dx.
D = 2 ⋅ 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 ⋅ 3 + 3 ⋅ 1 ⋅ (−1) − 3 ⋅ 2 ⋅ 3 − (−1) ⋅ 1 ⋅ 2 − 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = −13
Agora, substituindo a primeira coluna pela coluna das variáveis independentes, temos:
Dx = 19 ⋅ 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 ⋅ 7 + 3 ⋅ 12 ⋅ (−1) − 7 ⋅ 2 ⋅ 3 − (−1) ⋅ 1 ⋅ 19 − 1 ⋅ 12 ⋅ 1 = −26
Sabemos que x é a divisão entre Dx e D:
x = Dx : D
x = (–26) : (–13)
x = 2
Questão 2
(Idib) É correto afirmar que a regra de Cramer é um método utilizado para:
A) desenvolver operação com conjuntos.
B) determinar o volume de um cone utilizando uma esfera.
C) determinar o resultado de uma progressão geométrica infinita.
D) solucionar sistemas lineares.
Resolução:
Alternativa D
Como vimos, a regra de Cramer é um método utilizado para encontrar as soluções de sistemas lineares.