Em muitas matérias que falam sobre a cidade de Jerusalém, vemos que a cidade é considerada como uma importante referência para as crenças judaica, cristã e muçulmana. Ambientando vários episódios que marcam a história de cada uma dessas crenças, a cidade atrai a devoção de religiosos das mais diferentes partes do mundo. Contudo, para os cristãos católicos, esse antigo centro urbano disputa atenção com o Vaticano, sediado no coração de Roma.
Segundo alguns historiadores, a importância dada ao Vaticano remonta o próprio processo de disseminação do cristianismo e a conflituosa relação entre os judeus e romanos daquela época. Após a morte de Jesus, o cristianismo ainda era uma religião minoritária e seus seguidores tinham a penosa e abnegada tarefa de difundir o ideário da nova crença entre as populações que integravam o Império Romano.
No meio tempo em que os apóstolos enfrentavam a dura tarefa de propagar os ensinamentos cristãos, a cidade de Jerusalém se transformava em um imenso campo de batalha gerado pela insubordinação dos judeus às autoridades romanas. Desprovida de qualquer chance de agregar pacificamente os convertidos, a cidade de Jerusalém foi atacada e destruída pelos exércitos romanos nos anos de 70 e 135.
No século IV, o cristianismo havia conquistado o interesse religioso de uma considerável parcela da população imperial. O auge desse processo aconteceu durante o governo do imperador Constantino, que se converteu ao cristianismo e transformou Roma no grande centro difusor dessa religião. Enquanto isso, a famigerada Jerusalém foi transformada em uma cidade pagã conhecida pelo nome de Aelia Capitolina.
A ação estratégica tomada pelo imperador romano acabou sendo de grande importância para que o cristianismo ampliasse suas fronteiras e conseguisse o elaborado grau de organização que marcou a sua trajetória. No século XX, os domínios eclesiásticos em Roma foi ponto central nas discussões que marcaram o impasse territorial que colocava o governo de Benito Mussolini contra os interesses da Santa Sé.
Interessado em formar um governo centralizado, o Estado italiano exigia que a Igreja abrisse mão da autoridade exercida nos vastos territórios controlados desde os tempos das Cruzadas. Com a assinatura do Tratado de Latrão, em 1929, o papa Pio XI reconhecia a autoridade política do governo italiano, que, em contrapartida, transformou o Vaticano em um Estado independente.