Tríplice Aliança

A Tríplice Aliança foi uma aliança militar que envolveu os seguintes países: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. Esse acordo estabeleceu que essas nações cooperariam entre si caso fossem atacadas por outra nação europeia. Foi parte da política externa promovida pelo chanceler alemão Otto von Bismarck.

O trio foi estabelecido em 1882 e se estendeu até 1915, quando a Itália decidiu não renovar sua participação e aderiu à Tríplice Entente. As nações envolvidas procuraram isolar diplomaticamente Rússia e França, vistas como ameaças por elas.

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Tópicos deste artigo

• 1 - Resumo sobre Tríplice Aliança
• 2 - Objetivos da Tríplice Aliança
• 3 - Consequências da Tríplice Aliança
• 4 - Interesses da Tríplice Aliança

Resumo sobre Tríplice Aliança

• Foi um acordo que existiu entre 1882 e 1915.

• As três nações participantes eram: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália.

• Foi parte da política externa do chanceler alemão Otto von Bismarck.

• Procurou isolar diplomaticamente a França e a Rússia.

• Deixou de existir quando a Itália a abandonou, em 1915.

Objetivos da Tríplice Aliança

A Tríplice Aliança foi um acordo assinado entre as seguintes nações: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. Esse acordo estabeleceu uma aliança militar entre essas nações na qual todas se comprometiam a cooperar militarmente caso qualquer uma fosse atacada por outra nação europeia.

Esse acordo foi assinado em 20 de maio de 1882, sendo renovado até o ano de 1915, quando a Itália retirou-se dele e aderiu à Tríplice Entente. A Tríplice Aliança foi parte da estratégia diplomática, elaborada pelo chanceler alemão Otto von Bismarck, de estabelecer uma série de acordos que protegessem seu país de ser atacado por alguma potência europeia.

Os dois grandes alvos dela eram a França e a Rússia, tidas como as maiores ameaças pelos três membros. Além disso, a adesão da Itália foi uma expansão da Aliança Dual, uma aliança militar que já existia entre Alemanha e Áustria-Hungria, nações que se aliaram em 1879.

O objetivo era estabelecer acordos militares defensivos que prevenissem um novo conflito no continente e, principalmente, que evitassem a entrada da Alemanha nele. O acordo acabou afastando algumas nações da Alemanha, principalmente depois da demissão de Otto von Bismarck, como veremos, e contribuiu para aumentar as tensões diplomáticas.

Além da cooperação mútua, o acordo entre as três nações da Tríplice Aliança possuía algumas cláusulas específicas:

1. A Itália teria suas pretensões imperialistas no continente africano defendidas pelo governo alemão.

2. A Itália seria auxiliada militarmente caso fosse atacada pelo governo francês.

3. Se a Áustria-Hungria fosse atacada pela Rússia, a Itália deveria manter posição de neutralidade.

4. A Itália assumiria publicamente sua intenção de manter relação amigável com o governo alemão.

5. A Áustria-Hungria colocaria fim nas hostilidades diplomáticas com a Itália.

Consequências da Tríplice Aliança

A Tríplice Aliança fazia parte da política de acordos diplomáticos de Otto von Bismarck, mas essa política foi integralmente desmontada pelo imperador alemão Guilherme II, depois que o chanceler alemão foi demitido em 1890. Depois disso a política alemã se tornou mais agressiva, contribuindo diretamente para afastar Rússia e Grã-Bretanha do governo alemão.

O resultado disso foi desastroso no longo prazo, uma vez que russos e britânicos aproximaram-se do governo francês, e, juntas, as três nações formaram a Tríplice Entente. Quando a guerra se iniciou, esses dois lados se colocaram como inimigos e a luta foi travada entre Tríplice Aliança e Tríplice Entente.

Com o início da Primeira Guerra Mundial, a Itália se recusou a ingressar no conflito com austríacos e alemães e abandonou a Tríplice Aliança em 1915. Isso aconteceu porque ela foi convencida a aderir à Tríplice Entente, declarando guerra contra alemães e austríacos no mesmo ano.

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Interesses da Tríplice Aliança

A assinatura do acordo que formou a Tríplice Aliança se deu porque cada uma das nações envolvidas tinha interesses diversos, mas que, naquele momento, se convergiam. Vamos entender rapidamente os motivos de cada uma.

• Alemanha

A Alemanha era a nação mais interessada no acordo e foi o seu esforço diplomático que a uniu com Áustria-Hungria e Itália. Primeiramente, os alemães procuravam isolar diplomaticamente a França, pois havia muitas questões pendentes entre as duas nações. A começar pelo fato de que a Unificação Alemã havia sido encerrada por meio de uma guerra entre Prússia e Alemanha.

Prússia foi o reino germânico que liderou o processo de unificação, e, após sua conclusão, foi inaugurado o Império Alemão. A Guerra Franco-Prussiana foi desastrosa para a França, que foi derrotada de maneira vexatória e ainda perdeu territórios para os prussianos. O governo alemão temia que os franceses se vingassem no futuro.

A Alemanha também se incomodava com a Rússia, país com o qual mantinha certa rivalidade étnica (alguns alemães alimentavam a ideia de uma luta histórica entre os germânicos e os eslavos). Além disso, o enfraquecimento do Império Otomano e o avanço dos interesses russos nos Bálcãs eram vistos com grande preocupação pelo governo alemão.

O governo alemão procurou reduzir a influência da Rússia nessa região e incentivou a independência de algumas nações. No entanto, a política de alianças da Alemanha era complexa, e, mesmo havendo uma rivalidade com a Rússia, o governo alemão manteve aliança com esse governo por um período.

Os governos alemão e russo mantiveram alianças militares por meio da Liga dos Três Imperadores e do Tratado de Resseguro. Este último não foi renovado — a contragosto dos russos — em 1890, depois da demissão de Otto von Bismarck. O fracasso da aliança com a Rússia fez com que os alemães se aproximassem dos franceses na década de 1890.

• Áustria-Hungria

Os interesses da Áustria-Hungria convergiam para os interesses alemães no sentido de que ambos tinham uma forte desconfiança com a Rússia. Inclusive, a Liga dos Três Imperadores, que reunia Alemanha, Áustria-Hungria e Rússia, fracassou porque as relações de austríacos e russos eram muito ruins.

A rivalidade entre as duas nações se explicava pela disputa entre elas pelos Bálcãs. Rússia e Áustria-Hungria disputavam o controle da região, e a presença austríaca se dava na Bósnia, território anexado pelos austríacos. O movimento nacionalista que existia na Bósnia era contrário ao domínio austríaco e era fortemente influenciado pelo pan-eslavismo defendido pelos russos.

• Itália

Por fim, o grande interesse do governo italiano era o de garantir aliados militares que pudessem o proteger dos franceses. O governo italiano possuía uma forte rivalidade com o governo francês porque ambos possuíam interesses imperialistas que se chocavam. Havia uma disputa entre as nações pelo norte da África (disputa vencida pelos franceses). Assim, a Itália garantia a si aliados para protegê-la mas também aliados que defenderiam suas pretensões imperialistas no continente africano.