O socialismo utópico foi uma corrente de pensamento que se estabeleceu na primeira metade do século XIX, conhecida como a primeira geração de pensadores socialistas. O socialismo utópico era crítico à miséria e desigualdade presentes na sociedade capitalista, defendendo a construção de uma sociedade ideal, baseada na igualdade e no cooperativismo.
O socialismo utópico recebeu esse nome por Karl Marx, que o considerava ingênuo e incapaz de tecer críticas aprofundadas sobre o capitalismo. O uso desse termo pelo pensador tinha uma conotação pejorativa. O socialismo utópico ficou marcado por não acreditar na saída revolucionária.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o socialismo utópico
- 2 - Videoaula sobre o socialismo utópico
- 3 - O que é socialismo utópico?
- 4 - Características do socialismo utópico
- 5 - Pensadores do socialismo utópico
- 6 - Diferenças entre o socialismo utópico e o socialismo científico
- 7 - Socialismo utópico e socialismo real
Resumo sobre o socialismo utópico
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O socialismo utópico foi uma corrente de pensamento que surgiu no começo do século XIX.
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Criticava a desigualdade existente na sociedade capitalista.
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Propunha a construção de uma sociedade real baseada na igualdade e no cooperativismo.
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Não acreditava na luta de classes nem na possibilidade revolucionária.
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Seus principais pensadores foram Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier.
Videoaula sobre o socialismo utópico
O que é socialismo utópico?
O socialismo utópico foi uma corrente de pensamento que se estabeleceu na Europa na primeira metade do século XIX, criticando o capitalismo. Foi a primeira corrente de pensamento socialista, que se estabeleceu defendendo transformações a fim de combater a desigualdade social e trazer melhores condições de vida aos trabalhadores.
O foco dos socialistas utópicos era o combate à miséria e à desigualdade causadas pela ordem capitalista, mas também falavam sobre diversos assuntos relativos a sua época. Defendiam transformações para atenuar a exploração dos trabalhadores e melhorar a situação deles, mas se opunham à luta de classes e à revolução, acreditando que as transformações aconteceriam unicamente pela ação voluntária das pessoas. O objetivo dos pensadores do socialismo utópico era estabelecer uma sociedade ideal, onde não haveria miséria e desigualdade social e a cooperação e a harmonia estariam estabelecidas na sociedade.
O socialismo utópico, no entanto, ficou marcado por possuir pouca profundidade na análise e crítica dos problemas do socialismo. Além disso, seus representantes acreditavam em uma transformação pacífica, sem a necessidade de um ciclo revolucionário. Alguns socialistas utópicos acreditavam que a transformação da sociedade poderia partir da própria burguesia.
O nome socialismo utópico foi estabelecido por Karl Marx, num sentido pejorativo, uma vez que o pensador considerava que os socialistas utópicos eram ingênuos e careciam de capacidade crítica sobre os problemas da sociedade capitalista. Assim, Marx definiu as crenças dessa primeira geração de socialistas como utópicas.
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Características do socialismo utópico
Algumas das características do socialismo utópico foram:
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ausência da crença na via revolucionária como forma de transformação da sociedade;
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busca pela construção de uma sociedade ideal;
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combate à desigualdade social e à miséria causadas pelo capitalismo;
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construção de uma sociedade baseada na ideia do cooperativismo entre todas as classes sociais;
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divisão do trabalho, de maneira a combater o ócio e fazer com que todos contribuam de acordo com suas habilidades;
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oposição ao capitalismo e aos princípios do liberalismo;
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crença de que a própria burguesia poderia conduzir as transformações necessárias;
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não aprofundamento das críticas ao capitalismo e suas contradições.
Pensadores do socialismo utópico
O socialismo utópico teve força na primeira metade do século XIX, perdendo espaço para o socialismo científico estabelecido por Karl Marx e Friedrich Engels. Entre os principais pensadores do socialismo utópico, destacaram-se:
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Robert Owen;
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Charles Fourier;
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Saint-Simon.
Diferenças entre o socialismo utópico e o socialismo científico
O socialismo utópico, como já vimos, foi o estágio inicial da ideologia socialista, buscando construir uma sociedade ideal baseada na igualdade e no cooperativismo. Para isso, era necessário que a miséria e a desigualdade social causadas pelo capitalismo fossem combatidas. Seus representantes acreditavam que isso poderia ser obtido de maneira pacífica, sem que houvesse a necessidade de revolução.
Os socialistas utópicos acreditavam que a burguesia poderia, por iniciativa própria, iniciar essa transição, e o Estado poderia ser o seu mediador nesse processo. Não havia uniformidade nos pensamentos dos socialistas utópicos, assim, alguns deles defendiam a manutenção da propriedade privada e até mesmo a continuidade do socialismo, desde que a desigualdade fosse reduzida.
O socialismo utópico possuía inúmeros representantes, diferentemente do socialismo científico, que se desenvolveu, a princípio, por meio do trabalho intelectual realizado pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels. Ambos desenvolveram uma teoria nomeada, por eles próprios, de socialismo científico.
Isso porque, na visão de Marx e Engels, eles estavam desenvolvendo um trabalho científico de análise do capitalismo, evidenciando os seus problemas e esmiuçando os mecanismos de exploração do proletariado nas mãos da burguesia. Essa análise científica serviu de base para que eles defendessem a superação da ordem capitalista.
O socialismo científico acreditava que o caminho para a superação do capitalismo seria a via revolucionária, que seria motivada pela luta de classes — a disputa travada pelos trabalhadores contra a burguesia, a classe exploradora. Por meio dessa revolução, seria estabelecida a ditadura do proletariado, em que o Estado coordenaria ações para reduzir a desigualdade social e a miséria, construindo uma sociedade baseada na igualdade.
O socialismo científico ainda acreditava que, uma vez que a mentalidade capitalista fosse extirpada das mentes, o comunismo seria estabelecido. Imediatamente, as classes sociais e o Estado seriam abolidos e a sociedade viveria em harmonia com o trabalho e a riqueza sendo igualmente distribuídos entre todos.
Socialismo utópico e socialismo real
O socialismo utópico, como mencionado, foi o conjunto das primeiras ideologias socialistas que surgiram nas primeiras décadas do século XIX. O socialismo real, por sua vez, foi o conjunto das experiências socialistas que existiram ao longo da história, sendo que a primeira delas foi a Rússia, transformada em uma nação socialista em 1917.
Ideologicamente, a primeira experiência do socialismo real se inspirou no marxismo, como também é conhecido o socialismo científico, mas, ao longo do século XX, novas leituras do socialismo foram realizadas, dando origens a interpretações como o leninismo, maoismo, trotskismo, entre outras. O socialismo real foi profundamente criticado por se afastar daquilo que defendia Marx e Engels.
Créditos da imagem:
Fontes
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 2005.
CARVALHO, José Maurício de. O socialismo utópico. Disponível em: https://revistas.ufg.br/philosophos/article/view/42600/23571.
MARINI, Ruy Mauro. Duas notas sobre o socialismo. Disponível em: http://www4.pucsp.br/neils/downloads/v5_artigo_ruy.pdf.
AGOSTI, Aldo. O socialismo real: um balanço. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18959/21022