Com o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, houve a famosa reunião no Palácio de Versalhes, na França, organizada pelos países vencedores da guerra, para decidir sobre a “Paz” e a ordem no mundo (sobretudo na Europa) a partir de então.
Dessa reunião resultou o Tratado de Versalhes, assinado em 1919. Esse tratado impunha uma série de sanções e a cobrança de pesada indenização à Alemanha, que havia sido, segundo o juízo dos elaboradores do tratado, a principal responsável pelas catástrofes da guerra. A fase da história da Alemanha que se seguiu às determinações do Tratado de Versalhes e terminou com a ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, é chamada de República de Weimar.
Tendo se comprometido a pagar as dívidas impostas pelos países vencedores, os alemães precisavam, sobretudo, “arrumar a casa”, isto é, reorganizar política e economicamente o país. Com o fim da Primeira Guerra, o II Reich (Segundo Império) havia ruído. Restava então às lideranças políticas, constituídas sobretudo de sociais-democratas e liberais, elaborarem uma nova forma de governo. A opção pela estrutura republicana foi a que melhor se ajustou à situação.
Uma assembleia constituinte reuniu-se na cidade de Weimar em 6 de fevereiro de 1919. O objetivo óbvio da reunião foi a redação de uma Carta Constitucional que prefiguraria as diretrizes do novo regime de governo. A estrutura da República de Weimar tornou-se então parlamentarista, dividida em duas casas de representação social: o Reichstag (Parlamento) e o Reichsrat (Assembleia). Na frente administrativa, encontrava-se o Chanceler, mas tal título foi substituído por Friedrich Ebert – primeiro Chanceler – pelo título de Presidente e comissário do povo.
Paralelamente à organização da República parlamentarista democrática, houve a chamada Revolta Espartaquista Alemã (em alusão a Spartacus, escravo e gladiador que organizou uma revolta na Antiga Roma) ou Revolução Alemã de 1918-1919. Essa revolta tinha um viés revolucionário inspirado no marxismo e com uma proposta de transformação radical da sociedade alemã, tal como havia ocorrido na Rússia em 1917. Rosa Luxemburgo foi uma das líderes dessa revolta. No entanto, o movimento espartaquista foi sufocada pelo governo republicano.
Até o ano de 1924, a República de Weimar foi marcada, no ponto de vista econômico, por uma gigantesca onda inflacionária que assolava o país em todas as instâncias, desde o setor industrial até o simples comércio. A situação só mudou após uma gradativa articulação com a economia dos Estados Unidos da América que proporcionou estabilidade à Alemanha e uma retomada do crescimento econômico.
Em 1925, o ex-combatente da Primeira Guerra Mundial, o marechal Paul Von Hindenburg, foi eleito para a presidência da República. Na fase de Hindenburg, a Alemanha enfrentou uma nova crise econômica, sobretudo após a Crise de 1929, decorrente da Quebra da Bolsa de Nova York. Foi também nessa fase que começou a ascensão do Partido Nacional Socialista Alemão, o partido nazista, que foi encabeçado por Adolf Hitler.
O crescimento do nazismo e seu progressivo avanço dentro do parlamento alemão, por meio das eleições, forçaram o então presidente Von Hindenburg a nomear Hitler chanceler de seu governo. Em 1933, com a morte do marechal, Hitler assumiu o cargo também de presidente e aplicou, de uma só vez, o seu programa totalitário. Era o fim da República de Weimar.