É sabido que as primeiras civilizações que floresceram na região da Península Balcânica, às margens do Mar Egeu, foram as civilizações cretense e micênica. Tais civilizações, que possuíam uma forma de organização palaciana, isto é, centrada em torno dos palácios reais, passaram a ser desarticuladas por volta de 1400 a.C. Esse desmantelamento ocorreu sobretudo pela ação dos povos indo-europeus advindos das ondas migratórias que se instalaram na região sul da Europa. Entre esses povos, estavam os aqueus, jônios e dórios, que formaram as principais cidades-estado da Grécia Antiga.
Entre os séculos XII e IX, esses povos estabeleceram-se em diversos pontos da região da Hélade (como era chamada a antiga Grécia), desde a Península do Peloponeso até a Ásia Menor, na região da Anatólia (atual Turquia). Cidades-estado importantes, como Atenas, Esparta e Tebas, floresceram nessa época.
Datam desse período as lendas que envolvem suas campanhas militares. A mais famosa é a guerra contra a cidade de Troia, que ficava na Ásia menor. As narrativas que organizaram a memória sobre esse período estão compiladas em dois poemas épicos atribuídos ao poeta cego Homero: a Ilíada, que narra a Guerra de Troia (Ilíon, em grego), e a Odisseia, que narra o retorno da guerra de Troia do herói Ulisses, ou Odisseu.
Esse período foi chamado de Período Homérico justamente porque as epopeias de Homero foram os principais documentos culturais dessa civilização. Na lenda da guerra contra Troia, conta-se que Helena, esposa do rei espartano Menelau, foi raptada pelo filho do rei de Troia, o príncipe Paris. Isso teria dado origem à guerra. Entretanto, as pesquisas arqueológicas denunciam que Troia, que havia sido fundada por volta de 3.000 a.C., na altura do ano de 1220 a.C., foi conquistada e pilhada por outras cidades-estado por causa de sua grande riqueza.
Essas narrativas orientaram a formação do homem grego durante séculos. Os estágios iniciais de organização da pólis grega desenvolveram-se durante o período homérico. Os núcleos familiares, clãs, que possuíam um genos, isto é, uma propriedade agrícola, estiveram na base desse desenvolvimento. Foi das comunidades gentílicas que nasceram as cidades-estado.
Videoaula relacionada: