O Império Romano é conhecido como a terceira fase da civilização romana. Iniciou-se em 27 a.C., com a coroação de Otávio Augusto, e foi até 476 d.C., com a destituição de Rômulo Augusto, durando 503 anos. O império é tido como a fase de ouro dos romanos, tanto pelo seu imenso território conquistado como pelo período da centralização máxima do poder nas mãos de um único sujeito, o imperador.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Império Romano
- 2 - Antecedentes históricos do Império Romano
- 3 - Características do Império Romano
- 4 - Lista dos principais imperadores do Império Romano
- 5 - Dinastias do Império Romano
- 6 - Origem do Império Romano
- 7 - Crise do Império Romano
- 8 - Exercícios resolvidos sobre o Império Romano
Resumo sobre o Império Romano
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O principal antecedente histórico do Império Romano foi a crise da República Romana, com conflitos internos por poder.
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As características governamentais do Império Romano eram a centralização do poder nas mãos do imperador e o caráter expansionista do império.
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A economia no Império Romano era marcada principalmente pela atividade agrícola e pelo comércio.
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A sociedade no Império Romano era composta pela burocracia (antiga aristocracia patrícia), comerciantes, plebeus e escravos.
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A cultura no Império Romano era muito influenciada pelos gregos, baseada neles em diversos aspectos, como na arte, arquitetura e pintura.
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A religião no Império Romano era politeísta, composta por diversos deuses e deusas com características humanas.
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Os principais imperadores foram: Otaviano Augusto, Cláudio, Nero, Tito, Trajano, Adriano, Diocleciano, Constantino, Rômulo Augusto e Constantino XI.
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As dinastias foram: Dinastia Júlio-Claudiana, Dinastia Flaviana, Dinastia Nerva-Antonina e Dinastia Severa.
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Os triunviratos foram governos compostos por três generais do exército que governariam o território romano.
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A crise do Império Romano iniciou-se a partir do século II-III d.C.
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A divisão do Império Romano foi uma tentativa de reforma para conter a crise no império que levou à sua queda.
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As invasões germânicas aconteceram ao longo dos séculos III, IV e V d.C.
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A queda do Império Romano se deu pela dificuldade de administração, as invasões germânicas, os altos impostos, a religião e a escassez de novos escravizados.
Antecedentes históricos do Império Romano
O surgimento do Império Romano se deu em decorrência da crise da república. Esse período de tribulação se deu graças a conflitos sociais internos, pelas revoltas de escravos e da população, mas principalmente pelas guerras civis geradas pelas disputas de poder constantes.
A política expansionista romana, associada ao grande poder dado ao exército que liderava essas expansões, gerou o questionamento do poder do Senado, bem como a ascensão de figuras militares influentes.
Na intenção de conter a instabilidade de poder, criaram-se o Primeiro e Segundo Triunvirato, a fim de governar Roma e seus territórios com seus generais à frente. A prometida estabilidade não aconteceu, e após a vitória de Otávio Augusto, do Segundo Triunvirato, ele se tornou imperador absoluto, dando início ao Império Romano.
Características do Império Romano
Vamos conhecer, agora, as características do Império Romano quanto ao governo, economia, sociedade, cultura e religião.
→ Governo do Império Romano
Com a centralização do poder no imperador e a decadência do poder do Senado, Otávio Augusto realizou uma reforma política total em Roma. O imperador passou então a ser visto não só como um governante maior, mas também como uma divindade a ser cultuada e respeitada, o que foi imposto pela força do exército.
Dessa forma, o governo passou a ser totalitário e concentrado nas mãos do imperador, utilizando-se do exército, política e religião para fazer valer seus domínios e manter a ordem.
→ Economia do Império Romano
A economia no Império Romano foi marcada principalmente pela atividade agrícola e pelo comércio. Uma grande vantagem do período foi a certa estabilidade política, concedida pelos imperadores por meio de conquistas e expansões, que permitiram a criação e cunhagem de uma moeda única.
Uma única moeda corrente permitiu aos comerciantes e governo exercerem suas atividades com mais precisão e agilidade. As taxas alfandegárias, por sua vez, eram baixas e conseguiram manter o porto e as estradas relativamente seguras para a população e o comércio.
Controlando o fluxo de metais que transitavam pelo mar, a hegemonia comercial conquistada por Roma no Mediterrâneo foi de extrema importância para o desenvolvimento econômico do império. As províncias passaram a enviar trigo, madeira, cobre e outros materiais a baixo custo e a pagar impostos aos romanos. Isso gerou um grande enriquecimento romano, mas uma grande desigualdade entre seus cidadãos.
Outro elemento responsável pela manutenção e crescimento da economia no império foi a melhoria de infraestrutura de todo o território, com a criação e desenvolvimento de estradas e aquedutos. Parte de uma estratégia de Pax Romana (conjunto de medidas político-administrativas usadas para evitar o surgimento de rebeliões), essas obras também eram colocadas em regiões mais rebeldes, de forma a garantir a paz entre a população, atenuando conflitos.
→ Sociedade do Império Romano
A sociedade do Império Romano era dividida entre patrícios, comerciantes ricos e plebeus. Com a implementação do império, deu-se início à criação de uma ampla burocracia, constituída por meio de critérios censitários, de acordo com a riqueza e rendimentos. Isso deu origem à nova classe privilegiada de Roma, composta, principalmente, pela outrora aristocracia patrícia (subordinada ao imperador, mas com privilégios) e pelos comerciantes mais ricos que ganharam espaço no poder por meio do enriquecimento nas expansões territoriais romanas.
Com o enriquecimento dessas camadas mais abastadas e a desigualdade instalada entre os plebeus, iniciaram-se as tensões na sociedade romana, levando à criação da política do “pão e circo”, a fim de consolidar os processos e atenuar conflitos. Ofereciam-se espetáculos e trigo para a população empobrecida.
Outro fator que permitiu a viabilização dessa sociedade dividida entre patrícios, comerciantes ricos e plebeus foi a constante política expansionista feita pelo império. Desse modo, a cada novo território conquistado, mais recursos foram obtidos e milhares de estrangeiros escravizados e transformados em mão de obra, passando a sustentar toda a base econômica do Império Romano, além de fortificar cada vez mais o exército.
→ Cultura do Império Romano
A cultura romana era muito influenciada pela cultura dos gregos, baseada em diversos aspectos da arte, arquitetura e pintura destes. Apesar da influência, os romanos passaram a desenvolver aspectos próprios nas artes plásticas. Nas esculturas, representavam as formas humanas de forma mais real, focando e salientando as imperfeições do corpo. Nas pinturas, destacaram-se os retratos e afrescos, ainda que poucos tenham sobrevivido ao tempo.
Outro traço importante da cultura romana foram os mosaicos, que representavam, na maioria das vezes, cenas de sua mitologia. Essas obras eram colocadas até mesmo em novos territórios conquistados, a fim de marcar a dominância do império e reafirmar sua cultura no local.
Contudo, o principal traço da cultura romana era o latim como idioma oficial, tendo em vista a grande influência que esse idioma viria causar no mundo, gerando o surgimento de diversas línguas derivadas dele, como o português.
→ Religião do Império Romano
O principal traço da religião em Roma era o politeísmo, isto é, a crença em diversos deuses e deusas. Eles tinham características mais humanas do que divinas, com qualidades e defeitos. Essas deidades foram praticamente todas assimiladas da Grécia, mas com nomes em latim.
Seus deuses estavam intimamente ligados à natureza, aos sentimentos humanos e às ações humanas, como guerra e caça. Cultos a eles eram realizados tanto no ambiente doméstico e familiar como publicamente, organizados pelos sacerdotes e pelo Estado.
Contudo, com a expansão constante do império romano, elementos das religiões de outros povos também acabavam por ser assimilados pelos romanos, como, por exemplo, deuses egípcios e deuses persas. Mais tarde, em 380 d.C., o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano.
Lista dos principais imperadores do Império Romano
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Otaviano Augusto
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Cláudio
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Nero
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Tito
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Trajano
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Adriano
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Diocleciano
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Constantino
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Rômulo Augusto
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Constantino XI
Dinastias do Império Romano
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Dinastia Júlio-Claudiana (27 a.C. a 68 d.C)
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Dinastia Flaviana (69 a 96 d.C.)
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Dinastia Nerva-Antonina (96 a 192 d.C.)
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Dinastia Severa (193 a 235 d.C.)
Origem do Império Romano
→ Triunviratos do Império Romano
Em meio aos conflitos e crises da República Romana, surgiram as ditaduras militares. Os ditadores eram generais do exército, e a possibilidade de sua ascensão ao poder se deu, primordialmente, pela importância conferida às forças armadas no momento de crise e instabilidade do governo romano.
O primeiro dos ditadores foi o general Mário, que, após sua morte, foi seguido por Sila, até a criação do Primeiro Triunvirato (formado pelos generais Júlio César, Pompeu e Crasso) pelo Senado para governar os territórios romanos. A morte de Crasso rompeu o equilíbrio do triunvirato, levando ao embate armado entre Pompeu e Júlio César, que emergiu vitorioso do conflito.
Após proclamar-se ditador vitalício, Júlio César centralizou todo o poder político e enfraqueceu o Senado. Mais tarde, vítima de uma conspiração da elite, foi assassinado, gerando grande comoção popular e o retorno das guerras civis. Na tentativa de mais uma vez apaziguar as revoltas, criou-se o Segundo Triunvirato (composto por Marco Antônio, Otávio Augusto e Lépido), que logo entrou em confronto entre si pelo poder único.
Saindo vitorioso do conflito, Otávio Augusto recebeu do Senado os títulos de princeps e imperator. Com todo o poder de Roma concentrado em sua figura e autoproclamando-se com o título de augustus (divino), Otávio realizou uma série de reformas e deu início ao chamado Império Romano.
Crise do Império Romano
A crise do Império Romano envolveu sua divisão, as invasões germânicas e, por fim, a queda do império.
→ Divisão do Império Romano
A crise do Império Romano se deu principalmente por fatores econômicos. Por ter toda a sua economia baseada na escravização de estrangeiros conforme o império se expandia, quando suas guerras passaram a ser mais de defesa do vasto território do que de conquista propriamente dita, o número de escravizados diminuiu drasticamente.
Sem os escravos para a realização das tarefas e produção de bens, a economia estagnou-se e passou a não ser suficiente para manter os militares, muito numerosos, nem para administrar todas as necessidades do Estado.
Dessa forma, foram propostas diversas reformas a fim de salvar a economia do império, como a diminuição do número de militares (o que deixava as fronteiras desprotegidas) e o aumento dos impostos (o que aumentava a insatisfação da população).
Uma dessas reformas foi a divisão do Império Romano em dois: o Império Romano do Oriente, com Constantinopla como base principal, e o Império Romano do Ocidente, com Roma como sede. Contudo, nenhuma dessas modificações foi capaz de deter a crise econômica que se alastrou por todo o império.
→ Invasões germânicas ao Império Romano
As invasões germânicas se deram por diversos fatores migratórios dos povos que faziam fronteira com o Império Romano. Pela busca de uma vida melhor, de recursos, de novos territórios etc., as migrações para o interior do território romano foram feitas por muitos povos, principalmente os godos (visigodos e ostrogodos), hunos e germânicos (como os francos, anglos, saxões, vândalos, bretões e burgúndios).
Como estavam com seu poderio militar enfraquecido, os romanos não conseguiram se defender dessas invasões, e o império foi tomado pelos povos germânicos. Roma sofreu ataques em 410, quando os visigodos saquearam a cidade, e em 476, quando os hérulos e seu rei, Odoacro, a invadiram e destronaram o último imperador romano, Rômulo Augusto.
→ Queda do Império Romano
A queda do Império Romano se deu por diversos fatores, sendo os principais os seguintes:
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dificuldade de administração (devido ao imenso território ocupado);
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invasões germânicas (feitas pela migração dos povos godos, hunos e germânicos);
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altos impostos (levando à insatisfação e revoltas civis);
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religião (com a adoção do cristianismo, que não admite o culto a vários deuses);
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escassez de novos escravizados (que acabou por estagnar a economia do império).
O Império Romano do Ocidente foi se desintegrando com as invasões germânicas e foi assimilado por diferentes culturas e povos, dando início então ao período histórico conhecido como Idade Média. Já o Império Romano do Oriente estendeu-se até 1453, quando foi derrotado na invasão dos povos turco-otomanos.
Exercícios resolvidos sobre o Império Romano
Questão 1
(Osec) Sobre a ruralização da economia ocorrida durante a crise do Império Romano, podemos afirmar que:
A) foi consequência da crise econômica e da insegurança provocada pelas invasões dos bárbaros.
B) foi a causa principal da falta de escravos.
C) proporcionou ao Estado a oportunidade de cobrar mais eficientemente os impostos.
D) incentivou o crescimento do comércio.
E) proporcionou às cidades o aumento de suas riquezas.
Resolução:
Alternativa A.
A ruralização da economia ocorrida durante a crise do Império Romano foi consequência da crise econômica e da insegurança provocada pelas invasões dos bárbaros, pois as invasões bárbaras aumentavam proporcionalmente à diminuição da quantidade de escravizados. Assim, proprietários de terras começaram a arrendá-las para patrícios — que iam para o meio rural para subsistência, abandonando as cidades por conta de segurança também — e escravizados que haviam sido libertos.
Questão 2
(UFV) A respeito das classes que compunham a sociedade romana na Antiguidade, é CORRETO afirmar que:
A) os “plebeus” podiam casar-se com membros das famílias patrícias, forma pela qual conseguiam quitar suas pendências de terra e dinheiro, conseguindo assim certa ascensão social.
B) os “plebeus” compunham a classe formada pelos camponeses, artesãos e alguns que conseguiam enriquecer por meio do comércio, atividade que lhes era permitida.
C) os “clientes” eram estrangeiros acolhidos pelos patrícios e transformados em escravos, quando sua conduta moral não condizia com a de seus protetores.
D) os “patrícios” foram igualados aos plebeus durante a democracia romana, quando da revolta dos clientes, que lutaram contra a exclusão social da qual eram vítimas.
E) os “escravos” por dívida eram resultado da transformação de qualquer romano em propriedade de outrem, o que ocorria para todos que violassem a obrigação de pagar os impostos que sustentavam o Estado expansionista.
Resolução:
Alternativa B.
Os plebeus compunham a classe formada pelos camponeses, artesãos e alguns que conseguiam enriquecer por meio do comércio, atividade que lhes era permitida, pois a plebe não tinha ascendência nobre nos antigos clãs fundadores de Roma, ao contrário dos patrícios. Portanto, a plebe não tinha terras para cultura e plantio nem direitos e privilégios políticos.
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