Desde muito tempo, o homem vem buscando alternativas para ampliar o conforto que o rodeia. Cada vez mais, máquinas, aparelhos, softwares e outras geringonças aparecem em nosso cotidiano com a irresistível promessa de facilitar algumas tarefas outrora dispendiosas. Contudo, entre tantas possibilidades alcançadas, ainda temos grande fascínio pela ideia de se criar um ser capaz de nos substituir. É a partir deste intrigante desejo que projetamos os robôs.
Ao contrário do que se pensa, a criação de um ser mecânico não surgiu depois que a Revolução Industrial passou a figurar os mais variados âmbitos de nossa vida. Já na Antiguidade, a mitologia grega falava sobre os serventes mecânicos inteligentes criados pelo deus Héfesto. Entre os chineses, corre o milenar relato do artesão Yan Shi que teria apresentado ao rei Mu Wang um homem robô capaz de caminhar, cantar e galantear o sexo oposto.
No mundo islâmico, nos primórdios da Idade Média, um alquimista conhecido como Geber incluiu um capítulo a parte em um de seus livros de receita. Ao invés de fórmulas químicas, misturas e reações, nessa parte de seu trabalho estavam diversos tratados sobre a construção de escorpiões, cobras e seres humanos artificiais. E esses eram apenas os primeiros protótipos a serem idealizados.
No século XV, o renascentista Leonardo da Vinci trabalhou em um complexo projeto de um humanoide feito a partir das peças de uma armadura medieval. De acordo com o trabalho, esse robô poderia movimentar os braços, a cabeça e o maxilar, e sentar-se. Séculos mais tarde, o francês Jacques Vaucanson (1709 - 1782) teve uma conquista mais significativa ao construir um pato mecânico capaz de se alimentar, grasnar e bater suas asas.
Na década de 1920, temos uma primeira importante conquista quando o dramaturgo tcheco Kapel Kapec cunhou pioneiramente a expressão “robô” para se referir a humanos mecanizados que cumpriam tarefas árduas. Na mesma época, o engenheiro elétrico Roy J. Wensley progrediu neste campo ao, em 1927, apresentar o Televox: um pequeno robô de aspecto humano capaz de cumprir as ações ordenadas por seu operador. Em 1930, “Willie Vocalite” surge com formas humanas e capacidade de realizar novas tarefas.
No ano de 1937, a companhia norte-americana Westinghouse torna pública a criação de “Elektro”, um robô com cento e vinte quilos e dois metros de altura capaz de falar, distinguir cores e andar com o comando de voz. Três anos depois, o cão-robô “Sparko” saiu com este seu companheiro humanoide em várias feiras e congressos dos EUA. O sucesso da dupla até rendeu uma curtíssima carreira cinematográfica com a participação no filme “Sex Kittens Go to College".
Nos anos de 1950, o desenvolvimento da eletrônica abriu outras várias possibilidades para que a robótica obtivesse novas conquistas. Não por acaso, em 1961, a empresa automobilística General Motors utilizou o robô Unimate para carregar e soldar pedaços de metal no chassi dos carros. Nessa mesma década, outras pesquisas avançaram no desenvolvimento de braços mecânicos para fins industriais.
Com a ampliação dos estudos e o aperfeiçoamento de diversos recursos, a empresa japonesa Honda anunciou em 1986 o expresso desejo de criar robôs que tivessem a capacidade de interagir com os humanos. No ano de 1999, a empresa de tecnologia e comunicação Sony apresentou “Aibo” como o primeiro humanoide a ser colocado à venda. De lá pra cá, a possibilidade de uso desses seres mecânicos vem se tornando cada vez menos ficcional e mais real.