Inaugurado em 280 a.C., essa construção servia como referencial para os perigos das proximidades e indicava o caminho para o porto da Ilha de Pharos. Construído pelo arquiteto grego Sostratus de Cnidus, o farol emitia uma enorme chama de fogo que poderia ser avistada a mais de cinquenta quilômetros de distância. Dada sua importância e acabamento, este projeto arquitetônico faz parte do seleto grupo das Sete Maravilhas da Antiguidade.
O projeto do farol foi concebido através da formulação de um prédio único com quatro formatos diferentes. A base da construção tinha forma de quadrado, seguida por uma parte retangular. A torre intermediária foi construída com um desenho octogonal e a parte mais elevada com formato cilíndrico. Nessa última instalação era onde ficava a enorme tocha que orientava os navegantes do Mediterrâneo.
A esse respeito, logo surge uma dúvida sobre como as chamas do farol eram constantemente mantidas. Pensando nessa questão, Cnidus transformou a parte octogonal no depósito onde, através de cordas e roldanas, os funcionários do farol conduziam a lenha até a fornalha. No topo, as janelas garantiam a circulação do ar necessária para que as chamas ficassem acesas. Acredita-se que nesse mesmo lugar eram colocadas placas de bronze que aumentavam a luz refletida pelo fogo.
Tendo grande funcionalidade para os navegadores, o farol foi construído com pedra de granito clara, e revestido com mármore e calcário. Os blocos de pedra eram unidos com uma liga que levava chumbo derretido e uma espécie de cimento feito a partir da mistura de resina com calcário. Além do prédio, o farol contava com abrigos que alojavam os guardas, trabalhadores e animais que garantiam o funcionamento da instalação.
Os animais empregados, provavelmente uma população de trezentas cabeças de gado, transportavam os combustíveis (madeira, esterco e óleos) da base para o salão octogonal por meio de um sistema de rampas. A força de trabalho humana era organizada em um sistema de turnos que envolvia aproximadamente cem trabalhadores assalariados, esses, apesar de receberem pelo serviço, eram obrigados pelo governo egípcio a trabalharem no lugar.
No século XIV, um terrível terremoto foi responsável pela destruição do Farol de Alexandria, que possuía entre 120 e 140 metros de comprimento e levava em seu topo uma estátua de Poseidon, divindade da mitologia grega que controlava os mares. Por volta de 1480, as pedras da construção original foram reaproveitadas para a construção de um forte. Ainda hoje, esse último edifício ocupa o lugar dessa maravilha do Mundo Antigo.