A melhor definição para clero seria “aqueles que fazem a intermediação entre os homens e Deus”.
No período que conhecemos como Idade Média (século V ao XV), ou Idade da Fé, os religiosos tiveram grande importância na formação sociocultural de seu meio. Além de tomar parte das decisões políticas, apoiando imperadores e suas guerras, a Igreja participou intensamente da educação medieval. Em tempos feudais, a Igreja detinha todo o conhecimento literário existente no Ocidente. Todos os livros e manuscritos eram de sua propriedade. Somente seus membros sabiam ler e escrever e ao lado de cada mosteiro havia uma escola construída e administrada por eles. Por conta disso, a Igreja tornou-se uma poderosa máquina de alienação. O desprendimento de coisas mundanas, o desapego material, o sexo apenas como reprodução e a conquista do paraíso foram alguns dogmas difundidos pela Igreja com o intuito de controlar a população. Membros da Igreja, como os padres, os bispos, os arcebispos, os cardeais e o papa formam o que chamamos de clero.
No mesmo período, houve discordâncias entre os membros clericais. Por conta do envolvimento da Monarquia no âmbito religioso, muitas regras não estavam sendo cumpridas, como a castidade e o desapego. Alguns religiosos, descontentes, resolveram fundar mosteiros onde passariam boa parte de suas vidas meditando, orando, a fim de uma maior aproximação de Deus. Esses religiosos compunham o clero regular, como ficou conhecido. No mosteiro também fariam votos de castidade e praticariam a penitência. O clero regular tinha esse nome porque deriva da palavra “regulado”, controlado. Os religiosos que trabalhavam com a administração, junto ao povo, formaram o clero secular, que vem do latim "sæculum" que significa “mundo”.
Com o tempo, o poder da Igreja enfraqueceu, mas ela continua presente nas decisões políticas e socioculturais no mundo todo, principalmente no Ocidente.