Nicolau Maquiavel foi um pensador florentino que viveu no período renascentista e escreveu o livro intitulado O Príncipe, dedicado a Lourenço de Médici. Nessa obra, o autor sugeriu as condições necessárias para que um soberano absoluto fosse capaz de conquistar, reinar e, principalmente, manter seu poder. O mais complexo para um soberano, na visão de Maquiavel, era a manutenção do poder de um rei.
Em suas observações, Maquiavel acreditava que a boa administração do soberano dependia de uma articulação política rígida e de muita sabedoria, ligadas às características pessoais, como a ousadia, a sagacidade, a perspicácia e o carisma. O pensador florentino sustentava a ideia de que o bom exercício da vida política dependia da felicidade do homem e da sociedade, pois nenhum príncipe, mesmo o mais sábio, podia ser tão sábio quanto o povo.
Maquiavel fez de O Príncipe um manual de ação política, cujo objetivo maior era a concretização de um poder absoluto, inabalável. Na obra, ele dissertou sobre como deveria ser o poder político exercido sobre um território e uma população, estabeleceu formas de relacionamento do monarca para com a nobreza, o clero, o povo e seu ministério.
Maquiavel levantou a seguinte dúvida: é melhor ser amado que temido ou temido que amado? Segundo o autor, desejam-se ambas as coisas: ser amado e temido seria o ideal, mas como é difícil ter ambas, se for necessário renunciar a uma, é muito mais seguro ser temido do que amado... pois, dos homens, em geral, pode-se dizer o seguinte: eles são ingratos, volúveis, simuladores, dissimuladores e são ávidos pelo lucro. Enquanto você fizer o bem para eles, são todos seus, oferecem seu próprio sangue, suas posses, suas vidas, seus filhos. Isso tudo quando você não tem necessidade. Mas quando você precisa, eles viram as costas. Em resumo, o pensador argumentou nessa passagem que o príncipe que esperasse a gratidão por parte de seu povo seria derrotado.
O pensamento de Maquiavel foi moldado numa Itália decadente pela Revolução das Comunas (cidades-estados), num país fragmentado em pequenos Estados e que corria o risco de perder sua independência nacional em virtude das invasões estrangeiras, como as da Espanha e da França. Desse contexto histórico, surgiu, em 1513, todo o cenário para a elaboração de O Príncipe. Maquiavel fez uma análise de como poderia ser a reconstrução da Itália nos princípios de um Estado moderno e unitário, porque, para ele, “jamais país algum viveu unido e próspero se não foi submetido inteiramente”, e caberia ao príncipe a responsabilidade de unir politicamente a fracassada Itália.
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