Maria Antonieta

Maria Antonieta foi rainha francesa de 1774 a 1792, tendo sua vida marcada pela opulência e pela Revolução Francesa.

Maria Antonieta foi rainha da França e ficou conhecida pelo seu estilo de vida marcado pela ostentação.
Maria Antonieta foi rainha da França e ficou conhecida pelo seu estilo de vida marcado pela ostentação.

Maria Antonieta foi uma austríaca que se casou com Luís XVI e, por isso, tornou-se rainha da França. Era uma rainha impopular e desgostada pelo povo e pela nobreza da França. Tornou-se símbolo do luxo e da frivolidade da corte desse país. Com a Revolução Francesa, foi aprisionada e condenada por alta traição, sendo executada na guilhotina em 1793.

Acesse também: Absolutismo — o sistema que garantia o modo de vida de Maria Antonieta

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Maria Antonieta

  • Casou-se com Luís Augusto, futuro Luís XVI, em 1770.

  • Teve quatro filhos durante o seu casamento e demorou sete anos para engravidar.

  • Ficou marcada pela vida cheia de luxos e frivolidades que levou enquanto foi rainha.

  • Foi executada na guilhotina durante o ciclo revolucionário francês.

Videoaula sobre Maria Antonieta

Origens de Maria Antonieta

Maria Antonieta nasceu em Viena, no dia 2 de novembro de 1755. Seu nome completo era Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena. Ela era arquiduquesa do Sacro Império Romano-Germânico e a última filha do casal de imperadores Maria Teresa e Fernando I. Ao todo, Maria Antonieta teve 14 irmãos, embora ela tenha tido outros que faleceram antes de ela nascer.

Os pais de Maria Antonieta eram imperadores do Sacro Império Romano-Germânico, que dominava vastos territórios na Europa desde o século X. No final do século XVIII, o Sacro Império estava em decadência e enfrentava grandes divisões internas. Nesse contexto, quem detinha o poder político era Maria Teresa.

Sobre a infância de Maria Antonieta, destaca-se o fato de que sua educação foi considerada insuficiente, e os historiadores entendem que houve certo desleixo na sua criação, o que fez com que ela não tivesse conhecimentos considerados fundamentais para a formação de um membro da família real. Essa insuficiência precisou ser corrigida pouco antes do seu casamento.

Acesse também: Revolução Gloriosa e o fim do absolutismo no Reino Unido

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Casamento de Maria Antonieta com Luís XVI

Detalhes da cama e do quarto de Maria Antonieta no Palácio de Versalhes.
Detalhes da cama e do quarto de Maria Antonieta no Palácio de Versalhes.

Na década de 1760, Maria Teresa colocou em ação os seus diplomatas com o objetivo de casar Maria Antonieta com o herdeiro do trono francês, o delfim Luís Augusto, filho de Luís Fernando, falecido em 1765. O intuito desse casamento, como toda união real, era o de cimentar a aliança entre dois territórios, no caso, França e Áustria.

Isso era necessário porque, desde a década de 1750, franceses e austríacos estavam costurando um acordo político que visava à aproximação dos dois países. Essa aproximação se deu principalmente porque os dois países temiam o crescimento da Prússia e tinham interesses contra os ingleses. O acordo saiu e o casamento foi marcado, o que deu início aos preparativos da nova vida da princesa austríaca.

O casamento foi realizado em uma igreja de Viena, no dia 19 de abril de 1770, e aconteceu por procuração, com o delfim da França sendo representado por um dos irmãos da noiva. Com o casamento, Maria Antonieta foi obrigada a abrir mão de seus direitos na dinastia Habsburgo e foi diretamente orientada pela sua mãe a defender os interesses austríacos em Versalhes.

Quando o casamento aconteceu, Maria Antonieta tinha 14 anos e Luís Augusto, 15. Eles se conheceram no dia 19 de maio de 1770, e uma recepção em Versalhes foi realizada em celebração ao casamento. Antes disso, Maria Antonieta teve de abrir mão de todas as suas roupas austríacas para adotar as vestimentas típicas da nobreza francesa.

A vida de Maria Antonieta na corte francesa foi cheia de percalços, embora ela tenha vivido uma rotina de muitos luxos. Primeiramente, ela contava com uma forte antipatia dos franceses pelo fato de ser austríaca (os dois países tinham um longo histórico de rivalidade). Assim, o casamento do delfim com ela foi criticado por muitos.

Importante destacar o estranhamento de Maria Antonieta com muitos dos costumes franceses, sobretudo alguns relacionados à etiqueta da nobreza. Ela também se opunha à presença da amante do rei Luís XV, Madame du Barry, na corte francesa, e durante algum tempo sequer lhe dirigia a palavra.

A partir de 1774, Maria Antonieta se tornou rainha consorte da França porque o rei Luís XV havia falecido. O seu marido foi coroado rei da França, tornando-se Luís XVI. Enquanto rainha, Maria Antonieta procurou se impor por meio do luxo, segundo o entendimento de alguns historiadores.

Isso porque ela passou a gastar grandes somas de dinheiro na compra de roupas e joias, na realização de festas e eventos em Versalhes e em jogatinas. Seus altos gastos fizeram com que ela passasse a ser criticada por pessoas da nobreza, que passaram a chamá-la de Madame Déficit.

Maria Antonieta também sofria muitas críticas pela demora em engravidar. Muito se especulava na época sobre os motivos da demora, e isso era uma constante ameaça sobre ela porque um casamento não consumado poderia ser anulado naquele período.

Os historiadores apontam que a demora de Maria Antonieta em engravidar se deu pela ausência de interesse do rei e da rainha em sua vida íntima. Esse desinteresse era principalmente do rei, que demorou sete anos para tirar a virgindade da sua esposa. O primeiro filho de Maria Antonieta só nasceu no final de 1778. Ao todo, ela teve quatro filhos.

Acesse também: Congresso de Viena e a reação dos absolutistas na Europa

Revolução Francesa e execução de Maria Antonieta

Gravura de soldados levando um prisioneiro para ser executado na guilhotina
A execução de Luís XVI aconteceu nove meses antes da execução de Maria Antonieta.

A vida luxuosa de Maria Antonieta foi drasticamente transformada com o início da Revolução Francesa, em 1789. Essa revolução foi resultado da insatisfação da burguesia com os privilégios da nobreza e do clero e da insatisfação do povo com sua vida miserável e com a falta de alimentos. No período, a França ainda enfrentava uma forte crise econômica.

A crise econômica era resultado da má gestão do país e dos gastos desnecessários em conflitos e nos luxos da corte. Maria Antonieta acabou se transformando no grande símbolo dessas causas. O início da Revolução Francesa se deu com a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789.

Com o início da revolução, Maria Antonieta viu o absolutismo francês ruir, e sua vida passou a correr risco. Ela e seu marido foram obrigados a abandonar Versalhes e passaram a viver em Tulherias, palácio que ficava em Paris. Ela e o rei tentaram fugir da França, mas não tiveram sucesso.

Depois disso, a popularidade de ambos despencou, e eles se tornaram alvo da fúria popular. A segurança de Maria Antonieta e do rei estava ameaçada em Tulherias, e eles foram levados para a Torre do Templo. Por fim, o rei enfrentou um processo e foi condenado à morte, sendo executado em janeiro de 1793.

Maria Antonieta perdeu seu marido, perdeu a guarda de seus filhos e, por fim, perdeu a sua vida. Ela também encarou um processo durante o fervor revolucionário e foi acusada de alta traição. Acabou condenada e executada na guilhotina em 16 de outubro de 1793.

  • Revolução Francesa no Enem

Créditos da imagem

[1] Takashi Images e Shutterstock

Por: Daniel Neves Silva

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