Júlio César foi um político e militar romano que marcou história ao ser um dos grandes nomes do último século da república romana. Nasceu em uma família aristocrata de baixa influência, mas conquistou fama por suas habilidades como militar. Foi governante da Hispânia e o responsável por derrotar as tribos gaulesas e por conquistar a Gália.
Ocupou diferentes cargos da política romana, chegando a ser cônsul na década de 50 a.C. Foi parte do primeiro triunvirato, junto de Pompeu e Crasso, tornando-se ditador perpétuo depois de derrotar Pompeu na guerra civil. Foi assassinado por um grupo de senadores romanos insatisfeitos com o seu governo e acúmulo de poder.
Saiba mais: Império romano — fase que sucedeu a república de Roma
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Júlio César
- 2 - Nascimento e juventude de Júlio César
- 3 - Vida adulta de Júlio César
- 4 - Feitos políticos e militares de Júlio César
- 5 - Fim do primeiro triunvirato
- 6 - Ditadura de Júlio César e seu assassinato
Resumo sobre Júlio César
-
Caio Júlio César era membro dos Julii, uma família aristocrática de baixa influência nos círculos romanos.
-
Tornou-se chefe de sua família aos 16 anos, mas fugiu de Roma por conta da perseguição promovida por Sula.
-
Ficou conhecido por ser bem-sucedido no exército romano e também como advogado.
-
Foi parte do primeiro triunvirato, formado junto de Pompeu e Crasso.
-
Tornou-se ditador perpétuo ao final da guerra civil, sendo assassinado por um grupo de senadores romanos em 44 a.C.
Nascimento e juventude de Júlio César
Caio Júlio César (Gaius Iulius Caesar, na escrita em latim) nasceu em Roma no dia 13 de julho de 100 a.C., embora alguns registros sugerirem que ele pode ter nascido no ano 102 a.C. Júlio César pertencia a uma família da aristocracia romana de baixa influência, sendo membro da facção dos Julii.
Apesar de ser de uma família de baixa influência, os Julii estavam conquistando importantes cargos na administração romana, como o pai de Júlio César, também chamado Caio Júlio César, que havia sido nomeado para administrar a Frígia, conhecida como a província romana da Ásia. Sua mãe era Aurelia Cota, filha de um homem que tinha um importante cargo na administração romana, embora a mãe dela, avó de Júlio César, fosse plebeia.
Aos 16 anos de idade, Júlio César se tornou o chefe de sua família, com a morte de seu pai. Ele também decidiu assumir uma importante posição na religião romana, a de flamen dialis, isto é, alto sacerdote do deus Júpiter. Essa posição o obrigava a se casar com uma mulher patrícia (da aristocracia), e então ele casou-se com Cornélia.
Vida adulta de Júlio César
A vida de Júlio César passou por uma grande transformação quando Sula ascendeu no poder romano, transformando-se em ditador. Sula passou a perseguir aliados de Lúcio Cina (um antigo inimigo), incluindo os Populares, pessoas que defendiam mudanças políticas significativas em Roma para beneficiar a população plebeia. Sula era apoiador dos Optimates, que defendiam que não deveria haver benefícios para os plebeus.
Júlio César então tornou-se alvo duplo de Sula, pois era casado com a filha de Lúcio Cina, que também era um influente membro dos Populares. Com isso, Júlio César perdeu sua posição como flamen dialis, e a riqueza de sua família, além do dote que ele recebeu da família de sua esposa, foi confiscada.
Ele decidiu fugir de Roma, com medo do que Sula poderia fazer contra ele. César permaneceu fora de Roma enquanto Sula esteve vivo e, devido a isso, juntou-se ao exército. Durante o período em que esteve no exército, Júlio César ficou marcado por ser um excelente militar, inclusive recebendo honrarias pelo seu serviço.
Em 78 a.C., Sula morreu, e Júlio César decidiu retornar a Roma, passando a trabalhar como advogado, atividade na qual teve muito sucesso, sendo reconhecido pela boa capacidade oratória. Anos depois, Cornélia, a primeira esposa de Júlio César, faleceu ao dar à luz um natimorto.
Feitos políticos e militares de Júlio César
Com a morte de sua esposa, Júlio César casou-se com Pompeia, neta do antigo ditador Sula. Nessa fase de sua vida, Júlio César começou a tornar-se uma pessoa extremamente influente na sociedade romana. Primeiramente, conquistou o título de tribuno militar e foi eleito para o cargo de questor, enviado para exercer essa função na Hispânia, uma província romana (atual Península Ibérica).
Por volta de 65 a.C., Júlio César aproximou-se de Crasso, um dos homens mais ricos da República Romana. Com a ajuda de Crasso, Júlio César conseguiu subir importantes degraus na política romana, sendo eleito para o cargo de edil e depois eleito pontífice máximo da religião romana, em 63 a.C.
Júlio César ainda foi eleito para a função de pretor no ano seguinte e foi nomeado para assumir o governo da Hispânia. Em 61 a.C., ele assumiu a função de governador da Hispânia e atuou para colocar duas tribos rebeldes sob o controle dos romanos. Foi um governador popular e conquistou a lealdade de suas tropas no período graças às suas habilidades militares.
Em 60 a.C., Júlio César foi eleito cônsul romano, contando com a ajuda de Pompeu e Crasso, e formalizou com eles uma aliança que resultou na formação do primeiro triunvirato, acordo político no qual os três dividiriam o poder romano. Durante sua atuação como cônsul, Júlio César realizou uma série de medidas que incomodou o grupo dos Optimates (grupo oposto aos Populares).
Entre as medidas estava a defesa da redistribuição de terras aos pobres, por exemplo. No entanto, César devia somas elevadíssimas para Crasso, e quando o período de seu consulado se encerrou, ele partiu para uma campanha militar na Gália com o objetivo de conquistar mais prestígio político, mas também visando a para pagar suas dívidas.
Assim, ele assumiu a posição de governador da Gália e iniciou uma campanha militar contra os gauleses que ainda resistiam ao domínio romano. Júlio César invadiu terras além do rio Reno, realizou campanhas militares na Bretanha e organizou expedições militares contra os gauleses que resultaram na subjugação deles.
Em 52 a.C., Júlio César liderou as legiões romanas na Batalha de Alésia. Nessa batalha, as tropas romanas lutaram contra Vercingetórix, líder dos arvenos, uma das tribos que pertenciam aos gauleses. Depois disso, os gauleses foram colocados sob controle, e Júlio César conquistou muito prestígio por colocar toda a Gália sob domínio de Roma.
A campanha de César na Gália foi extremamente popular entre a população romana. Júlio César conquistou prestígio político-militar e enriqueceu com sua campanha na Gália.
Leia também: Revolta de Espártaco — a maior rebelião de escravos da Antiguidade
Fim do primeiro triunvirato
Enquanto estava na Gália, o triunvirato formado por Júlio César, Pompeu e Crasso começou a ruir por causa de desentendimentos e choque de interesses entre os três membros. A relação entre Pompeu e Crasso se tornou muito ruim, e em 53 a.C. Crasso faleceu em uma batalha na Pártia. Muitos historiadores consideram a morte de Crasso como o término do primeiro triunvirato.
A morte de Crasso colocou a política romana em uma situação de estabilidade, pois a relação de Pompeu e Júlio César estava abalada desde 54 a.C. O fato que marcou o rompimento de Pompeu com César foi a morte de Júlia, filha de Júlio César e esposa de Pompeu. Júlia faleceu enquanto estava em trabalho de parto.
Pompeu recusou-se a se casar com outro familiar de Júlio César e aproximou-se da facção dos Optimates. Em 50 a.C., Pompeu usou sua influência sobre o Senado para fazer com que este ordenasse o retorno de Júlio César a Roma, mas sem suas tropas. A ordem era para que Júlio César dispensasse os seus soldados.
Júlio César temia que o Senado romano pudesse processá-lo por conta de suas ações tomadas durante o período em que foi cônsul. Ele então decidiu ousar e fez o que a lei romana proibia: entrou no território italiano estando acompanhado de seu exército. Ao atravessar o rio Rubicão com suas tropas (que separa a Itália da Gália), Júlio César iniciou uma guerra civil.
Ditadura de Júlio César e seu assassinato
Com o início da guerra civil, Pompeu fugiu de Roma, indo para a Grécia e posteriormente para o Egito, local onde foi assassinado em 48 a.C. por ordem de Ptolomeu XIII, governante egípcio. Em 46 a.C., César retornou vitorioso para Roma, passando a governar como ditador perpétuo, isto é, mantendo seu cargo para toda a sua vida.
, e essas medidas enraiveceram os senadores e os membros da facção dos Optimates. Além disso, o acúmulo de poder de César incomodava os senadores romanos. Com isso, membros do Senado começaram a conspirar o assassinato do ditador romano.promoveu mais uma série de reformas em benefício da população plebeiaJúlio César
Os líderes da conspiração contra Júlio César foram Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino. Com o assassinato de César, Marco Antônio e Otávio, que eram ambos muito próximos daquele, assumiram o poder por meio de um novo triunvirato (o terceiro membro era Lépido) e conduziram uma vingança contra os assassinos de Júlio César.
O assassinato do ditador romano aconteceu no dia 15 de março de 44 a.C., quando ele estava na Cúria de Pompeu, em Roma. Os relatos contam que Júlio César foi esfaqueado 23 vezes.
Créditos da imagem: